quinta-feira, 5 de maio de 2016

Maus exemplos de cima a baixo

Em política, como na vida, o exemplo vem de cima. Esta é uma regra simples, que quando deixa de funcionar pode levar um país à destruição. E a situação grave em que estamos vem em grande parte disso, com a demolição feita pelo PT de regras institucionais das mais corriqueiras, com os negócios de Estado e as relações políticas sendo conduzidas de forma afrontosa às responsabilidades dos cargos e das tarefas, com o agente público muitas vezes beirando a fronteira do crime e até ultrapassando este limite com uma desfaçatez que vai criando hábito. E isso começa lá em cima, no Lula, que é presidente de honra do PT (e não estou fazendo piada), criando um efeito cascata que não permite hoje em dia encontrar ninguém honesto em seu partido. Não tem. Se o petista não rouba é desonesto intelectualmente, defeito antigo que piorou bastante no desespero dessa derrocada. Maus hábitos dão nisso. E o hábito faz o monge, como diz outro ditado muito bom para pontuar a necessidade de que o respeito e a dignidade esteja incorporado integralmente no indivíduo — e na "indivídua" também, digo pro pessoal que tem uma "presidenta" —, de tal forma que isso transpareça no cotidiano e até nas conversações comuns do dia a dia.
É interessante que os diálogos telefônicos em que o ex-presidente Lula revela-se por completo tenham tido o efeito de fechar a compreensão do caráter nefasto da sua liderança sobre o Brasil. Naquelas falas banais e grosseiras ficou claro quem é o Lula, apesar de tudo que já se sabia dele, com as montanhas de evidências de sua personalidade desleal e criminosa e também das provas colhidas por investigações policiais sobre suas ilegalidades. E aí vale outro jargão, aquele que diz que o homem morre pela boca, o que é muito sábio, já que pode mesmo acontecer de transparecer na fala o que guardamos na consciência, em certos casos como um segredo pessoal. A fala pode também revelar o que somos de fato, longe da aparência enganosa das formalidades ou do marketing. Foi o que ocorreu com o Lula. Aquele homem bom e preocupado com os mais pobres era só a embalagem de propaganda do mito fraudulento. Na verdade ele é a figura grosseira que nos áudios liberados pela Justiça demonstra de forma explícita que não guarda sequer o respeito institucional aos cargos da República ou mesmo das instituições privadas. Não tem nem respeito pessoal para com o próximo, que desqualifica o tempo todo com palavrões.
Todo mundo sabe que o caráter nefasto desses 13 anos do PT no poder pesou muito no âmbito das relações entre as pessoas, sendo o inferno cotidiano criado por eles nas redes sociais o exemplo mais prático da dificuldade de estabelecermos no país um mínimo equilíbrio na convivência e no debate dos problemas brasileiros. É o que eu disse acima, sobre um mau exemplo afetando de forma negativa a qualidade das relações sociais. Uma exemplo dessa influência negativa pudemos ver na bancada que defende o governo no Senado, formada por políticos agressivos, sem conteúdo e desinteressados em qualquer esclarecimento sobre os graves problemas que enfrentamos. Não são razoáveis nem nas questões práticas no andamento dos trabalhos. Parece doença. Nota-se em suas faces um estranho prazer na agressão gratuita aos convidados da Comissão do Impeachment, quando desferem todo tipo de insulto, colocando em dúvida até a capacitação profissional dos que comparecem com toda boa vontade para colaborar com os trabalhos, em reuniões que se alongam em mais de 9 horas de exaustivos questionamentos. Os petistas fazem o mesmo com os próprios colegas, passando por cima até do respeito nas relações interpessoais, que é uma base essencial do Poder Legislativo. Imaginem se todos os brasileiros se comportassem como eles. Estaríamos em guerra civil. A bancada de senadores do governo é a cara do Lula dos bastidores, o verdadeiro Lula que tinha encoberta sua impressionante grosseria até os brasileiros finalmente saberem de fato como ele é. Eu bem disse que o exemplo vem de cima.
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POR José Pires

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