Vejam só: apareceu mais uma daquelas notícias que parece gozação de site de humor. O Facebook vem atrapalhando a vida do sambista carioca Neguinho da Beija-Flor, impedindo que ele impulsione postagens em sua página porque o sistema alega que a palavra "Neguinho" é ofensiva. É sério. A notícia saiu na coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
Será que estamos envolvidos de forma irremediável pela cretinice do politicamente correto? Esta tolice racialista do Facebook me fez lembrar que há alguns anos Neguinho da Beija-Flor fez análise de DNA para saber qual era afinal sua ancestralidade. Feita a pedido da BBC Brasil em 2007, como parte do projeto Raízes Afro-brasileiras, a análise concluiu que o sambista é geneticamente mais europeu do que africano. O resultado deu que apenas 31,5% de seus genes tem origem na África, sendo 67,1% da Europa.
É claro que isso acabaria com a conversa politicamente correta, que é um papo muito chato. Isso se fosse possível esperar bom senso de quem assume esse discurso. Mas como fazer se até a cúpula do Facebook apoia esse tipo de coisa? Como se dizia antigamente, durma-se com um barulho desses. E aproveite-se, porque é provável que o barulho vai aumentar. Talvez ainda consigam instalar o conflito racial em nosso país, que já sofre com tantas outras encrencas. Como se vê, tem até neguinho que nem sabe que na língua portuguesa quando se fala “neguinho”, na maioria das vezes não tem outro significado senão o de dizer neguinho.
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POR José Pires
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