terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Ofensa entre poderes

Esta segunda-feira foi um dia muito triste para o Congresso Nacional. Durante a abertura dos trabalhos legislativos de 2014, o deputado André Vargas (PT-PR) fez várias provocações muito desrespeitosas com o presidente do Supremo Tribunal federal, Joaquim Barbosa. Ao lado do ministro, o deputado repetiu de forma acintosa o gesto de seus colegas mensaleiros presos por corrupção na Penitenciária da Papuda. Além da ofensa do punho cerrado, Vargas fazia piadas postando ironias na internet sobre o presidente do Supremo. Num determinado momento ele postou no Instagram a foto de uma cadeira vazia com a legenda: “Joaquim sumiu?”.
Os gestos lamentáveis que merecem um processo por falta de decoro certamente se devem a uma confusão do petista sobre a razão da sua presença ao lado de Joaquim Barbosa. Ele não teve a consciência de que ocupou a cadeira ao lado do ministro devido ao fato de ser vice-presidente da Câmara. O deputado André Vargas confundiu as bolas e ao invés de se comportar com o necessário respeito ao cargo republicano deu vazão a seu notório caráter pessoal. O gesto e as piadinhas feitas durante o ato (e também enquanto era feita a leitura da mensagem da presidente da República) se configuram em grave quebra do decoro.
Investido no cargo de vice-presidente da Câmara, André Vargas criou uma situação de desrespeito e conflito entre os dois poderes da República. Numa Câmara de comportamento digno a afronta resultaria em cassação de mandato, mas é evidente que isso não acontecerá. O gesto petulante do petista é apenas um dos sinais da decadência institucional que assola perigosamente o nosso país.
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Por José Pires

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