sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Lula, a esquerda francesa e outros enganos da história

Os petistas seguem no hábito suicida de viver da ilusão de um mito que não se sustenta nem internamente no partido e muito menos entre os brasileiros. Nesta sexta-feira os remanescentes deste autoengano repassam uma notícia de que Lula recebeu o título de cidadão honorário de Paris. Bem diferente do que é comum aqui no Brasil, o título é dedicado a pessoas ao redor do mundo que defendem os direitos humanos. Recentemente foi dado ao jornal Charlie Hebdo, que teve sua redação metralhada por terroristas islâmicos em janeiro de 2015, com 12 mortos e cinco feridos. Agora Paris desonra as vítimas desse atentado político, concedendo o mesmo título ao cínico gatuno brasileiro.

Será difícil para um esquerdista francês entender que Lula está preso por seus crimes e não por qualquer ato de heroísmo? Parece que neste caso a máquina de propaganda petista vem funcionando. Claro, que o ato de solidariedade com um líder latinoamericano preocupado com os mais pobres serve também, na própria Paris, para político esquerdista seduzir seu eleitorado local, mas esta falsa narrativa sobre Lula e seu partido é algo que vem sendo martelado há décadas no ouvido da esquerda européia.

Os petistas se aproveitam também de um amplo legado histórico de solidariedade e um pesado complexo de culpa que vem de tempos coloniais, muito presente entre os europeus. Isso faz muitos aceitarem sem discussão a narrativa da alegada qualidade do salafrário chefão do PT.

Claro que para o engodo dar certo contribuiu também a absoluta ineficiência dos partidos brasileiros nesses anos todos em informar no exterior a verdade sobre o governo do PT no Brasil. Essa é uma falha histórica dos tucanos, hoje em dia com pouquíssimo prestígio internacional, enquanto o líder de um governo que deixou o Brasil destruído em todos os aspectos e com 12 milhões de desempregados posa de redentor das classes mais pobres.

Historicamente os europeus têm há muito tempo uma queda por mitos latinoamericanos, por isso fica fácil para a esquerda enganar seus colegas franceses com a lengalenga do pai dos pobres e do PT como partido de políticas econômicas igualitárias. Cabe lembrar que estamos falando de uma esquerda que durante décadas fez a apologia do comunismo, fechando os olhos ao que foi um método da manutenção do poder em todos os regimes socialistas: o desrespeito aos direitos humanos.

É uma grande ironia da política internacional: intelectuais aproveitavam a democracia na França para exaltar regimes onde seriam imediatamente presos se tentassem exercer o mesmo direito de se expressar do jeito que quisessem.

Uma parcela muito grande da intelectualidade francesa deu apoio aos regimes comunistas mais cruéis, mesmo com o aviso claro e substancial de muitos intelectuais, entre eles André Gide e Raymond Aron sobre o clima de terror em países como a União Soviética ou na China de Mao Tsé-tung e mesmo em Cuba. Ainda em 1936, Gide já denunciava a decepção com o comunismo, conforme escreveu depois de uma viagem à União Soviética no livro Retour de l’URSS — a revolução soviética é de 1917, lembro para apontar a sua capacidade de visão e a admirável coragem pessoal.

Como sempre ocorreu entre a esquerda francesa, Gide foi pressionado, difamado e excluído pelos colegas, mas não voltou atrás em seu testemunho. Foi confirmado muitos anos depois e do pior modo, com as revelações do terror soviético e da falência do regime. Mesmo assim, passado muito tempo e já com os crimes do comunismo denunciados pelo próprio governo soviético, o filósofo Jean-Paul Sartre e uma porção de intelectuais ainda apoiava Mao Tsé-Tung e seu governo criminoso na China. E Sartre ainda viajava para Cuba, dando seu apoio ao regime de Fidel Castro.

Claro que Lula é fichinha perto de grandes criminosos internacionais da história da esquerda. Também não estou dizendo que Sartre seria capaz de visitar Lula na cadeia, em Curitiba. O filósofo francês apreciava criminosos de maior porte. Comparado a tiranos cruéis como Stálin, Mao Tsé-Tung, Fidel Castro e mesmo o fundador da linhagem criminosa, o sempre esquecido Lênin, o chefão do PT é apenas um ladrãozinho barato, o idiota político que deixou de lado a chance de gravar seu nome de fato com honra na história brasileira para chefiar um esquema de gatunos do dinheiro público.

Mas não deixa de ser espantoso que ainda hoje tenha entre a esquerda francesa gente que não se dá ao trabalho de fazer uma rápida pesquisa sobres os crimes de Lula e seu partido em nosso país, inclusive o de aniquilar moralmente a esquerda local, com seus ladrões e incapazes que causaram rejeição suficiente para fazer os brasileiros elegerem um improvável presidente, de tanto que foi o nojo e o medo do PT voltar ao poder.
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POR José Pires


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Imagem- Em 1970, já com os crimes do comunismo revelados com toda sua crueldade em 
todo o mundo, Jean-Paul Sartre vende o jornal maoista La cause du peuple nas ruas 
de Paris; repare a efígie de Mao Tsé-Tung, bem grande no logotipo do jornal

 

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