Os depoimentos do empreiteiro Marcelo Odebrecht, agora que ele assinou delação premiada na Lava jato, vão servir para refrescar a memória da presidente afastada Dilma Rousseff. Em entrevista à Folha de S. Paulo, na semana passada, quando foi questionada sobre encontros que manteve com Marcelo Odebrecht, ela disse o seguinte: “Eu não recebi nunca o Marcelo no [Palácio da] Alvorada. No Planalto, eu não me lembro”. Era mentira dela e logo uma verificação feita pelo jornalista Josias de Souza nos arquivos arquivos eletrônicos do Planalto mostrou que Dilma recebera o dono da Odebrecht pelo menos quatro vezes desde que virou presidente. Isso oficialmente, é claro. Duas dessas visitas do empreiteiro foram no Palácio da Alvorada, a casa dela. Se encontraram em 2014, ano de campanha para reeleição. No Palácio do Planalto o empreiteiro teve duas audiências com a presidente, ambas em 2013.
Dependendo do que Marcelo Odebrecht terá para dizer ao Ministério Público, a reeleição pode ser um grande problema de Dilma e provavelmente não será o único. E pela sua negação imediata sobre os encontros que teve com o empreiteiro, a impressão que ela passa é que tem medo do que vem por aí. Ora, por que Dilma tentou esconder que recebeu o presidente de uma das maiores empreiteiras do país, que inclusive presta serviço ao Governo Federal? Em teoria, não há nenhum problema num encontro desses. A não ser que a conversa entre os dois tenha se desenvolvido por outros lados que não a boa relação entre o Estado e um prestador de serviço. Por isso eu acho que essa delação premiada do Marcelo Odebrecht vem em boa hora, agora que Dilma anda tão esquecida quanto seu padrinho Lula. Ela pode descansar a cabeça que o Marcelo é capaz de lembrar de tudo de interessante que aconteceu entre os dois.
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POR José Pires
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