sexta-feira, 6 de novembro de 2020

O que será de Bolsonaro se perder o amigo fortão das encrencas internacionais

Os indicativos mais recentes da eleição americana é de que o democrata Joe Biden será vitorioso, forçando finalmente Donald Trump a se mudar da Casa Branca. O mundo inteiro espera que os Estados Unidos consigam contar direitinho todos os votos. A chamada maior democracia do mundo parece uma república de bananas quando vai escolher seu presidente.

Com o sistema eleitoral ineficaz dos americanos temos na nossa frente uma eleição que não só acaba quando termina como também nos obriga a torcer para que um dia de fato acabe. As eleições de Al Gore e de Hillary Clinton, por exemplo, estamos até hoje esperando que sejam resolvidas.

Mas, enfim, tudo indica que Joe Biden será o presidente, algo que se de fato ocorrer deverá criar uma situação inédita no Brasil, abrindo um campo muito interessante para a pesquisa sociológica, elucubrações filosóficas, o estudo político, enfim uma variedade de especulações, inclusive do ponto de vista humorístico, claro que de humor negro.

Teremos em nosso país uma cópia que perde sua referência original, com o presidente Jair Bolsonaro sendo obrigado a se virar sozinho para tocar pra frente a imagem de governante que copiou de Trump.

Será divertido observar como ele vai se comportar depois de perder o modelo que tem como guia idolatrado. Não vai ser fácil em uma série de atitudes para as quais não terá nenhum amparo externo, a começar pelo comportamento grosseiro no plano pessoal. Mas ele terá outras tarefas bastante complicadas.

Bolsonaro terá de encarar sozinho as broncas internacionais quando estiver cortando árvores e queimando a Amazônia. Ficará sozinho com o fracasso, a falta de ação, a irresponsabilidade e até mesmo o comportamento cruel na relação de governo com a pandemia. Existem variadas encrencas que terá que encarar na condição de levar uns sopapos sem ter o amigão americano como parceiro brigão. Terá de se haver sozinho com Argentina e Venezuela, por exemplo, mas sua valentia será posta à prova em condição ainda mais complicada.

O vira lata direitista vai ter de se virar em briga de cachorro grande. São as provocações feitas à China, até com manifestações idiotas de racismo e acusações ao governo chinês pela disseminação da Covid-19, que bolsonaristas afirmam inclusive que teve o vírus criado artificialmente pela China como parte de um plano para dominar o mundo.

Bolsonaro só não teve ainda peito para chamar o vírus de “vírus chinês” e certamente com a confirmação da derrota de Trump jamais fará isso. O tosco imitador do ainda e espero que por pouco tempo presidente dos Estados Unidos está para perder um comparsa para sustentar brigas em um plano de forças muito acima das suas ridículas bravatas.

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POR‌ ‌José‌ ‌Pires


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