O
jornal Folha de S. Paulo resolveu publicar o que todos já suspeitavam e
que jornalistas da área política já sabiam: Rosemary Nóvoa Noronha era
amante do ex-presidente Lula. Os dois se conheceram em 1993. Em seu blog
na internet, o jornalista Reinaldo Azevedo diz que "todos os
jornalistas que cobrem política e toda Brasília sabiam que Rosemary
Nóvoa Noronha tinha sido amante de Lula". Ele completa que "se ainda é,
não sei". A Folha publica hoje uma reportagem e também disponibiliza em
seu site o assunto, que deve ser tratado também no decorrer da semana.
Era
só o que faltava em matéria de corrupção neste governo: que o assunto
viesse entre os lençóis do ex-presidente. O jornal está certo em
finalmente trazer aos leitores a razão da estranha influência de
Rosemary no governo e o poder pessoal que ela ostentava inclusive em
situações que nada tinham a ver com seu cargo como chefe do escritório
da Presidência da República em São Paulo. Ela fez várias viagens
internacionais oficiais com Lula sem que sua presença tenha sido
registrada oficialmente no Diário Oficial, o que é ilegal.
A
revelação sobre o relacionamento íntimo entre ela e Lula serve também
como um elemento forte de desmascaramento da hipocrisia que gira em
torno da figura do ex-presidente. Ele é trabalhado de forma mítica pela
propaganda como um homem fraternal, um sentimento que nos últimos tempos
sua máquina de comunicação direcionou com ênfase para o respeito pelas
mulheres e que foi essencial na eleição da primeira presidente
brasileira, a petista Dilma Rousseff.
A
intimidade entre Lula e Rosemary, que até usava a proximidade entre os
dois para se favorecer, expõe a esposa do ex-presidente à uma humilhação
pública. Isso deve influir negativamente entre o eleitorado feminino.
Para ser candidato futuramente, o ex-presidente tem este nó difícílimo
de desatar junto às mulheres brasileiras. E isso depois de resolver as
coisas em casa com sua primeira-dama.
A
mão de Rosemary não está só nas fraudes descobertas pela Polícia
Federal com a Operação Porto Seguro, mas também em outros negócios que
beneficiaram pessoas de seu grupo e de sua família. Ela colocou a filha
em um bom cargo nomeado no governo e também o ex-marido.
A
última notícia sobre sua forte influência foi a interferência para que o
Banco do Brasil contratasse a empreiteira que tem o atual marido dela,
João Vasconcelos, como diretor e um genro como sócio. O contrato é de
mais de um milhão de reais.
Pelo
nível de ambição e a ousadia de Rosemary é provável que muitas outras
coisas graves tenham acontecido e aí está o grande temor de Lula e das
lideranças do PT. O caso, que já vinha sendo chamado jocosamente de “O
bebê de Rosemary”, pode ter mais diabruras.
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POR José Pires
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