De vez em quando brota nas redes sociais uma movimentação, digamos que política, apontando para determinada pessoa uma indignação baseada mais em aspectos pitorescos do que nos fundamentos políticos desse alvo de ocasião. É o que acontece agora com o deputado André Fufuca, ou simplesmente Fufuca, que vem sendo usado quase como um adjetivo da condição atual dos dirigentes deste país. O deputado Fufuca ocupa interinamente a presidência da Câmara, enquanto Rodrigo Maia fica na presidência da República até Michel Temer voltar de viagem.
Dá para entender o estado de ânimo das pessoas, que justifica-se pela situação terrível que temos que aturar. A tiração de sarro vem também do caráter folgazão do brasileiro, que no geral está sempre fazendo piada em vez de agir ou ao menos avaliar com seriedade a situação que aí está, que ao contrário do que muitos dizem não tem comparativo com nenhuma desgraça social que vivemos até agora. Aliás, em relação a esta nação folgazã, não é difícil prever que dentro de alguns anos talvez estejamos comentando sobre esses dias como a época em que disparava-se piadas para todo lado enquanto o Brasil se acabava.
Mas, agora falando sério, voltemos ao Fufuca. O deputado vem sendo superestimado em seu papel, que é só de interino e sem nenhuma significação que possa ser medida por meio de seu perfil pessoal. Por sinal, ele é apontado com escárnio mais em razão do ridículo nome de guerra e pela faceta que não teve o crivo de um bom marqueteiro. Fufuca sofre tanta rejeição é pela falta de outros "fufucas", bem trabalhados pela propaganda e com maior experiência no disfarce de sua fufuquice, mas que mesmo assim foram sendo abatidos pela polícia, o Ministério Publico ou mesmo pela própria incompetência na gestão da carreira.
Ora, o que é o presidente Michel Temer, senão um fufuca? Veste-se melhor, emposta a voz na hora de falar besteiras (quando até ressuscita a União Soviética) e sabe fazer pose de sério, mas não deixa de ser um fufuca. Pode-se dizer a mesma coisa de Lula, o presidente que mais falou asneiras na história deste país, além de também colocar uma porção delas em prática. Lula é um fufuca. Passaríamos horas nisso, se fôssemos falar de todos os fufucas. De Rodrigo Maia, por exemplo, nem é preciso dizer nada.
Eles arrasam nosso país há décadas. Estão em todos os cantos, inclusive na liderança do que antes era a oposição que prometia acabar com os fufucas, mas que infelizmente também foi tomada por este espírito, como aconteceu com o candidato derrotado pela também fufuca Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves, este mentiroso que manda a própria irmã pegar dinheiro vivo com um corrupto e depois diz que foi vítima de conspiração. O tucano é sem dúvida nenhuma um fufuca.
Estamos tomados por fufucas, parte deles muito mais escolados que o deputado André Fufuca e disfarçados de bons políticos, à esquerda e à direita, no centro também, às vezes como bons gestores, noutras como articuladores competentes, mas todos uns fufucas. Neste aspecto, o deputado Fufuca tem até um mérito, se é que pode-se dizer desse modo, que está no seu próprio jeitão. O caro interino é um caso em que a aparência não engana, apesar de que ser fufuca é algo que vem de dentro. Porém, ele ao menos não esconde que é um fufuca. Mas espera aí, quem foi que votou em todos esses fufucas? Aí é que está: talvez este seja um país de fufucas.
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POR José Pires
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