Grande
capa da revista alemã Der Spiegel, com o líder comunista chinês Mao
Tsé-tung como um magnata endinheirado. A edição traz uma reportagem
sobre o clima de morte e corrupção, que não é novidade no regime chinês,
mas que ficou bem destacado com os acontecimentos recentes que levaram à
prisão de um alto dirigente do Partido Comunista. O caso envolve também
sexo e o assassinato de um estrangeiro.
Bo
Xilai é o dirigente que caiu em desgraça depois de sua mulher ter sido
acusada da morte de um britânico. Os três tinham boas relações e o
assassinato aconteceu após divergências financeiras. Bo Xilai já foi
expulso do poliburo do PC chinês, sua mais alta instância, o que encerra
uma carreira brilhante no partido. Atualmente o PC chinês vive uma de
suas lutas políticas importantes, que sempre ocorrem na véspera de um
grande congresso. O partido vai renovar sua direção, quando uma nova
geração de políticos chegará ao poder. Bo Xilai era um desses novos
líderes para os próximos dez anos.
O
que vem acontecendo na China é o desfecho prático de uma teoria
política anunciada como a redentora do mundo e que resultou em crimes
horrorosos e no estabelecimento de ditaduras que não conseguiram nem
resultados econômicos apreciáveis. A China é o último país comunista de
peso, mas hoje vive um sistema híbrido em que busca resultados
capitalistas usando como base o domínio marxista da população como um
meio político.
Seu
crescimento econômico é baseado num sistema que chega a ser escravista,
de salários baixíssimos e poucos direitos trabalhistas ou de liberdade
de expressão dos trabalhadores e de qualquer outro setor. O lema embaixo
do retrato de Karl Marx é “trabalha e não bufa”. Grandes projetos de
desenvolvimento são tocados sem a possibilidade de debate algum. Isso já
deu em mortandades de milhões de pessoas, inclusive por falta do que
comer. O país também está destruído ecologicamente, com regiões inteiras
sem água e com a natureza destruída por planos econômicos que esgotaram
os recursos naturais.
O
que o velho Marx iria achar disso? Sua teoria serve como base da mais
violenta espoliação de direito dos trabalhadores. A opressão da classe
pobre na Inglaterra do século 18 era fichinha perto do fazem hoje os
marxistas chineses. Uma lembrança que me veio ao ver esta capa é que já
entre o final dos anos 70 e os anos 80 ela seria tachada pela esquerda
como calúnia do capitalismo internacional. Foi dessa forma que naquela
época eramos impedidos de aceitar o óbvio caráter destrutivo dos
direitos humanos que foi instalado pelo comunismo em vários países. Por
isso esta idéia ultrapassada durou tanto tempo no Brasil, de uma forma
tal que até hoje ainda tem quem a defenda. Mas o mundo girou bastante
desde então e surgiram revelações de muitos outros crimes sustentados
pela teoria marxista, além dos tantos que já eram conhecidos naquele
tempo. A capa da Der Spiegel é um retrato perfeito do comunismo.
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POR José Pires
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