domingo, 20 de julho de 2014

Importação da violência

A esquerda brasileira pode acabar trazendo os conflitos do Oriente Médio para o Brasil. Pelo menos está fazendo um esforço e tanto para isso. E como esta esquerda já escolheu um lado neste briga violenta, sua adesão implica no alinhamento político a grupos extremistas como o Hamas, que mesmo entre os palestinos se impõe pelo terror. Quando um estrangeiro lida com este assunto assumindo a defesa de um único lado ele não ajuda nem um pouco às vítimas inocentes do conflito, sejam judeus ou palestinos. E o envolvimento direto nos problemas entre Israel e palestinos pode trazer também ao Brasil cenas como as das violências praticadas por manifestantes pró-palestinos no sábado em Paris. Pode haver também entre nós uma divisão violenta entre etnias, como nunca existiu em nosso país.

Cabe dizer que manifestação alguma que sequer insinue algum direito dos judeus poderia ser feita no lado palestino e em nenhum país árabe. Um protesto como o dos jovens que atearam fogo em Paris seria impossível de acontecer em um país árabe na defesa da posição de Israel. Tais manifestantes já estariam mortos ou sofrendo terríveis violências na cadeia se isso fosse feito mesmo em escala muito menor de radicalismo em algum país árabe ou no lado palestino, em Gaza. Israel é hoje a única democracia do Oriente Médio (seu atual governo conservador foi eleito pelo voto), onde do lado árabe dominam poderes autoritários, inclusive de aristocracias autocráticas que não permitem direitos às minorias e nem sequer direitos femininos básicos.

Aliás, as mulheres brasileiras tentadas à aderir a um apoio incondicional a um dos lados desta questão deviam meditar profundamente sobre as consequências que o crescente poder de grupos como o Hamas pode ter sobre o livre arbítrio entre os palestinos, especialmente no tocante aos direitos da mulher. Uma mulher deve pensar bastante sobre os papéis determinados às mulheres por estes homens que lançam mísseis sobre Israel. E é muito sensato analisar os riscos de que esta visão da mulher como um ser de segunda classe pode também se espalhar pelo mundo, penetrando inclusive na cultura brasileira.

O Estado brasileiro comprovadamente não consegue dar um combate consequente nem a grupos de criminosos comuns, que hoje dominam comunidades inteiras e até ditam suas ordens de dentro de presídios de segurança, então cabe nesta situação um raciocínio ajuizado sobre o que aconteceria em nossa terra se grupos islâmicos fundamentalistas que hoje tocam fogo em Israel resolvessem acender o rastilho por aqui. Controlar manifestações onde pesam os interesses de grupos como o Hamas é bem mais difícil, mas muito mais difícil mesmo, do que prender black-blocs que compram fogos de artifício pelo telefone. É ainda mais complicado administrar a penetração de uma cultura de violência e autoritarismo inclusive religioso numa condição de decadência política e moral como a que vive hoje o Brasil.
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POR José Pires

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Imagem- Manifestantes pró-palestinos levam a violência a Paris

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