sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Falta de público


Não é só no vão do MASP que os petistas estão com dificuldade de colocar gente. Nunca se viu neste país posse tão chocha como esta de agora, de Dilma Rousseff. Já faz algum tempo que vem sendo motivo de piada o desânimo que toda a roubalheira e incompetência do governo causou na militância petista. Nas redes sociais é com ironia que vem sendo tratado esse pessoal que defendia de forma exaltada o governo do PT. "Onde estão os petistas", pergunta-se por todo lado. A sorte da militância petista é que a maioria das pessoas que estão contra este governo não tem engajamento com partido algum. Imaginem como os petistas estariam agindo agora contra um presidente eleito pela oposição. Com a indecência que faz parte do caráter partidário dos companheiros, eles estariam cometendo as maiores agressões.

Por não ter o fanatismo dos engajados, quem é oposição sempre age com mais decência em qualquer situação. E não é uma questão de deixar de chutar cachorro morto, não. Apesar da nítida fraqueza revelada pela foto aérea da posse da presidente Dilma Rousseff, o PT ainda tem o poder e por isso precisa ser vigiado de perto até que cumpra sua sina de virar um partido nanico. Mesmo com todo o esforço para mostrar vigor da militância durante a posse deste segundo mandato de Dilma e quarto deste triste período político brasileiro, o PT conseguiu juntar apenas este público mixuruca que se vê na imagem. Não conseguiram atrair claque numerosa nem com ônibus fretados, alimentação de graça e sabe-se lá que outros tipos de mimos.

Já faz tempo que a militância deles vem minguando e as pesadas decepções mais recentes devem ter aniquilado qualquer adesão espontânea. A estratégia de centrar o projeto petista na reeleição da sucessora de Lula demoliu o partido país afora. O estrago será ainda maior nas próximas eleições municipais, pois a ambição desmedida foi esmagando os diretórios locais, sem o qual partido algum se mantém fortalecido. No Congresso Nacional a situação do PT só vem piorando a cada eleição. O partido não conseguiu eleger nenhum deputado federal em seis estados: Amazonas, Pernambuco, Roraima, Rondônia, Tocantins e Rio Grande do Norte. E mesmo assim, apenas com um deputado nos dois primeiros. O PT perdeu 16 cadeiras na Câmara, de 86 nas eleições passadas para 70 nesta.

Já em São Paulo, onde não conseguem nem fazer manifestação de rua, o PT perdeu seis cadeiras na Câmara Federal, passando de 16 para 10 deputados federais. E isso acontece no estado onde surgiu o partido. E é preciso lembrar que em todo o país não faltou dinheiro para as candidaturas petistas. Foram campanhas muito caras, sem um resultado equivalente. E ainda tem muito para se furar neste poço. Teria de haver um grande milagre político para que o partido obtenha um bom rendimento nas eleições municipais e saia fortalecido para emplacar mais um presidente ou ao menos aumentar sua representação federal dentro de quatro anos. E tudo indica que os tempos à frente serão bastante difíceis, muito mais complicados do que os anos que se passaram sem que Dilma e o partido mostrassem capacidade de governar.
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POR José Pires

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