quinta-feira, 24 de abril de 2014

Da lavra de José Serra

Grande artigo de José Serra publicado no Estadão desta quinta-feira e disponível também no site dele. Serra é um caso raro na política brasileira. Seus artigos são sempre bons e de fato são escritos por ele. No Brasil isso acontece com pouquíssimos políticos, que geralmente apenas assinam textos feitos por assessores. É por isso que aparecem muitos artigos de jornal que não se ajustam de maneira alguma ao, digamos assim, pensamento do político que põe o jamegão embaixo.

Com Serra não tem disso. Ele é um dos mais hábeis analistas políticos da atualidade, tarefa em que demonstra muito conhecimento econômico e sobre o funcionamento da máquina pública. E é claro que ele também é um dos políticos brasileiros mais capazes e certamente de uma honestidade à toda prova. Tem a garantia do crivo agressivo do PT. Não é qualquer um que resiste à terrível máquina de assassinar reputações montadas por esse partido. Em duas disputas acirradas para a presidência da República os petistas não conseguiram encontrar nada que desabonasse o tucano em sua longa carreira política e por isso criaram um dossiê falso. Além das acusações fraudulentas, como a de que o tucano ia privatizar o pré-sal.

Principalmente na disputa com Lula o PT queria evitar um segundo turno de qualquer jeito, para dar ao chefão o gostinho de vencer no primeiro turno ao menos uma vez. Porém, mesmo tendo que aguentar pauladas vindas até de seu próprio partido, Serra levou a eleição para o segundo turno. Nas duas vezes em que disputou, quase metade do país ficou com ele.

Neste artigo, Serra traz lembranças sobre o que pensava da então candidata Dilma Rousseff quando os dois se enfrentavam em debates eleitorais. Neste final de governo dá para ver que ele acertou em seus prognósticos. Este artigo tem até toques de humor, o que é incomum não só no que ele escreve. Mas parece que é tão absurda a situação criada pelo desgoverno do PT que até o Serra resolveu tirar uma casquinha. Ele até veio com uma definição certeira sobre Dilma, numa ótima tirada inspirada em frase de Winston Churchill, que vou antecipar aqui: "Dilma Rousseff tem o dom de empregar o máximo de palavras para expressar o mínimo de pensamento. Mesmo assim, um mínimo errado".
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Por José Pires

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