Já os produtos que têm a imagem relacionada ao jogador não podem fazer de conta que nada está acontecendo. Foi feio o estrago na carreira de Neymar. Sua chance de sair dessa com menores danos implica de qualquer forma em um final humilhante: ficará como um otário que caiu em uma armação completamente maluca. E nem de longe estou colocando em dúvida a versão da mulher que o acusa de estupro. Nunca estive entre os brasileiros que acreditam incondicionalmente em Neymar, como é o caso do presidente Jair Bolsonaro, que bem do jeitão dele, já antecipou o veredito sobre o que ocorreu entre o casal no hotel em Paris.
Bolsonaro podia então arrumar uma boca para o jogador em seu governo. Ele vai precisar. Seja qual for a conclusão desse caso, na Justiça ou num acordo de bastidores entre as partes, Neymar estará com a imagem bichada para a lucratividade dos contratos milionários da publicidade. O presidente pode encaixá-lo como ministro. Qualquer pasta serve, mesmo que todos saibam que a única coisa que Neymar sabe fazer é jogar futebol. Todo mundo já sabe também que neste governo não se exige qualificação profissional, de cima a baixo, a começar pelo chefe.
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POR José Pires
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