sábado, 3 de março de 2018

Sérgio Cabral, suas joias e seus parceiros de aventura

A nova condenação do ex-governador Sérgio Cabral nesta semana faz dele uma espécie de recordista da corrupção em matéria de tempo de cadeia. Ele foi condenado a 13 anos e 4 meses de detenção, o que completa 100 anos no total de penas que terá que cumprir. Infelizmente, como se sabe, ele não ficará esse tempo na cadeia. A legislação brasileira tem uma série de atenuantes que resulta em diminuição do tempo de prisão, com progressão de pena até para autores de crimes cruéis e premeditados, alcançando também os corruptos, cujos crimes, em sua maioria, não deixam de ser hediondos, pelos dramáticos efeitos na vida da população, ainda mais graves em um país com as necessidades vitais não asseguradas, como é o nosso Brasil.

A ponta final da corrupção acaba recaindo na falta de serviços de saúde e remédios principalmente para os mais pobres, a carência de alimentos básicos, falta de segurança, de emprego, enfim uma cesta completa de necessidades vitais que estarão em falta não só por causa do roubo do dinheiro como também pelo desmantelamento da máquina pública, que acaba sendo tomada pela incompetência e a total falta de cuidado com qualquer qualidade. Vimos o que isso causa na vida cotidiana e vamos sofrer durante anos sua consequência, depois da destruição do Brasil, cometida pelos governos do PT, comandados por Lula e Dima Rousseff.

Quando é deixado solto, agindo na impunidade e até sendo prestigiado com base em uma imagem bancada pelo dinheiro público, o corrupto acaba ampliando de forma trágica seus malefícios, como pode ser visto na situação do Rio de Janeiro. Cabral merecia prisão perpétua, assim como os responsáveis pelo desastroso poder de destruição adquirido por ele para cometer seus crimes. Na minha visão, até esse favorecimento político tem que ser computado na responsabilização da afronta feita ao Rio, que de terra influenciadora da sensibilidade, da beleza e da boa convivência passou a ser um território das desgraças mais tristes deste país. Lula e Dilma são também culpados da agonia do Rio, assim como deve-se também cobrar a responsabilização da maioria da classe política representativa daquele estado e de figurões nacionais.

A nova condenação do ex-governador Cabral se deve a recursos lavados por meio de compra de joias, em propinas com origem numa das grandes empreiteiras do esquema federal de corrupção, a Andrade Gutierrez. Este caso das joias acabou ficando mais conhecido por um acontecimento de certa forma até pitoresco durante o julgamento, a cargo do juiz Marcelo Bretas. Em seu depoimento, o ex-governador apontou os negócios da família do magistrado no ramo de bijuterias, argumentando que por isso Bretas deveria saber que “não se lava dinheiro com joias”, o que pareceu uma ameaça. A fala de Cabral acabou sendo também engraçada, pois se enquadra na típica argumentação de bandido, soando como uma alegação de que ele não seria tolo de lavar dinheiro dessa forma. Agora, na sua sentença, o juiz Bretas voltou ao assunto, lembrando que “esta é uma modalidade clássica de lavagem de dinheiro”. De fato, Sérgio Cabral estava certo. Ele não devia ter sido idiota de lavar dinheiro de um jeito tão banal.
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POR José Pires

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Imagem- A alegria geral no palanque em 2010, na primeira eleição de Dilma 
Rousseff e a reeleição de Cabral para o governo do Rio

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