sexta-feira, 12 de julho de 2019

O chefe que atrapalha o serviço

Já se diz que a votação em segundo turno da reforma da Previdência pode ir para depois do recesso do Congresso, em agosto. Caso isso ocorra, provavelmente a proposta corre riscos. Neste período de espera pode haver a desmobilização dos apoiadores e abre-se a oportunidade para a oposição criar complicações futuras.

E o presidente Jair Bolsonaro não só não ajuda como atrapalha bastante, como fez diretamente quando tentou favorecer agentes de segurança e nas suas constantes atrapalhações políticas, algumas abaladoras para a credibilidade do governo, como essa ideia de nomear seu filho Eduardo Bolsonaro para a embaixada dos Estados Unidos, que aparece em momento crucial da reforma, quando o presidente da Câmara e parlamentares trabalham duro para sua aprovação.

Com este presidente sem noção aprontando o tempo todo como estará a situação política depois do recesso? Outro fato a ser avaliado, mas aí já com a reforma aprovada, é que evidentemente será preciso colocá-la em prática, o que deixa de ser responsabilidade do Legislativo, passando para a esfera do governo, inclusive com a tarefa de encaminhar e colocar em prática outras medidas necessárias para compor com as mudanças na Previdência o cenário econômico que pode tirar o país dessa grave crise.

E alguém acha isso possível sob o comando de um presidente que no meio de uma crise brutal e enquanto deputados labutam para aprovar uma proposta vital para seu governo está ocupado em nomear o filho como embaixador? Eu duvido muito. Até espero estar errado, porque sei que com a permanência dessa toada grotesca a nossa vida não vai melhorar, mas tenho a convicção de que o problema mais grave do país é mesmo o de comando.
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POR José Pires

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