O site G1 publica neste sábado uma matéria muito esclarecedora sobre o resultado de perícias feitas pelo Governo Federal em aposentadorias por invalidez. Os números são espantosos, mesmo com o conhecimento que já se tem da precariedade de controle sobre pagamentos do governo nos mais variados setores e atividades. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, três em cada dez aposentadorias foram invalidadas depois de inspeção apenas nos primeiros 20 dias deste mês de março. Em 69,7 mil perícias foram cortados 19,4 mil benefícios. Já havia ocorrido outro pente-fino depois do afastamento de Dilma Roussef. Esta perícia foi entre agosto de 2016 a fevereiro de 2018, com 1,7 mil benefícios cortados de 10 mil avaliações de aposentadoria por invalidez. O corte é de 17,3%. Os cortes deste mês de março totalizam 28%. A revisão entre agosto e fevereiro gerou uma economia de R$ 5,8 bilhões. A previsão para 2018 é de mais R$ 10 bilhões.
É claro que, como sempre, aparecem aquelas informações que costumo chamar de notícias ao revés, quando um ato de governo causa surpresa mais pelo fato de que isso não seja uma tarefa de rotina. Mas no Brasil é assim: o extraordinário é o que deveria ser ordinário. Um dos trabalhos feitos agora foi convocar para a perícia quem recebe auxílio-doença e estava há dois anos sem passar por revisão médica no INSS. Pois é, a situação estava desse jeito durante o governo do PT. Isso foi realizado na primeira etapa do pente-fino. Foram examinados 253 mil casos de auxílio-doença. 202 mil (79,8%) dos benefícios foram cancelados e 50,9 mil mantidos. Um resultado inverso já seria demonstrativo de total destruição da capacidade de controle, não é mesmo? Só neste caso, a economia foi de R$ 500 milhões. Assim era o PT no poder, cuja militância hoje em dia restrita a raivosos gatos-pingados volta a apontar nos outros a culpa pelo que foi feito por eles mesmos e dos resultados de seus próprios crimes.
A matéria do G1 nos traz a informação sobre um trabalho que não seria necessário se obrigações básicas estivessem sendo cumpridas. E não só pelo comando de governo ou dos ministérios. É evidente que práticas rotineiras de trabalho inexistem por parte do funcionalismo público. Dá a impressão de que esse pessoal está empregado num lugar que eles não conhecem bem, sem interesse algum na qualidade do que estão fazendo. A máquina pública não anda e nisso a esquerda brasileira faliu de vez, pela grotesca falha de em mais de dez anos de poder não ter consertado o que tanto criticou quando estava na oposição, uma conversa fiada que agora está voltando.
Mas, deixando esses salafrários vermelhos para lá, vejam o que não é possível fazer para que o país ande pra frente. Atitudes básicas, trabalho rotineiro, dessa forma pode-se não só conter gastos fraudulentos como também melhorar o atendimento a quem realmente precisa. E como isso foi possível de ser feito por um governo tão frágil do ponto de vista institucional e mesmo comandado por notórios patifes, como é o governo Temer, dá para imaginar quanto mais seria realizado por um governo com gente decente no comando. O Brasil seria outro, com questões básicas resolvidas e a máquina pública em funcionamento. O brasileiro poderia então, enfim, ter sossego para cuidar da própria vida.
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POR José Pires
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Leia aqui a matéria do G1
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