quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Os apitos da crise

Já tem tanto alarme tocando, que ficou até repetitivo usar essa imagem para falar da crise econômica, mas vamos lá, porque temos um caso de alarme bastante grave. É assustadora a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de uma retração de 3,5%% da economia do Brasil em 2016. Sabemos muito bem que este banco vai sempre procurar amenizar a divulgação de avaliações referentes a qualquer país, devido ao risco de fazer piorar a situação em razão da má notícia antecipada pelos números. Ao contrário do mito que até hoje a esquerda espalha com fervor, não é do interesse do FMI sair quebrando países pelo mundo afora. Em outubro o banco dizia que seria de 1% a retração. Em menos de três meses a previsão negativa caiu desse jeito, o que faz parecer que no ano passado o gato subiu no telhado. E até pode ser que agora o FMI já tenha conclusões piores do que os 3,5%%, mas estejam maneirando para evitar uma situação mais complicada, dando para o governo de Dilma Rousseff ao menos amenizar o estrago.
Bem, aí é que morrem as nossas esperanças de que sejam encaminhadas medidas sérias para consertar o Brasil. Conhecendo bem este governo do PT, sabemos que essa avaliação econômica será alvo de ataques da máquina de comunicação e propaganda dos petistas, que devem inclusive apelar para a velha tática esquerdista de demonização do FMI como inimigo da independência dos povos oprimidos. Sempre foi assim e não temos razão de acreditar que desta vez será diferente. Aliás, já se vê nas redes sociais os petistas fazendo troça da previsão do FMI. Não aceitar opinião divergente é um traço irremovível do caráter petista, defeito que foi até aperfeiçoado. Atualmente eles nem esperam a má noticia chegar. Alvejam o mensageiro de longe. Sobre esta assustadora ameaça de recessão braba, o FMI destaca a "incerteza política" como causa importante do problema. A "incerteza" — e aí sou eu quem está falando — tem nome e este nome é Dilma. E a incerteza política tem origem na arrogância petista já bem antiga que impede que o outro seja ouvido com respeito.
Se eles deixassem de mandar os problemas para o João Santana ou qualquer outro marqueteiro fazer da questão um logotipo novo e uma propaganda cara, talvez ainda desse tempo para fazer alguma coisa, revertendo a previsão do FMI. Mas eles não mudarão nunca. Já se prolongam os anos em que estamos vendo esse pessoal refutar toda crítica e qualquer avaliação que contradiga as tolices em que acreditam. As análises tanto de organismos internacionais quanto de especialistas brasileiros já vêm avisando faz tempo sobre o aumento gradativo do estrago. Isso me lembra de um episódio até engraçado de 2012, quando o ministro da Fazenda que projetou o atual desastre, o incomparável Guido Mantega, desdenhou a previsão do banco Credit Suisse de um crescimento do PIB menor que 1,5% para o ano. Na ocasião, Mantega garantiu que o crescimento seria de 4% e classificou a previsão do banco como uma "piada". A economia brasileira terminou com apenas 0,9% naquele ano. Certamente o governo do PT vai tratar também como piada esta previsão do FMI. No final, o resultado não terá graça alguma para o Brasil.
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POR José Pires

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