quinta-feira, 16 de maio de 2019

Doce encontro de maiorais em Nova York

Como Jair Bolsonaro anda com medo de viajar para Nova York, enquanto ele seguia para dallas, no Texas, quem brilhou no evento da Câmara de Comércio Brasil foi o governador João Dória. Como se sabe, Doria é um sujeito dinâmico, de tal modo que a única garantia de que ele não largará o mandato de governador pelo meio é que eleição para cargo mais importante só tem em 2022. Até por isso, a ausência de Bolsonaro foi bem aproveitada por Doria, no papel de vendedor das facilidades de negócios no país. Esqueçam o Bolsodoria. Os indicativos são de que discurso violento não traz mais tanto benefício, o que exige uma mudança de marketing.

O rega-bofe teve a participação de empresários e investidores. Além de Doria também estavam em Nova York os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e David Alcolumbre, na mesma mesa em que estava o presidente do STF, Dias Toffoli, como pode ser visto na foto que publico, extraída do blog do jornalista Jamil Chade. Mas o que é que essas figuras públicas têm a ver com um evento para contatos com investidores? Nada, é claro. A não ser que se acredite que depois de ver juntos esses três, bebendo vinho francês, um investidor americano ficará mais convencido a arriscar seus dólares em nosso país.

Mas pode-se dizer que cada qual que viaje para onde quiser e vá ao evento que julgar apropriado. Bem, de fato a situação pode ser vista por este ângulo, no entanto os custos teriam de sair exclusivamente do bolso dos presidentes do Senado, da Câmara e do STF, o que não foi o caso. O país está em crise, sem dinheiro para uma porção de gastos essenciais, mas sempre tem verba pública para essas inúteis atividades de representação, que nada mais são que viagens de recreio de maiorais.
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POR José Pires

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