O Le Monde Diplomatique é um jornal esquerdista francês, dos mais sórdidos e desonestos do mundo, com uma edição em português que consegue ser mais desonesta que a matriz francesa. Dá curiosidade de saber quem é que paga esta publicação no Brasil, já que leitores mesmo, evidentemente eles têm bem pouco. Pois o Le Monde Diplomatique resolveu na sua última edição pegar o cantor de rap Mano Brown para analisar politicamente o nosso país. Bem, para uma esquerda que acha que Márcia Tiburi é filósofa, não vai mal um Mano Brown de analista político.
O jornal produziu uma arte que alguns gatos pingados das redes sociais andam compartilhando. Nela, está a essência da sua entrevista. Vejam o que Mano Brown disse: “O PCC controlou os homicídios em São Paulo. O sistema depende da violência para sobreviver. É diferente do PCC, onde a violência faz eles perderem dinheiro. Eles precisam da paz. O sistema precisa da guerra para vender mais arma, para empregar mais gente na polícia”. É duro ler um negócio desses nesse momento difícil que vivemos, de uma violência impressionante da parte da bandidagem. O Le Monde Diplomatique condensou o pensamento do cantor de uma forma que atende ao projeto do jornal, que só consegue se relacionar com aquele típico leitor de país subdesenvolvido que aceita o rótulo de coitadinho que esquerdista europeu gosta de aplicar na América Latina. Foram buscar o analista ideal para isso.
Tanto Mano Brown quanto o jornal francês parecem ter dificuldade de entender ou não querem apontar uma tática muito simples das quadrilhas do tráfico, que é manter em relativa tranquilidade seus territórios, sem que obviamente isso tenha algo a ver com "paz", muito menos em contraposição a uma suposta "guerra". Todo mundo sabe que este controle é feito pelo terror, com uma crueldade espantosa contra moradores dos lugares onde eles mandam. O cantor de rap mostra dificuldade também na análise da entrada de jovens no mundo do crime, quando afirma, noutro trecho da entrevista, que esses jovens buscam ser acolhidos, o que, segundo ele, é feito pelos criminosos com os rejeitados pela sociedade. Neste ponto, ele passa a mão na cabeça de uma minoria de jovens violentos, com uma lamentável condescendência com o crime. Erra até quando aponta o dedo para a polícia, mesmo havendo sem dúvida a necessidade da crítica a abusos policiais. No entanto, a maioria dos brasileiros, milhões deles, tem mais segurança quando cruza com uma patrulha policial do que com um bando de manos prontos para rejeitar o “sistema”, de que Mano Brown tanto fala.
Bem, é preciso observar que mesmo sendo grave o desvio da vida desses jovens, é sempre uma minoria que cai no crime, até pelo fato do tráfico não poder contemplar financeiramente muita gente e porque a maioria dos jovens tem valores morais, religiosos, de família, de educação, trabalho, sentimentos que os fazem evitar cair na bobeira de se bandear para a vida miserável do crime. O rap tem na sua base a exaltação do jovem marginal da periferia, que mesmo quando não está ligado diretamente ao crime e às drogas, toca o terror em bandos contra outros jovens que levam a vida com dignidade, trabalhando e estudando. Até por uma questão de mercado, Mano Brown não tem mesmo como ver esta multidão de jovens das nossas cidades que, como se costuma dizer, levam a vida na boa.
São milhares de jovens em algumas cidades, milhões em outras, tudo gente pobre ou de classe media, mantendo-se longe do crime, sem ver nos criminosos o sentimento "acolhedor" de que Mano Brown está falando. Portanto, são milhões sendo acolhidos, sim, pela sociedade, por suas famílias, pelos amigos, pelas escolas, uma enormidade de gente em comparação com os poucos que entram para o crime. Esses devem ser socorridos, sem dúvida alguma, mas o respeito social deve ser para juventude que trabalha, a juventude que estuda, os moços e moças que levam a vida dentro da lei, mesmo tendo a vida atazanada no cotidiano pelos encrenqueiros exaltados pelos rappers.
Mano Brown sofre daquela antiga síndrome esquerdista de ver bandidos como heróis contrários a um "sistema", que na cabeça dele é a razão do mal. Há poucos dias ele estava jogando bola com um líder político que pensa do mesmo jeito, o ex-presidente Lula. Antigamente esse pessoal fazia isso com facínoras como Lampião. Hoje em dia é com os encrenqueiros das periferias. O outro lado, claro, é o da “guerra”. Daí seu discurso, suas músicas e seus apelos, que nunca favorecem as pessoas decentes que não se deixam levar pelo crime, seja o das quadrilhas que dominam as periferias ou as que comandam a política.
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POR José Pires
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Imagem- Sob o quadro em vermelho, a arte do jornal Le Monde Diplomatique
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