terça-feira, 25 de agosto de 2020

Bolsonaro e Al Gore: a dificuldade de entender um presidente que não sabe o que diz

Vem sendo bastante compartilhado o trecho do documentário alemão “O fórum”, com uma rápida conversa entre o ex-vice presidente Al Gore e o presidente Jair Bolsonaro, recém-eleito na época da filmagem. Embora não tenha visto o documentário, dá para prever que a pequena participação de Bolsonaro garante a ele um papel de protagonista na fita. Claro que no pior sentido.

 

Ganhador de um prêmio Nobel da Paz pela suas ações como ambientalista, Al Gore fala educadamente sobre sua preocupação com a Amazônia e recebe do presidente brasileiro uma tola resposta. Bolsonaro diz o seguinte: "A Amazônia não pode ser esquecida. Temos muitas riquezas e gostaria muito de explorá-la junto com os Estados Unidos".

 

A afirmação é tão fora de propósito que Al Gore resolve sair de perto de uma figura que evidentemente não é qualificada para um diálogo com um mínimo de lógica. “Eu não entendi muito bem o que você quis dizer”, ele diz. Os olhares que lança depois para Bolsonaro é mais ou menos a percepção de estranhamento que a platéia internacional terá sobre este presidente que tão erradamente foi eleito no Brasil.

 

O deslocamento de Bolsonaro entre os participantes do Fórum de Davos dá até vergonha alheia. É o tiozão do churrasco caindo na festa errada, em um ambiente culturalmente sofisficado demais para o que vai na sua cabeça e além disso com todos comunicando-se em uma língua que ele não entende.

 

No norte do Paraná nós temos uma forma de classificar um tipo como este. Bolsonaro é um jacu, expressão que usava-se antigamente para definir uma pessoa com dificuldade demais para relacionar-se e totalmente sem jeito para convenções sociais fora da sua percepção simplória de mundo.

 

Bem, com um presidente jacu é impossível que o Brasil conquiste respeito e se posicione com competitividade internacionalmente. Pior ainda se o sujeito além de jacu for um ladrão, como Bolsonaro faz suspeitar quando fica furioso com um jornalista e até ameaça dar porradas na sua boca apenas por perguntar-lhe “Presidente Jair Bolsonaro, por que sua esposa recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”.

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POR‌ ‌José‌ ‌Pires‌


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