Já comentei outras vezes sobre como é engraçado acompanhar os nomes de políticos e autoridades do governo anotados em código pelos executivos de empreiteiras envolvidos no esquema de corrupção do governo do PT. Eles não eram nada sutis, o que deixou fácil pelo menos para o Ministério Público e a Polícia Federal descobrir quem é quem nas listas de propinas. Só para dar uma ideia da tremenda bandeira dos criminosos, lembro que o ex-presidente Lula tinha o nome anotado como "Brahma". Eles não eram mesmo nada sutis. Só faltou chamarem ele de "51".
Pois agora apareceu o nome da senadora Gleisi Hoffmann em uma lista de propinas. Ela é chamada de "Coxa". Achei muito significativo, apesar de que Gleisi é bem capaz de vir com uma conversa de política de gênero, alegando machismo dos corruptos que a chamavam desse jeito nos bastidores. É óbvio que "Coxa" está no sentido de coxa-branca, apelido de curitibano, mas a senadora petista é danada para tentar arrumar encrenca com os adversários, abusando do politicamente correto pra se fazer de vítima. Duvido que os corruptos tenham pensado num duplo sentido para o apelido, mas é capaz de ela vir com uma apelação, como faz o tempo todo no Senado. Gleisi bate firme. Atropela até o devido respeito formal observado no Senado. Mas quando recebe o revide, faz mimimi feminista.
Gleisi virou "Coxa" numa relação de políticos que receberam dinheiro da Construtora Odebrecht. Ela é suspeita de receber meio milhão de reais durante as eleições de 2014'. Em delação premiada, o empresário Bruno Martins Gonçalves Ferreira disse que no edifício da Odebrecht ele presenciou o acerto para a entrega do dinheiro, em reunião entre Fernando Migliaccio da Silva e Leones Dall’agnol. Migliacio é ex-diretor da Odebrecht e foi um dos administradores do departamento de propinas da empreiteira, segundo investigadores da Lava Jato. Atualmente é um dos principais delatores da Odebrecht. E Dall'agnol na época era chefe de gabinete de Gleisi.
Dall’agnol tem uma carreira de estreita ligação com a senadora petista e o marido, ex-ministro Paulo Bernardo. Além de ter sido chefe de gabinete da ex-ministra na Casa Civil, ele integrou o conselho de administração dos Correios, presidido na época por Paulo Bernardo, então ministro das Comunicações. Foi Dall'agnol quem coordenou a campanha de Gleisi ao governo do Paraná em 2014. Para esse ano, além de Gleisi como governadora o grupo petista tinha como peça essencial no projeto de poder no Paraná a eleição de André Vargas para o Senado, mas o destino não permitiu. Vargas foi preso antes e Gleisi chegou sozinha e abalada politicamente à eleição, que perdeu feio.
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POR José Pires
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Imagem- Em março de 2014, a senadora Gleisi Hoffmann e seu parceiro, então deputado André Vargas, em cerimônia de lançamento de um caríssimo sistema de transporte público, em Londrina, projeto que felizmente para a cidade não foi à frente. Com Gleisi e Vargas como avalistas políticos, o dinheiro viria da Caixa Econômica Federal
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