quarta-feira, 11 de março de 2020

O coronavírus e o desafio do bolsonarismo nas ruas

A declaração da Organização Mundial da Saúde de que há uma pandemia do novo coronavírus no mundo livrará o presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores do desafio criado por eles mesmos para este domingo, 15 de março. Governadores já avaliam decretar a proibição de aglomerações em locais públicos e dificilmente isso não ocorrerá. Não tenho dúvida de que deve ter muito governista aliviado com esta possibilidade de se safar da responsabilidade de promover em todo o país atos de apoio a um governo que vem sendo decepcionante.

Desse modo, bolsonaristas podem ter uma justificativa para evitar este grande teste de força política, que na minha visão estava se encaminhando para demonstrar o contrário do que eles acreditam. É improvável que consigam convencer muita gente a se juntar a manifestações em apoio a este governo. Já não teve muito sucesso o último ato promovido por grupos envolvidos na organização da manifestação prevista para o próximo domingo, valendo destacar que o teor daqueles atos não era tão governista.

Tirando as pessoas mais fanáticas, não se vê animação com este governo, que vem gradativamente traindo suas bandeiras de campanha. Da parte de Bolsonaro não se garante nem o fortalecimento da luta pela prisão de corruptos e contra a impunidade. Existe muita dúvida sobre a real posição de Bolsonaro em relação a muito temas importantes que levaram a sua eleição. Nos últimos dias o governo se envolveu em negociações de uma baixeza lamentável, no caso do orçamento impositivo.

Não se sente nas redes sociais um envolvimento visível que possa prever um bom público na manifestação nacional que provavelmente terá de ser cancelada. Com isso, o bolsonarismo talvez se livre de ter que organizar uma grande demonstração de força nas ruas, que na minha opinião iria acabar sendo um grande fiasco neste domingo.
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POR José Pires

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