Saiu mais um índice Big Mac da revista The Economist, ainda com o famoso sanduíche custando mais caro no Brasil do que nos Estados Unidos. O Brasil tem o quarto Big Mac mais caro do mundo: nos Estados Unidos o lanche custa U$ 4,33 dólares e aqui pagamos U$ 4,94 dólares.
Mas o índice da The Economist não é para comer Big Mac. A comparação é feita para medir poder de compra. Em tese, sendo um produto padronizado e existente em todo mundo, o preço do Big Mac daria uma ideia da economia em diversos países e permitiria uma comparação do poder de compra. Na interpretação de economistas o índice divulgado hoje aponta uma sobrevalorização do real em mais de 10% em relação ao dólar.
Pode até valer esta porcentagem na comparação entre as moedas, mas é claro que na vida prática o índice Big Mac mostra que a vida pesa no Brasil bem mais do que estes 10%. Mesmo se pensarmos apenas no sanduíche, na comparação do preço do lanche teria de haver também a relaçao entre a média salarial de americanos e brasileiros. E além disso, a receita teria de conter os demais custos de cada povo em seu país. É muito mais fácil para um americano juntar as crianças e ir comer Big Mac na lanchonete, já que nos Estados Unidos ele não tem de arcar com outros custos cotidianos que pesam muito no bolso do brasileiro.
Além do índice Big Mac, temos no Brasil o “Índice Telefonia”, “Índice Habitação”, “Índice Internet”, "Índice Informática", “Índice Transporte”, “Índice Educação”, “Índice Segurança”, além de outros índices que incluem uma variedade de produtos e serviços que no Brasil sempre pesam muito mais para o consumidor. Aqui temos até o “Índice Juros” e também o “Índice Serviços Bancários”. E nem vou me aprofundar na comparação entre a qualidade do que somos obrigados a comprar aqui e aquilo que o consumidor americano tem à sua disposição. Os Big Macs podem ser até parecidos, mas o resto do que se compra no Brasil é sempre inferior ao que se tem lá fora. E o brasileiro vai engolindo.
Evidentemente estou citando os americanos em razão do nome que esta porcaria de sanduíche deu ao índice, mas vários preços no Brasil são muito altos em comparação com muitos países de população com poder aquisitivo bem maior do que o nosso. É mais barato comer em restaurantes de bom nível em Paris do que em restaurantes de cidades como São Paulo ou Rio de janeiro
E além do preço do Big Mac o brasileiro paga também por meio de altos impostos por muita coisa que nem consegue receber. Como exemplo de um só ítem, na Noruega o Big Mac custa mais caro do que aqui, mas o norueguês paga só pelo que comer. Não precisa contratar segurança monitorada para sua casa, aumentar o muro, colocar cerca elétrica, pagar caro por seguro contra roubo ou então morar em condomínio ou apartamento com custos semelhantes. E nem corre o risco de ser roubado ou assassinado quando volta para casa do McDonald's.
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POR José Pires
Mas o índice da The Economist não é para comer Big Mac. A comparação é feita para medir poder de compra. Em tese, sendo um produto padronizado e existente em todo mundo, o preço do Big Mac daria uma ideia da economia em diversos países e permitiria uma comparação do poder de compra. Na interpretação de economistas o índice divulgado hoje aponta uma sobrevalorização do real em mais de 10% em relação ao dólar.
Pode até valer esta porcentagem na comparação entre as moedas, mas é claro que na vida prática o índice Big Mac mostra que a vida pesa no Brasil bem mais do que estes 10%. Mesmo se pensarmos apenas no sanduíche, na comparação do preço do lanche teria de haver também a relaçao entre a média salarial de americanos e brasileiros. E além disso, a receita teria de conter os demais custos de cada povo em seu país. É muito mais fácil para um americano juntar as crianças e ir comer Big Mac na lanchonete, já que nos Estados Unidos ele não tem de arcar com outros custos cotidianos que pesam muito no bolso do brasileiro.
Além do índice Big Mac, temos no Brasil o “Índice Telefonia”, “Índice Habitação”, “Índice Internet”, "Índice Informática", “Índice Transporte”, “Índice Educação”, “Índice Segurança”, além de outros índices que incluem uma variedade de produtos e serviços que no Brasil sempre pesam muito mais para o consumidor. Aqui temos até o “Índice Juros” e também o “Índice Serviços Bancários”. E nem vou me aprofundar na comparação entre a qualidade do que somos obrigados a comprar aqui e aquilo que o consumidor americano tem à sua disposição. Os Big Macs podem ser até parecidos, mas o resto do que se compra no Brasil é sempre inferior ao que se tem lá fora. E o brasileiro vai engolindo.
Evidentemente estou citando os americanos em razão do nome que esta porcaria de sanduíche deu ao índice, mas vários preços no Brasil são muito altos em comparação com muitos países de população com poder aquisitivo bem maior do que o nosso. É mais barato comer em restaurantes de bom nível em Paris do que em restaurantes de cidades como São Paulo ou Rio de janeiro
E além do preço do Big Mac o brasileiro paga também por meio de altos impostos por muita coisa que nem consegue receber. Como exemplo de um só ítem, na Noruega o Big Mac custa mais caro do que aqui, mas o norueguês paga só pelo que comer. Não precisa contratar segurança monitorada para sua casa, aumentar o muro, colocar cerca elétrica, pagar caro por seguro contra roubo ou então morar em condomínio ou apartamento com custos semelhantes. E nem corre o risco de ser roubado ou assassinado quando volta para casa do McDonald's.
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POR José Pires
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