quarta-feira, 4 de abril de 2018

Brasil, democracia subordinada

Nada é pior para a democracia que uma intervenção militar. Porém, o estrago no sistema político e institucional já está feito quando ocorre uma ação como a manifestação pública do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, sobre o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula, seguido do apoio direto de outros generais da ativa. Na prática, ficou afirmada a real possibilidade de intervenção das Forças Armadas.

O que pode piorar, geralmente piora mesmo. Esta é uma regra que pegou no Brasil. O país já não ia bem, mas neste mês de abril teve agravado seu mau estado. Ficou estabelecido que nossa democracia está subordinada ao desejo das Forças Armadas. A tutela não é a da proteção institucional assegurada pela Constituição. Os militares são de um poder mais elevado, com o direito de puxar orelhas se os comandantes acharem que é necessário.

Uma classe política incompetente e mesquinha, incapaz de cumprir até obrigações básicas, colocou o país nesta condição complicada e muito vergonhosa. Para este desastre, foi importante a empurradinha de juízes do Supremo Tribunal Federal, com suas idas e vindas ao sabor de interesses pessoais, além do comando incompetente e corrupto de um presidente lamentável, este Michel Temer, que já tem a garantia de uma triste memória quando seu governo, enfim, tiver acabado.
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POR José Pires

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