domingo, 16 de setembro de 2012

O banco dos mensaleiros


O mensalão foi muito mais do que um simples suborno de deputados do Congresso Nacional. O esquema articulado no início do primeiro mandato de Lula por altas lideranças do PT foi um crime contra a democracia brasileira. Para mim sempre foi óbvio que Lula, como presidente, tomou conhecimento de tudo. Era o chefe de todos os implicados na sujeira. Só pode tê-los comandado também na articulação da trama.

No inquérito do mensalão, o então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza é muito claro sobre o que pretendia a cúpula petista, na época composta por José Dirceu, Delúbio Soares, Sílvio Pereira e José Genoíno. A compra do apoio dos deputados para o governo tinha como objetivo a perpetuação do PT no poder.

Os crimes levantados pelo procurador-geral da República já eram de arrepiar os cabelos, mas o espanto vai aumentando cada vez mais com o que vem sendo descoberto depois do início do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal.

Além da matéria que mostra a responsabilidade de Lula no mensalão, a Veja desta semana traz uma entrevista com Lucas da Silva Roque, que foi superintendente do Banco Rural em Brasília. E ali temos uma outra informação chocante sobre a ousadia do bando que pretendia tomar de assalto a República. O ex-superintendete revela que havia um plano do grupo do mensalão de montar um banco popular que juntaria o Rural e o BMG com a CUT, a central sindical petista. O esquema financeiro só não foi adiante porque aconteceu a denúncia do mensalão. Com o escândalo, abortaram o plano.

A CUT participaria direcionando beneficiários do INSS para tomar empréstimos consignados na instituição que seria formada. O projeto teria capital inicial de R$ 1 bilhão. A central sindical governista foi entusiasta da criação dessa modalidade de crédito pelo presidente Lula. O empréstimo realizado por aposentados e pensionistas do INSS é uma minha de ouro da qual participam os sindicatos: no ano passado o volume de crédito foi quase R$ 30 bilhões.

Dá para imaginar o estrago para a nossa democracia se o grupo tivesse concretizado o plano do banco popular. Além do domínio político do Congresso, a canalha contaria com muito dinheiro para o financiamento.de seus planos. Além, é claro, das fortunas que teriam certamente separado para o enriquecimento pessoal de cada um.
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POR José Pires

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