segunda-feira, 11 de novembro de 2019

O companheiro Evo Morales precisa da brava esquerda brasileira

A renúncia de Evo Morales, na Bolívia, traz uma chance histórica formidável para a esquerda brasileira comprovar coragem e determinismo, com esta oportunidade vindo exatamente nos moldes do pensamento marxista, com seu historicismo que roda com larga vantagem para os esquerdistas. Por esta visão, a História, assim, com “H” maiúsculo, é um instrumento progressivo cujo destino é a redenção da Humanidade, também com o “H” maiúsculo, com a esquerda como protagonista do progresso e da (não riam, por favor) liberdade.

A Bolívia pode ser colocada neste enredo heróico, dando a oportunidade para esta nossa esquerda demonstrar afinal sua bravura, tão cantada por eles próprios nas redes sociais, onde enfrentam com uma coragem espantosa o que eles chamam de “fascistas”. Suas lideranças igualmente atuam de forma agressiva, chamando os adversários de “ladrão”, “bandido”, e outras qualificações violentas, além de acusar os outros o tempo todo de golpistas.

Claro que no Brasil ninguém dá de cara na rua com bandos violentos sentando a mão em qualquer um que pareça ter uma quedinha pelo vermelho, de modo que pelo menos até agora não deu para saber se esta esquerda desbocada aguenta o tranco se tiver de fato que enfrentar porrada.

Pois a renúncia de Morales dá a chance aos companheiros para que se juntem de forma organizada, rumando para a Bolívia para devolver o poder ao companheiro boliviano — na lei ou na marra, como gritavam no nosso Brasil dos anos 1960. É a chance de colocarem em prática o tão propalado “espírito internacionalista”, numa ação que pode ter inclusive a liderança de Lula, agora que o corrupto e lavador de dinheiro foi solto para esperar os processos por roubo dos cofres públicos contra ele andarem.

É uma oportunidade que eu diria imperdível de dar uma acelerada na roda da História, sempre com “H” maiúsculo, claro, como o velho Marx ensinou. Vamos lá, companheiros. Todos para a Bolívia na defesa da volta de Evo Morales ao poder, para mostrar afinal que esta bravura esquerdista não é só um lero-lero digital.
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POR José Pires

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