segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Rolezinho que rende

Os rolezinhos que ocorrem em São Paulo vêm sendo seguidos de manifestações escritas por gente de esquerda e politicamente corretos que insistem numa interpretação dos fatos que soa como uma instigação à divisão social. A revolução não deu com os black bocs, quem sabe se agora vai com os rolezinhos. A interpretação desses acontecimentos como uma repressão dirigida a jovens pobres não bate nem com a ação atual da segurança dos shoppings e da polícia, que vem sendo feita como prevenção aos encontros convocados por meio da internet. São medidas práticas, que servem como proteção até para esquerdistas e politicamente corretos.

Mas tem sido assim de uns tempos para cá. Qualquer tipo de evento que junte uma porção de pessoas pretensamente expressando algum direito coletivo logo recebe a pronta adesão de gente disposta a escrever qualquer coisa para justificar até barbaridades. O que se escreve de absurdos é tão sem sentido quanto os próprios acontecimentos, que estimulam interpretações que juntam luta de classes, racismo, preconceito contra pobres e qualquer outro qualificativo que faça o ressentimento ideológico parecer ter algum conteúdo. Sobre os rolezinhos vi até gente escrevendo que a situação é de “apartheid social”. Qualquer palavra serve para pontuar opiniões que não condizem com o que todos estamos vendo.

Tem rolezinho que junta milhares de jovens em atitude de manifestação política. Estará o bom senso tão em falta na esquerda que o raciocínio não compreende mais nem a lógica mais simples da segurança das pessoas numa situação dessas? Estes ambientes de shoppings já não são absolutamente seguros nem numa situação normal. Imaginem então com milhares de jovens agitados, que evidentemente estão ali para bagunçar. Mesmo que em suas cabecinhas ocas este agito seja pacífico, creio que nem é preciso ser um especialista em segurança para saber o que pode ocorrer em caso de tumulto.

A deformação de visão pode ser sentida até na falsa oposição entre pobres e classe média. Vejo por aí escrito que “rolezinhos apavoram a classe média”. Ah, então uma família pobre que estiver num shopping tumultuado por bandos “tocando o terror” vai se sentir muito tranquila e em segurança, é isso? Onde está garantido que em caso de tragédia filho de pobre não será pisoteado?

Uma das melhores peças que vi até agora na internet foi uma convocação para um rolezinho na frente da casa da Eliane Brum, uma jornalista que tem usado este assunto como uma mina de ouro para fortalecer sua imagem de musa do politicamente correto. Eu acho que uma outra situação para a Eliane Brum e seus adeptos perceberem que estão errados neste assunto é convidá-los a passear com um filho pequeno ou um parente idoso em um shopping paulistano num dia desses de rolezinho.
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Por José Pires

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