terça-feira, 22 de setembro de 2015

Do crime e da personalidade do criminoso

O ex-deputado petista André Vargas recebeu sua primeira condenação nesta terça-feira. Vargas, que está preso e deve permanecer na cadeia por decisão do juiz Sérgio Moro, foi condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Sua pena é de 14 anos e 4 meses. Este processo não é da Operação Lava-Jato, na qual ele responde à outra ação. Alguns anos então podem ser poderão ser acrescentados a esse tempo na cadeia.
Na sentença, o juiz Sérgio Moro lembrou aquela situação esdrúxula de fevereiro do ano passado quando Vargas ergueu o punho esquerdo de forma ofensiva ao então presidente do STF, Joaquim Barbosa. O ministro era convidado do Congresso Nacional na solenidade de abertura do Ano Legislativo. O então deputado petista era vice-presidente da Casa. Antes de virar um estorvo político e ser obrigado a sair do partido, Vargas era maioral do PT. No Paraná era um dos que mandava no partido, que tem o ex-ministro Paulo Bernardo como chefão estadual. Vargas comandava a candidatura de Gleisi Hoffmann ao governo estadual. Caso não tivesse tido seus crimes descobertos pelo Ministério Público, ele seria o candidato do PT ao Senado e a julgar pelo que foi descoberto até agora teria a seu dispor uma campanha poderosa.
O juiz Moro faz uma menção muito interessante à personalidade do ex-deputado, na parte da sentença em que comenta o gesto feito por Vargas para agredir Barbosa. Imagino o tempo que os agentes policiais e o Ministério Público não ficaram estudando as ações de Vargas e quanta coisa não foi possível saber de sua vida, inclusive situações sem relação direta com a investigação, mas sempre muito úteis para traçar um perfil exato do sujeito. O que Moro escreve sobre o petista caído em desgraça mostra que chegaram a um resultado muito bom nesta leitura psicológica.
Moro conta que no mesmo período em que fez o protesto contra o ministro Barbosa, o ex-deputado petista e agora condenado recebia propina por intermédio de uma agência de publicidade. “O gesto de protesto não passa de hipocrisia e mostra-se retrospectivamente revelador de uma personalidade não só permeável ao crime, mas também desrespeitosa às instituições da Justiça”, afirma Moro, fechando de forma exata seu raciocínio. O juiz sabe do que está falando. Quem acompanha a carreira de Vargas há muito tempo, bem antes de ele ser pego pela polícia, sabe que as coisas são exatamente assim e não só com ele. Este desvio de personalidade no plano ético foi sempre comum no PT. Essa sujeira de hoje em dia não é surpresa para quem observava esses tipos com franqueza e honestidade. E o conhecimento disso fez muita gente sensata entre as quais me incluo manter-se longe desses tipos. Não só pela repugnância ao comportamento imoral que já era nítido há bastante tempo como também para não colaborar com eles nessa tremenda destruição moral e econômica feita com o nosso país.
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POR José Pires

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Imagem- O condenado André Vargas e um grande parceiro petista de outrora, que depois mandou ele sair do partido. A foto é de apenas cerca de um mês antes do país saber Vargas usava avião fretado pago por doleiro.

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