sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Rumo complicado

Marina Silva passa hoje por um teste difícil. Sua imagem política estará em exame pela opinião pública a partir da decisão sobre o que fará daqui pra frente, depois do TSE negar registro a seu partido, o Rede Solidariedade. Ela pode entrar em qualquer outro partido ou optar por tocar o projeto da Rede, pelo qual não pode disputar eleição alguma em 2014. A resposta ao teste não é nada simples. É difícil para um político com a popularidade no auge ficar fora de uma eleição importante, que além de presidente elegerá também deputados nos estado e no Congresso, senador e governador. Mas acontece que se a ex-ministra do governo Lula optar pela entrada em um partido estará seguindo o caminho usual da maioria dos políticos brasileiros, que é fazer qualquer coisa pelo sucesso no jogo eleitoral.

É claro que neste último caso não tem projeto algum de Rede Solidariedade. É o sentido usual da política que acabará levando Marina e os seus a um debate desgastante e improdutivo. Isso se de fato a intenção deles for a de construir um partido diferente dos que estão aí. E o problema do registro no STF mostra que falta muita coisa para seu grupo político comprovar na prática a capacidade para administrar qualquer coisa. Não conseguiram administrar nem as dificuldades e riscos para o registro de seu partido.

Independente da forma suspeita que o TSE analisou o registro do partido que ela pretendia fundar, vê-se claramente que da parte dos organizadores da Rede Solidariedade faltou um acompanhamento mais sério do assunto, a começar do fato de deixarem uma decisão tão importante para o último momento, numa situação em que uma negativa não permitiria um rápida conserto. É muito óbvio que dessa forma teriam pela frente um problema irremediável e ele aí está.

É o caso de pensar com alívio que ainda bem que Marina não está administrando o Brasil, porque para trapalhadas desse tipo já basta o governo do PT, comandado ao menos oficialmente por uma presidente que não tem um mínimo controle nem sobre o idioma do país onde nasceu.
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Por José Pires

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