A senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, foram vaiados na Rússia. Vaia internacional não é pra qualquer um. O casal foi vaiado neste domingo por um grupo de brasileiros, durante visita ao Museu Hermitage, em São Petersburgo. Não se sabia dessa inclinação pela arte dos dois petistas, mas o passeio diz muito da imoralidade desses tempos. Enquanto os brasileiros sofrem os efeitos terríveis do governo do PT, dois dos responsáveis pela tragédia nacional — ambos réus no STF por corrupção — fazem turismo.
O Hermitage é conhecido pelo grandioso acervo, com obras modernistas maravilhosas, de artistas como Matisse, Picasso, Monet, Gauguin e outros grandes mestres. O rico acervo nada tem a ver com o sistema comunista tão admirado por Bernardo e Gleisi. É de antes da revolução de 1917, quando uma elite de alta qualidade intelectual já tinha olhos para o que de melhor se fazia na arte ocidental. Era preciso muita sabedoria para compreender propostas que o público nem queria ver nessa época. Parte essencial da coleção do Hermitage vem de visionários, como o industrial russo Serguei Shchukin.
Mas voltemos à vaia ao casal petista nos corredores do museu russo. Isto é só uma pequena mostra dos dissabores reservados aos dois, especialmente para Gleisi Hoffmann, que ainda está com a intenção de manter a carreira política. A presidente do PT precisa muito de um mandato para ajudar na sua defesa, ela que na planilha da Construtora Odebrecht é chamada de “Amante”. Caso não tenha sido condenada e presa até a próxima eleição, sua campanha em 2018 não terá nenhuma das facilidades das anteriores, principalmente no fator financeiro, que permitia a contratação dos marqueteiros mais caros do ramo.
É evidente que o Senado estará livre de sua presença. Em baixa no seu estado, o Paraná, Gleisi só pode tentar uma eleição para a Câmara Federal. E isso vai abrir uma acirrada disputa interna no PT estadual. O partido vem caindo ano após ano. Nesta última eleição municipal a performance petista foi um desastre em todo o estado. No plano federal, de 2010 para 2014 a bancada caiu de cinco para quatro deputados eleitos. E em 2014 a eleição foi com Dilma Rousseff na cabeça de chapa, com a dinheirama correndo solta, conforme foi revelado depois pela Lava Jato. Também em 2014, Gleisi já mostrou como vai mal de prestígio eleitoral. Disputou o governo estadual e foi um fiasco: ficou em terceiro lugar, com 881.857 votos. Portanto, são péssimas as previsões para a carreira política da senadora petista. É provável até que no ano que vem Gleisi tenha saudades dos bons tempos, esses de agora, quando é vaiada na Rússia.
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POR José Pires
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