Nas cidades é que estão os grandes problemas brasileiros e também é delas que deveriam surgir soluções práticas e os encaminhamentos para questões complexas que exigem enfrentamentos de longo prazo. Mas quem é que deixa isso acontecer?
Claro que o ambiente perfeito para um debate aprofundado sobre a pesada carga de problemas das nossas cidades seria a eleição municipal que já começou. Entretanto, a disputa pelas prefeituras e câmaras de vereadores acabou virando um mero instrumento no domínio das máquinas partidárias e na estratégia para a manutenção do poder nas mãos de caciques políticos.
As coligações partidárias não são motivadas pelas necessidades dos municípios. O que determina as alianças são as disputas que virão dentro de dois anos, nas eleições para governador, para deputado estadual e federal e também para o Senado, tendo como centro os benefícios pessoais de que os políticos usufruem em torno da presidência da República e dos governos estaduais.
A eleição municipal é moeda de troca nesse poder que se estabelece acima do interesse das cidades. E um elemento que pesa demais neste mercado político desavergonhado é exatamente aquele que é pago diretamente pelo eleitor e que foi instituído, ao menos em teoria, como instrumento de ampliação da qualidade da democracia: o horário eleitoral.
A eleição municipal é usada hoje em dia para os caciques se perenizarem no poder. Muitos deputados federais e também estaduais se reelegem indefinidamente fazendo o uso do partido na barganha que se estabelece nessa época. E ganhe quem for, na continuidade esses políticos se acertam para a busca de emendas orçamentárias e a divisão do poder político. Os acordos permitem inclusive roubar junto com o adversário.
A condução de um candidato à prefeitura se faz mais pela sua função no fortalecimento posterior desses caciques políticos do que por sua ação na defesa do interesse do município. Em grande parte das cidades do interior do país o prefeito nada mais é que um cabo eleitoral de chefes de partido que detêm poder sobre a partilha do poder em seus estados e no plano federal.
É evidente que o caminho que tomou a eleição municipal não oferece possibilidade política e muito menos técnica para a escolha de cidadãos capacitados para a fiscalização e a administração dos bens públicos. É difícil eleger um bom prefeito ou bons vereadores dessa forma. O própria entrada na disputa é determinada por máquinas partidárias fechadas à renovação e ao empenho pessoal de qualidade.
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POR José Pires
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Claro que o ambiente perfeito para um debate aprofundado sobre a pesada carga de problemas das nossas cidades seria a eleição municipal que já começou. Entretanto, a disputa pelas prefeituras e câmaras de vereadores acabou virando um mero instrumento no domínio das máquinas partidárias e na estratégia para a manutenção do poder nas mãos de caciques políticos.
As coligações partidárias não são motivadas pelas necessidades dos municípios. O que determina as alianças são as disputas que virão dentro de dois anos, nas eleições para governador, para deputado estadual e federal e também para o Senado, tendo como centro os benefícios pessoais de que os políticos usufruem em torno da presidência da República e dos governos estaduais.
A eleição municipal é moeda de troca nesse poder que se estabelece acima do interesse das cidades. E um elemento que pesa demais neste mercado político desavergonhado é exatamente aquele que é pago diretamente pelo eleitor e que foi instituído, ao menos em teoria, como instrumento de ampliação da qualidade da democracia: o horário eleitoral.
A eleição municipal é usada hoje em dia para os caciques se perenizarem no poder. Muitos deputados federais e também estaduais se reelegem indefinidamente fazendo o uso do partido na barganha que se estabelece nessa época. E ganhe quem for, na continuidade esses políticos se acertam para a busca de emendas orçamentárias e a divisão do poder político. Os acordos permitem inclusive roubar junto com o adversário.
A condução de um candidato à prefeitura se faz mais pela sua função no fortalecimento posterior desses caciques políticos do que por sua ação na defesa do interesse do município. Em grande parte das cidades do interior do país o prefeito nada mais é que um cabo eleitoral de chefes de partido que detêm poder sobre a partilha do poder em seus estados e no plano federal.
É evidente que o caminho que tomou a eleição municipal não oferece possibilidade política e muito menos técnica para a escolha de cidadãos capacitados para a fiscalização e a administração dos bens públicos. É difícil eleger um bom prefeito ou bons vereadores dessa forma. O própria entrada na disputa é determinada por máquinas partidárias fechadas à renovação e ao empenho pessoal de qualidade.
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POR José Pires
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Imagem: Eleger um bom prefeito ou vereador nas cidades brasileiras é difícil, já que os partidos nem permitem que gente boa participe da disputa em igualdade de condições.
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