quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O herói da vez

Esta esquerda precisa afinal resolver quais são suas ideias e qual é o papel delas em seu posicionamento diante dos problemas brasileiros. Ficar desse jeito trocando de pedestal os heróis é que não dá. Já faz tempo que inventaram o "herói da vez". Se um ministro do STF vota favorável às cotas para o ensino superior passa a ser uma personalidade admirada. Mas se logo depois condena um mensaleiro, aí então só falta apedrejá-lo em praça pública. E só não fazem isso com seu corpo físico. A imagem da pessoa que vai contra seus interesses é soterrada por muitas pedras.
Agora deram para incensar a dona do Magazine Luiza e só porque ela diz coisas favoráveis ao governo do PT. É do interesse dela e isso é apenas uma questão de negócios. Sua empresa vai ganhar muito com programas do governo do PT e talvez ela conte também com algum amaciamento da relação do Estado com a postura trabalhista e econômica do setor.
O nome do partido não é Partido dos Trabalhadores? Por este significado bastaria a turma que agora carrega a empresária nos ombros ter uma conversa rápida de dez ou quinze minutos com um dos advogados trabalhistas dos milhares que gravitam em torno do PT para obter informações sobre como funciona nessas grandes redes do varejo a relação com os trabalhadores. Teriam histórias de arrepiar os cabelos e as barbas também.
Se quiserem avançar um pouco mais no conhecimento da realidade peguem um economista do partido e peçam para ele explicar o estrago que o arrocho salarial praticado por grandes redes de varejo causa na vida do trabalhador, na qualificação profissional do setor e até no bem estar do cliente. Talvez ele possa mostrar o esgotamento econômico causado nos municípios brasileiros por esta política de salários (trabalhador que ganha pouco estimula na mesma medida a economia local) e a inclemente pressão dessas redes sobre o pequeno e médio comerciante do varejo e fornecedores mais fracos.
Obviamente não estou propondo confronto com o empresariado da área e muito menos as agressões que a militância do PT comete com qualquer um que exerce o direito de crítica em qualquer situação, até mesmo na área de comentários de uma página do Facebook. Nada disso. Estou falando apenas de respeitar compromissos, deixar de falsificar informações, parar de faltar com a verdade e acabar com a falseta de apontar falsos heróis. Resumindo: é preciso ter vergonha na cara, companheiros.
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Por José Pires

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