Se alguém ainda tinha dúvida de que Aécio Neves é culpado, agora com a carta de solidariedade do PT acabou qualquer confiança no senador tucano. Ora, quando o PT defende algum político, com certeza o cara aprontou bastante. Como já aprendeu o ex-ministro Antonio Palocci, o partido do qual ele pediu hoje a desfiliação só é solidário com quem respeitaa a omertà. Aécio teve o mandato suspenso e também está proibido de sair de casa à noite, o que no caso de alguém com a, digamos, personalidade dele pode até ser classificado como uma crueldade do STF.
É espantoso, mas de fato o PT emitiu nota oficial de apoio, com a exigência de que o Senado entre em ação para repor o mandato do tucano. O texto tem seu lero lero para acalmar o público interno petista. Como preâmbulo, dão um severo pito no senador, com aquela notória exaltação petista e os exageros de sempre — o acusam de ser “um dos maiores responsáveis pela crise política e econômica do país” e todo aquele blá-blá-blá —, mas o principal é que querem ajudar Aécio se safar de mais essa, com um chega pra lá dos senadores no STF.
É claro que tem safadeza nisso, o que é natural, senão não seria coisa do PT. A nota tem a mãozinha trêmula da presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann, que pretende criar uma situação que lhe dê uma espécie de isonomia em relação a Aécio Neves. Caso o Senado o salve do STF, a petista cognominada de “Amante” na planilha da Odebrecht terá o mesmo direito, se esta alta corte resolver afastá-la também. Ré em um processo que pode lhe dar até pena de prisão, Gleisi age em causa própria com este apoio. Tudo bem, politicamente não deixa de ser um abraço de afogados, mas com este abraço ela pretende evitar que ambos afundem sob o peso da lei.
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POR José Pires
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