quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Lula e a alegria de ver que “o povo está fodido”

O ex-presidente Lula fez carreira praticando a mais indecente dissimulação, escondendo suas reais intenções e fingindo ser o que nunca foi, mas em certos momentos ele diz o que sente no coração. Nos últimos tempos, depois de impor um domínio absoluto sobre seu partido e ficar livre de ter que ouvir e aceitar recomendações de acadêmicos, dirigentes partidários e militantes, ele vem se soltando ainda mais, o que nos faz ouvir confissões como a de que gostaria de ver acontecendo em nosso país o que vem sofrendo o Chile — onde já morreram 23 pessoas depois de uma onda de violência na ruas, com saques e também milhares de feridos.

Logo que saiu da cadeia, o condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pediu que os militantes do PT “seguissem o exemplo do povo do Chile”. Dá para entender o que vai pelo coração de Lula e até imaginar sua emoção ao pensar o que poderia fazer em matéria de demagogia e politicagem se pudesse contar com ao menos meia dúzia de mortos em ruas brasileiras. Porém, felizmente o Chile não é aqui, ainda que haja gente na esquerda que, rompendo os limites até do “quanto pior, melhor”, tenha esse desejo absurdo de ver o pior acontecendo em nosso país. É uma síndrome muito louca, de figuras que gritam pela queda de uma Bastilha que só existe em sua imaginação.

Claro que não é só o Lula que vem falando com o coração. Quase todos os petistas andam querendo afogar suas mágoas com a carnificina em praça pública. O plano é envolver todos os brasileiros com a carga de ressentimento de um partido preso ao passado. Os petistas sofrem de uma regressão emocional que os levou de volta a um período anterior ao dia em que o marqueteiro Duda Mendonça mandou Lula vestir um terno bem cortado, aparar a barba e tomar banho pelo menos uma vez por dia.

O anacronismo pode ser sentido no que vem falando a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann, sobre a visão atual do partido do Lula quanto ao que deve ser feito no Brasil, que segundo ela exige um “discurso radical”. “Tem que ser um discurso ofensivo para falar com o povo que está sofrendo”, ela disse à Folha de S. Paulo, entregando neste adjetivo “ofensivo” tudo o que leva em seu coraçãozinho.

Outra revelação sobre os sentimentos que devem mover o PT em suas ações políticas é uma declaração de Lula nesta quinta-feira. Como eu disse, como o chefão do PT não para de falar, ele acaba soltando o que carrega no lado esquerdo do peito. Ao comentar sobre o que pensava enquanto estava preso por corrupção, Lula disse que na cadeia havia um pensamento que o tranquilizava. É tocante sua preocupação com os brasileiro. Ele disse o seguinte: “O meu alívio era isso: o povo está fodido, esse governo está acabando com o povo”.
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POR José Pires

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