Cadê os companheiros do PT e suas faixas de protesto? A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, está no Brasil e até agora a militância não deu as caras para protestar contra esta intromissão em nossa economia. Fazia tempo que o pessoal do banco não aparecia por aqui, não é mesmo? A chefe do FMI está no Brasil desde quarta-feira e vem dando vivas ao ajuste fiscal. Ninguém a vaiou por isso até agora. Um dos lugares que ela escolheu para falar do assunto foi o Morro do Alemão, no Rio de Janeiro. E não apareceu por lá nenhuma grande manifestação, nenhum black bloc e muito menos o Stédile com o "exército"do MST. Tudo está bastante calmo e deve ficar assim até a senhora Lagarde ir embora. Mas já pensaram se a visita da dirigente do FMI ocorresse com o Aécio Neves como presidente da República ou mesmo a Marina? Bem, aí apareceria para protestar até aquele velhote ensandecido vestido com uniforme da Petrobras, o Lula.
Pois é, a indignação da esquerda é seletiva até nos aspectos mais simbólicos das suas batalhas históricas. Nem o FMI cria indignação nos companheiros, quando ficar quietinho é do interesse do projeto de poder deles. E mesmo numa situação dessas, em que parece já estar sendo armado um clima para um pedido de ajuda ao FMI. Reparem na fotografia da reunião de Lagarde e Joaquim Levy, em Brasília, como o nosso ministro está com uma cara de que precisa de algo. Não vou me surpreender se esta visita for apenas preparatória para relações mais estreitas do governo do PT com o FMI. Que os companheiros deixaram o Brasil na lona, nós todos já estamos sentindo no nosso dia a dia. Falta grana para tudo. Pode até ser que logo eles estejam cantando o "Ei, você aí, me dá um dinheiro aí" para o FMI. E se isso acontecer, garanto que a militância ficará caladinha. Ou melhor, o mais provável é que entre para ajudar no coro.
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POR José Pires
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