A situação do presidente do Senado, Renan Calheiros, deve se complicar bastante com a denúncia de que teve sua campanha eleitoral de 1994 financiada pelo bicheiro Plínio Batista, que comandou o jogo ilegal em Maceió e Murici, do fim dos anos 90 até 2002. Batista, que é acusado de vários crimes e assassinatos, alega estar sendo ameaçado de morte por Calheiros. Por saber muita coisa do passado do senador, ele teme pela própria vida. Por isso escreveu uma carta e gravou uma declaração atribuindo a responsabilidade a Calheiros, caso algo aconteça com ele.
“Qualquer coisa que acontecer comigo, um acidente de trânsito, um assassinato, o responsável é o senador Renan Calheiros. Eu o responsabilizo pelas denúncias que eu estou fazendo, pelas provas que eu tenho, por tudo que eu tenho contra ele. Já estou sendo seguido há uma semana”, disse Batista ao jornalista Expedito Filho, de “O Estado de S. Paulo”, que descobriu a história em Maceió, Alagoas.
O jornal publicou extensa reportagem sobre o assunto na semana passada. É mais uma denúncia que comprova que Renan Calheiros é um senador com história. Quanto mais se investiga sua vida, mais se encontra.
O bicheiro afirmou ao “Estado” que, além de cheques, tem fotografias e fitas de vídeos que mostram que o clã Calheiros mantinha relação próxima com ele. O jornalista informou que recebeu cópias de cheques assinados por Remi Calheiros, irmão do senador e na época prefeito de Murici. Os cheques são datados dos anos de 1996, 1998 e 2000.
A intimidade revelada pelo bicheiro Plínio Batista com o político Renan Calheiros é espantosa. O bicheiro afirma que chegou a pagar despesas pessoais do presidente do Senado. “Era só o Renan dar a ordem que eu fazia. Ele e os irmãos foram todos financiados pelo jogo do bicho”, disse ao “O Estado de S. Paulo”.
Batista garante que teve intimidade com o senador até mesmo quando este era ministro do governo de Fernando Henrique Cardoso. Renan Calheiros foi ministro da Justiça de abril de 1998 a janeiro de 1999. O bicheiro disse que participou da cerimônia de posse no Ministério da Justiça.
“O ministro da Justiça não tinha qualquer constrangimento em receber um bicheiro”, contou Batista ao “O Estado de S. Paulo”. A intimidade, segundo ele, dava espaço para piadinhas da parte do então Ministro da Justiça Renan Calheiros. “Como vai o nosso zoológico”, costumava perguntar Calheiros.
Na volta do recesso, o presidente do Senado tem mais esta história para explicar ao país. E isso nos remete à uma declaração sua publicada no “Jornal do Senado” no início da crise. “Não conquistei a Presidência do Senado por acaso. Tenho uma história, tenho uma biografia”, dizia Renan Calheiros.
Não deixa de ser verdade. E que biografia impressionante.
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POR José Pires
terça-feira, 31 de julho de 2007
Calheiros pode ter que dar explicações ao Conselho
Os relatores do processo por quebra de decoro parlamentar contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética vão se reunir nesta quarta-feira, 1, para verificar se todos os documentos solicitados pela Polícia Federal para a conclusão da perícia foram entregues pelos órgãos competentes.
No dia 26 de julho a Polícia Federal iniciou uma perícia nos documentos apresentados pelo presidente do Senado em sua defesa. Anteriormente, técnicos do Conselho comprovaram que não existem pelo menos duas das empresas apresentadas pelo senador como compradoras de seu gado.
O presidente do Senado é acusado de usar dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar despesas próprias e por isso precisa justificar que tem renda suficiente para os pagamentos de pensão e outros gastos com a jornalista Mônica Carvalho. Para isso apresentou notas supostamente referentes à venda de gado. O problema é que tinha muito boi a mais nas contas.
Outra perícia preliminar feita pela PF constatou falta de consistência em boa parte dos documentos. Havia notas fiscais fora da série e até rasuras em registros da venda de bois do senador. Calheiros tenta provar que tem rendimentos agropecuários para o pagamento da pensão da filha.
O senador desapareceu durante este período de recesso parlamentar, mas deverá ser chamado para depor assim que terminarem os trabalhos da polícia. Segundo a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), relatora do processo juntamente com Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE), o convite será feito à Renan Calheiros.
Marisa Serrano disse ao jornal “O Globo” que o Conselho pode convocar também a jornalista Mônica Veloso, ex-amante do senador. A senadora ainda disse considerar necessária a análise dos seis CDs entregues por Pedro Calmon Mendes, advogado da jornalista, ao Conselho de Ética. O material conteria conversas de sua cliente com o senador Renan Calheiros e com Cláudio Gontijo, funcionário da empreiteira Mendes Júnior. Essas gravações comprovariam a relações entre Calheiros e Gontijo.
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POR José Pires
No dia 26 de julho a Polícia Federal iniciou uma perícia nos documentos apresentados pelo presidente do Senado em sua defesa. Anteriormente, técnicos do Conselho comprovaram que não existem pelo menos duas das empresas apresentadas pelo senador como compradoras de seu gado.
O presidente do Senado é acusado de usar dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar despesas próprias e por isso precisa justificar que tem renda suficiente para os pagamentos de pensão e outros gastos com a jornalista Mônica Carvalho. Para isso apresentou notas supostamente referentes à venda de gado. O problema é que tinha muito boi a mais nas contas.
Outra perícia preliminar feita pela PF constatou falta de consistência em boa parte dos documentos. Havia notas fiscais fora da série e até rasuras em registros da venda de bois do senador. Calheiros tenta provar que tem rendimentos agropecuários para o pagamento da pensão da filha.
O senador desapareceu durante este período de recesso parlamentar, mas deverá ser chamado para depor assim que terminarem os trabalhos da polícia. Segundo a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), relatora do processo juntamente com Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE), o convite será feito à Renan Calheiros.
Marisa Serrano disse ao jornal “O Globo” que o Conselho pode convocar também a jornalista Mônica Veloso, ex-amante do senador. A senadora ainda disse considerar necessária a análise dos seis CDs entregues por Pedro Calmon Mendes, advogado da jornalista, ao Conselho de Ética. O material conteria conversas de sua cliente com o senador Renan Calheiros e com Cláudio Gontijo, funcionário da empreiteira Mendes Júnior. Essas gravações comprovariam a relações entre Calheiros e Gontijo.
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POR José Pires
Lula lança moda no Rio
O verão ainda está longe, mas a ululante presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura dos Jogos Pan-americanos já lança moda no Rio de Janeiro. Por lá, faz sucesso uma camiseta com os dizeres: “Eu vaiei o Lula no Pan”.
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POR José Pires
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POR José Pires
Cassado o mandato do governador da Paraíba
O Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba cassou , nesta segunda-feira, 30, o mandato do governador Cássio Cunha Lima (PSDB), reeleito no ano passado. O processo, a pedido do Partido Comunista Brasileiro, foi por abuso de poder econômico.
Abuso de poder econômico, como lembra apropriadamente o blogueiro Josias de Souza, é um nome técnico para dizer que o político comprou parte de seus votos. No caso de Cunha Lima, que disputou a reeleição sem se desligar do cargo, a compra foi feita inclusive com dinheiro público: como governador, ele distribuiu 35 mil cheques pela Fundação de Ação Comunitária (FAC), do governo da Paraíba. A distribuição foi feita em plena campanha eleitoral.
Segundo o jornal “O Globo”, a defesa de Cunha Lima alega que a distribuição de cheques está relacionada a um programa existente no estado há muitos anos e que existe legislação prevendo essa movimentação financeira.
A votação do TRE paraibano foi de cinco votos a um e durou sete horas. O segundo colocado nas eleições de 2006, o adversário José Maranhão (PMDB), deve assumir o cargo.
O governador cassado evidentemente deve tentar de tudo para manter o cargo. E vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. Este é o momento apropriado para a Paraíba, estender para lá uma campanha como a do “Brasil Limpeza”, do Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil. Para que o cassado não volte e para que as eleições na Paraíba não tenham como elemento definidor cheques assistenciais distribuídos pelo governo do Estado.
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POR José Pires
Abuso de poder econômico, como lembra apropriadamente o blogueiro Josias de Souza, é um nome técnico para dizer que o político comprou parte de seus votos. No caso de Cunha Lima, que disputou a reeleição sem se desligar do cargo, a compra foi feita inclusive com dinheiro público: como governador, ele distribuiu 35 mil cheques pela Fundação de Ação Comunitária (FAC), do governo da Paraíba. A distribuição foi feita em plena campanha eleitoral.
Segundo o jornal “O Globo”, a defesa de Cunha Lima alega que a distribuição de cheques está relacionada a um programa existente no estado há muitos anos e que existe legislação prevendo essa movimentação financeira.
A votação do TRE paraibano foi de cinco votos a um e durou sete horas. O segundo colocado nas eleições de 2006, o adversário José Maranhão (PMDB), deve assumir o cargo.
O governador cassado evidentemente deve tentar de tudo para manter o cargo. E vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. Este é o momento apropriado para a Paraíba, estender para lá uma campanha como a do “Brasil Limpeza”, do Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil. Para que o cassado não volte e para que as eleições na Paraíba não tenham como elemento definidor cheques assistenciais distribuídos pelo governo do Estado.
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POR José Pires
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Giba dá um saque forte contra a corrupção
O jogador de vôlei Gilberto Amauri de Godoy Filho, o Giba, deu uma entrevista hoje para o jornal “Folha de São Paulo” e disse algumas coisas que mostram que a preocupação com o colapso ético da nossa classe política está forte em todos os setores da vida brasileira. Giba é um vitorioso. É um símbolo do trabalho e da garra que construiu a seleção de vôlei do Brasil, que ganhou uma medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos, no Rio.
Sobre as adversidades internas e o processo de trabalho intensivo da seleção, dentro do qual houve muita discussão entre o grupo e até uma crise que resultou no corte de Ricardinho, Giba disse o seguinte: “Se você só passa a mão na cabeça não está sendo amigo. Na hora da bronca, a pessoa pode ficar brava, se afastar, mas ela vai parar, pensar e ver que foi o bem para ela”.
Sobre os gastos de cerca de R$ 4 bilhões com o Pan, que poderiam estar sendo mal direcionados, quando existem outras prioridades no país, o jogador disse que o problema não é a prioridade em si. “Está mais do que na cara como as coisas acontecem no país e ninguém faz nada. Não é questão de gastar aqui ou ali. É parar de roubar”.
O jogador viu as vaias ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Pan como merecidas, mas extensivas a todo o sistema político. Para Giba, “as pessoas que comandam o país não dão o devido valor ao nosso povo”.
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POR José Pires
Sobre as adversidades internas e o processo de trabalho intensivo da seleção, dentro do qual houve muita discussão entre o grupo e até uma crise que resultou no corte de Ricardinho, Giba disse o seguinte: “Se você só passa a mão na cabeça não está sendo amigo. Na hora da bronca, a pessoa pode ficar brava, se afastar, mas ela vai parar, pensar e ver que foi o bem para ela”.
Sobre os gastos de cerca de R$ 4 bilhões com o Pan, que poderiam estar sendo mal direcionados, quando existem outras prioridades no país, o jogador disse que o problema não é a prioridade em si. “Está mais do que na cara como as coisas acontecem no país e ninguém faz nada. Não é questão de gastar aqui ou ali. É parar de roubar”.
O jogador viu as vaias ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Pan como merecidas, mas extensivas a todo o sistema político. Para Giba, “as pessoas que comandam o país não dão o devido valor ao nosso povo”.
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POR José Pires
“Fora Lula” é palavra de ordem em manifestação em SP
Uma manifestação de protesto contra o caos aéreo reuniu 6 mil pessoas ontem em São Paulo. Gritos de “Fora Lula” marcaram o ato realizado também para lembrar as vítimas do acidente no aeroporto de Congonhas no último dia 17, que provocou a morte de 199 pessoas.
O movimento é organizado por pelo menos oito entidades, dentre as quais o Cria Brasil (Cidadão Responsável, Informado e Atuante).
Márcio Neubaer, um dos líderes do Cria Brasil, afirmou que a intenção do movimento é mobilizar a sociedade em defesa de seus direitos.
Falando à “Agência Estado”, Neubaer disse que o ato de ontem terá continuidade nos próximos dias. “Esta é apenas uma centelha, é um começo”, disse.
Alguns grupos de participantes também defenderam o fechamento definitivo e imediato do aeroporto de Congonhas e a criação de um parque no local.
Os manifestantes se encontraram no Parque do Ibirapuera e depois se dirigiram ao aeroporto em passeata, onde foi realizado um ato ecumênico. Os gritos de “Fora Lula” começaram aos poucos e foram aumentando ao longo da caminhada. Durante o percurso tornaram-se uma palavra de ordem dos manifestantes. Ao final dos discursos que eram feitos em um caminhão de som que ia à frente da manifestação, a multidão também gritava “Fora Lula”.
Durante a passeata, um orador anunciado como parente de uma das vítimas do acidente, falou sobre a necessidade de o brasileiro exigir por parte das autoridades, um país “sem corrupção, sem mensalão”.
No chamado “mensalão”, autoridades do governo Lula foram acusadas de subornar parlamentares para terem o domínio político das votações no Congresso Nacional. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal contra 40 pessoas envolvidas com o esquema do “mensalão”. O procurador enquandrou a alta cúpula do PT, José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e Sílvio Pereira como envolvidos no crime de formação de quadrilha. Na época em que foi denunciado o "mensalão", José Dirceu era ministro-chefe da Casa Civil do Governo Lula.
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POR José Pires
O movimento é organizado por pelo menos oito entidades, dentre as quais o Cria Brasil (Cidadão Responsável, Informado e Atuante).
Márcio Neubaer, um dos líderes do Cria Brasil, afirmou que a intenção do movimento é mobilizar a sociedade em defesa de seus direitos.
Falando à “Agência Estado”, Neubaer disse que o ato de ontem terá continuidade nos próximos dias. “Esta é apenas uma centelha, é um começo”, disse.
Alguns grupos de participantes também defenderam o fechamento definitivo e imediato do aeroporto de Congonhas e a criação de um parque no local.
Os manifestantes se encontraram no Parque do Ibirapuera e depois se dirigiram ao aeroporto em passeata, onde foi realizado um ato ecumênico. Os gritos de “Fora Lula” começaram aos poucos e foram aumentando ao longo da caminhada. Durante o percurso tornaram-se uma palavra de ordem dos manifestantes. Ao final dos discursos que eram feitos em um caminhão de som que ia à frente da manifestação, a multidão também gritava “Fora Lula”.
Durante a passeata, um orador anunciado como parente de uma das vítimas do acidente, falou sobre a necessidade de o brasileiro exigir por parte das autoridades, um país “sem corrupção, sem mensalão”.
No chamado “mensalão”, autoridades do governo Lula foram acusadas de subornar parlamentares para terem o domínio político das votações no Congresso Nacional. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal contra 40 pessoas envolvidas com o esquema do “mensalão”. O procurador enquandrou a alta cúpula do PT, José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e Sílvio Pereira como envolvidos no crime de formação de quadrilha. Na época em que foi denunciado o "mensalão", José Dirceu era ministro-chefe da Casa Civil do Governo Lula.
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POR José Pires
Lula investe cada vez menos no setor aéreo
O governo Lula vem investindo, a cada ano, menos no setor aéreo do que o governo de Fernando Henrique Cardoso fez nos dois últimos anos de seu mandato. A informação é do jornal “Valor Econômico”, numa matéria muito bem fundamentada do jornalista Arnaldo Galvão.
Em 2005, o governo Lula fez seu maior desembolso nos três principais programas do setor: proteção ao vôo e segurança do tráfego aéreo, desenvolvimento da aviação civil e desenvolvimento da infra-estrutura aeroportuária. O montante foi de R$ 1,050 bilhão. Lula investiu menos que o governo FHC que, considerando valores corrigidos, liberou em 2001 a verba de R$ 1,060 bilhão e, em 2002, R$ 1,169 bilhão.
A matéria ressalta que houve um forte movimento de passageiros nos aeroportos. Em 2005, o aumento foi de 16,17%. O ano anterior já tinha registrado aumento de 16,13%.
Os três principais programas do setor aéreo, citados acima, estão sob a gestão do Comando da Aeronáutica (Ministério da Defesa) e não incluem os investimentos da estatal Infraero.
Para este ano o Orçamento Geral da União prevê R$ 999,8 milhões. O valor é novamente inferior ao que foi gasto em 2002, último ano da gestão FHC.
Segundo o “Valor Econômico”, ao analisar os números do orçamento, o economista e consultor da organização não-governamental Contas Abertas, Gil Castello Branco citou um trecho de um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU). Em 16 de dezembro de 2006, os ministros daquela corte afirmaram que "o chamado apagão aéreo nada mais é do que uma sucessão de equívocos quanto aos cortes nas propostas orçamentárias elaboradas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), contingenciamento de recursos para o setor, indolência em relação às necessidades de expansão e modernização do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (Sisceab) e quanto à ineficiente política de alocação de recursos humanos”.
Conforme noticiou o jornal, apesar da recomendação assinada pelo então ministro da Defesa, embaixador José Viegas, o Decea teve seu orçamento rebaixado.
Advertido pelo Decea, o governo Lula respondeu através da Casa Civil, em agosto de 2005, que "a política de contingenciamento de recursos não prevê exceção, sendo esta uma posição definitiva do governo".
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POR José Pires
Em 2005, o governo Lula fez seu maior desembolso nos três principais programas do setor: proteção ao vôo e segurança do tráfego aéreo, desenvolvimento da aviação civil e desenvolvimento da infra-estrutura aeroportuária. O montante foi de R$ 1,050 bilhão. Lula investiu menos que o governo FHC que, considerando valores corrigidos, liberou em 2001 a verba de R$ 1,060 bilhão e, em 2002, R$ 1,169 bilhão.
A matéria ressalta que houve um forte movimento de passageiros nos aeroportos. Em 2005, o aumento foi de 16,17%. O ano anterior já tinha registrado aumento de 16,13%.
Os três principais programas do setor aéreo, citados acima, estão sob a gestão do Comando da Aeronáutica (Ministério da Defesa) e não incluem os investimentos da estatal Infraero.
Para este ano o Orçamento Geral da União prevê R$ 999,8 milhões. O valor é novamente inferior ao que foi gasto em 2002, último ano da gestão FHC.
Segundo o “Valor Econômico”, ao analisar os números do orçamento, o economista e consultor da organização não-governamental Contas Abertas, Gil Castello Branco citou um trecho de um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU). Em 16 de dezembro de 2006, os ministros daquela corte afirmaram que "o chamado apagão aéreo nada mais é do que uma sucessão de equívocos quanto aos cortes nas propostas orçamentárias elaboradas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), contingenciamento de recursos para o setor, indolência em relação às necessidades de expansão e modernização do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (Sisceab) e quanto à ineficiente política de alocação de recursos humanos”.
Conforme noticiou o jornal, apesar da recomendação assinada pelo então ministro da Defesa, embaixador José Viegas, o Decea teve seu orçamento rebaixado.
Advertido pelo Decea, o governo Lula respondeu através da Casa Civil, em agosto de 2005, que "a política de contingenciamento de recursos não prevê exceção, sendo esta uma posição definitiva do governo".
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POR José Pires
Ministro de Lula admite falta de comando
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiu que a troca no Ministério da Defesa, de onde saiu Waldir Pires e entrou Nelson Jobim, foi feita em razão de “falta de comando, com desencontro de informações entre os setores que integram a aviação brasileira”.
Bernardo revelou que até ele era chamado nos últimos dias para ajudar no setor. Segundo disse, “faltava coordenação”. O ministro afirmou em entrevista ao jornal “O Globo” que o que ocorria no setor aéreo revelava não apenas falta de coordenação, mas também que ali não se sabia o que fazer.
Paulo Bernardo contou também ao jornal que foi cogitado para assumir a pasta, o que demonstra a falta de coordenação do governo Lula e a falta de quadros para a administração. Bernardo não tem nenhuma experiência no setor.
“Quase virei ministro da Defesa e a solução que foi dada com certeza foi muito melhor”, disse Paulo Bernardo numa involuntária autocrítica.
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POR José Pires
Bernardo revelou que até ele era chamado nos últimos dias para ajudar no setor. Segundo disse, “faltava coordenação”. O ministro afirmou em entrevista ao jornal “O Globo” que o que ocorria no setor aéreo revelava não apenas falta de coordenação, mas também que ali não se sabia o que fazer.
Paulo Bernardo contou também ao jornal que foi cogitado para assumir a pasta, o que demonstra a falta de coordenação do governo Lula e a falta de quadros para a administração. Bernardo não tem nenhuma experiência no setor.
“Quase virei ministro da Defesa e a solução que foi dada com certeza foi muito melhor”, disse Paulo Bernardo numa involuntária autocrítica.
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POR José Pires
domingo, 29 de julho de 2007
Congonhas: sinal vermelho da má gestão pública
Enquanto espera a conclusão das investigações sobre o acidente com o avião da TAM no Aeroporto de Congonhas, no último 17 de julho, onde morreram 195 pessoas, o brasileiro tenta encontrar uma esperança de que a tragédia não se perca em meio ao atropelamento que os desastres provocam um sobre o outro no noticiário brasileiro. Infelizmente, por aqui tem sido assim: sempre temos um novo problema que acaba deixando para trás as dores e a emoção das tragédias do cotidiano brasileiro. E as soluções práticas também ficam adiadas, até o surgimento de um novo drama social.
Não devemos nos esquecer que o acidente em Congonhas aconteceu menos de dez meses após a colisão de um avião da Gol com um jato Legacy, no céu do Mato Grosso. Nesta tragédia, que aconteceu em meio ao maior caos administrativo já ocorrido no setor de aviação no Brasil, morreram 154 pessoas.
Enquanto assessores diretos do presidente Luís Inácio Lula da Silva são flagrados no janelão do Palácio do Planalto comemorando supostas notícias que isentariam o governo de responsabilidade sobre o triste episódio na capital paulista, o noticiário é forte indicativo de que a fonte do problema é a de sempre: má gestão. Mesmo quando fatores casuais e inusitados surgem como determinantes para a ocorrência de problemas com graves conseqüências, na raiz destes acontecimentos está sempre a tremenda falta de eficiência administrativa do Governo Federal.
É errado, para não dizer de má-fé, tentar separar o acidente de Congonhas da bagunça do setor aéreo e de outras áreas da administração pública. É isso que o governo tenta fazer, o que não é de se estranhar quando até mesmo o presidente da República tenta propagar como um feito de seu governo cada ação da Polícia Federal que aponta um novo caso de corrupção na esfera pública.
Puxando o assunto para algo que toca diretamente nas preocupações centrais do Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil, recordemos que Lula sempre tenta faturar politicamente sobre as ações de repressão policial contra a corrupção. O que ele esquece, ou tenta evitar que o brasileiro perceba, é que as ações da PF no âmbito da corrupção têm sido executadas mais sobre os efeitos dos graves problemas administrativos de seu governo. Ou seja, de um governo que não age sobre as causas da corrupção.
O governo comemorar a prisão de quadrilhas de corruptos equivaleria ao cidadão comum se alegrar com a ação da polícia depois de ter tido sua casa invadida e roubada. Na verdade, a qualidade de uma política de segurança é revelada exatamente quando há menos crime a reprimir, sinal de que o trabalho preventivo funciona adequadamente.
Essa premissa, que vale para todos os setores, é ainda mais verdadeira no caso da corrupção. E evidentemente tem muito peso também nas questões relativas ao setor aéreo, onde controle e prevenção são quesitos fundamentais que tocam diretamente na integridade psicológica e física das pessoas.
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POR José Pires
Não devemos nos esquecer que o acidente em Congonhas aconteceu menos de dez meses após a colisão de um avião da Gol com um jato Legacy, no céu do Mato Grosso. Nesta tragédia, que aconteceu em meio ao maior caos administrativo já ocorrido no setor de aviação no Brasil, morreram 154 pessoas.
Enquanto assessores diretos do presidente Luís Inácio Lula da Silva são flagrados no janelão do Palácio do Planalto comemorando supostas notícias que isentariam o governo de responsabilidade sobre o triste episódio na capital paulista, o noticiário é forte indicativo de que a fonte do problema é a de sempre: má gestão. Mesmo quando fatores casuais e inusitados surgem como determinantes para a ocorrência de problemas com graves conseqüências, na raiz destes acontecimentos está sempre a tremenda falta de eficiência administrativa do Governo Federal.
É errado, para não dizer de má-fé, tentar separar o acidente de Congonhas da bagunça do setor aéreo e de outras áreas da administração pública. É isso que o governo tenta fazer, o que não é de se estranhar quando até mesmo o presidente da República tenta propagar como um feito de seu governo cada ação da Polícia Federal que aponta um novo caso de corrupção na esfera pública.
Puxando o assunto para algo que toca diretamente nas preocupações centrais do Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil, recordemos que Lula sempre tenta faturar politicamente sobre as ações de repressão policial contra a corrupção. O que ele esquece, ou tenta evitar que o brasileiro perceba, é que as ações da PF no âmbito da corrupção têm sido executadas mais sobre os efeitos dos graves problemas administrativos de seu governo. Ou seja, de um governo que não age sobre as causas da corrupção.
O governo comemorar a prisão de quadrilhas de corruptos equivaleria ao cidadão comum se alegrar com a ação da polícia depois de ter tido sua casa invadida e roubada. Na verdade, a qualidade de uma política de segurança é revelada exatamente quando há menos crime a reprimir, sinal de que o trabalho preventivo funciona adequadamente.
Essa premissa, que vale para todos os setores, é ainda mais verdadeira no caso da corrupção. E evidentemente tem muito peso também nas questões relativas ao setor aéreo, onde controle e prevenção são quesitos fundamentais que tocam diretamente na integridade psicológica e física das pessoas.
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POR José Pires
O apagão de gestão do governo Lula
A revista “Veja” desta semana publica reportagem de capa na qual garante que uma falha humana está na origem da tragédia de Congonhas. De acordo com a revista, o comandante Kleyber Lima, que pilotava a aeronave no momento do acidente, havia mantido o manete (equipamento que controla a aceleração das turbinas) em posição incorreta na hora do pouso. O manete ficou posicionado para uma situação em que os dois reversores estivessem em pleno funcionamento. A combinação do mau posicionamento com o travamento do reversor teria impedido a aeronave de frear.
Mas “Veja” deixa claro que mesmo com esses dois fatores combinados a tragédia poderia não ter acontecido se a pista de Congonhas tivesse mais segurança. O fato de a pista principal do aeroporto não ter uma área de escape foi determinante para a extensão do acidente. A revista relata dois outros casos de acidentes ocorridos em circunstâncias similares, com o reversor travado e manete mal posicionado. Nesses dois casos, o comprimento maior da pista e a presença de áreas de escape deram aos pilotos um tempo maior para a correção do erro.
Nota-se a falta de ação das autoridades em todos os fatos que cercam o assunto. Em reportagem publicada no final de abril passado – portanto, menos de três meses antes do acidente em Congonhas – a “Folha de S. Paulo” alertava que sete meses depois do acidente com o avião da Gol, ocorrido anteriormente (e até então o maior acidente aéreo da história do país, com 154 mortos), a Aeronáutica ainda não havia posto em prática as medidas de segurança previstas internamente para corrigir falhas no sistema de controle de tráfego aéreo e evitar acidentes. A FAB (Força Aérea Brasileira) informou ao jornal que as medidas elaboradas depois do acidente ainda estavam “em análise”.
A reportagem mostrou também que nos meios internacionais o Governo Federal sustentava que havia tomado as precauções necessárias “imediatamente”. É o que o jornal descobriu em um documento oficial apresentado pelo governo em uma reunião da OACI (Organização da Aviação Civil Internacional) naquele mês. Depois, a “Folha” verificou que as medidas de segurança recomendadas não foram colocadas em prática.
Mas o caos administrativo não é grave apenas no setor aéreo. O jornal “O Globo” traz neste domingo uma extensa reportagem que expõe o tamanho da confusão administrativa do governo Lula. Em chamada de capa o jornal informa: “Apagão já ameaça energia, estradas e transporte”. Baseado em informações colhidas junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) o jornal noticia que, além da má administração sentida na aviação civil, a desordem gerencial é percebida em todos os níveis do Governo Federal.
“Tornou-se perceptível nas ações em outras áreas vitais da infra-estrutura do país, como transportes, energia, ciência e tecnologia, urbanismo e segurança pública”, publica o jornal. Segundo a reportagem, o governo começou 2007 sem ter conseguido executar 66% dos projetos de investimentos do setor de transportes, que classificara como prioritários no Orçamento de 2006, de acordo com o TCU.
As informações sobre o “apagão administrativo” do governo Lula são preocupantes. Ainda segundo “O Globo”, o Governo Federal não conseguiu realizar 59% dos investimentos considerados essenciais no setor de energia, 60% em segurança pública e 64% em urbanismo. Para o ministro Ubiratan Aguiar, do TCU e responsável pela análise das contas governamentais de 2006, “há uma deterioração gradual da gestão pública, e está se agravando”.
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POR José Pires
Mas “Veja” deixa claro que mesmo com esses dois fatores combinados a tragédia poderia não ter acontecido se a pista de Congonhas tivesse mais segurança. O fato de a pista principal do aeroporto não ter uma área de escape foi determinante para a extensão do acidente. A revista relata dois outros casos de acidentes ocorridos em circunstâncias similares, com o reversor travado e manete mal posicionado. Nesses dois casos, o comprimento maior da pista e a presença de áreas de escape deram aos pilotos um tempo maior para a correção do erro.
Nota-se a falta de ação das autoridades em todos os fatos que cercam o assunto. Em reportagem publicada no final de abril passado – portanto, menos de três meses antes do acidente em Congonhas – a “Folha de S. Paulo” alertava que sete meses depois do acidente com o avião da Gol, ocorrido anteriormente (e até então o maior acidente aéreo da história do país, com 154 mortos), a Aeronáutica ainda não havia posto em prática as medidas de segurança previstas internamente para corrigir falhas no sistema de controle de tráfego aéreo e evitar acidentes. A FAB (Força Aérea Brasileira) informou ao jornal que as medidas elaboradas depois do acidente ainda estavam “em análise”.
A reportagem mostrou também que nos meios internacionais o Governo Federal sustentava que havia tomado as precauções necessárias “imediatamente”. É o que o jornal descobriu em um documento oficial apresentado pelo governo em uma reunião da OACI (Organização da Aviação Civil Internacional) naquele mês. Depois, a “Folha” verificou que as medidas de segurança recomendadas não foram colocadas em prática.
Mas o caos administrativo não é grave apenas no setor aéreo. O jornal “O Globo” traz neste domingo uma extensa reportagem que expõe o tamanho da confusão administrativa do governo Lula. Em chamada de capa o jornal informa: “Apagão já ameaça energia, estradas e transporte”. Baseado em informações colhidas junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) o jornal noticia que, além da má administração sentida na aviação civil, a desordem gerencial é percebida em todos os níveis do Governo Federal.
“Tornou-se perceptível nas ações em outras áreas vitais da infra-estrutura do país, como transportes, energia, ciência e tecnologia, urbanismo e segurança pública”, publica o jornal. Segundo a reportagem, o governo começou 2007 sem ter conseguido executar 66% dos projetos de investimentos do setor de transportes, que classificara como prioritários no Orçamento de 2006, de acordo com o TCU.
As informações sobre o “apagão administrativo” do governo Lula são preocupantes. Ainda segundo “O Globo”, o Governo Federal não conseguiu realizar 59% dos investimentos considerados essenciais no setor de energia, 60% em segurança pública e 64% em urbanismo. Para o ministro Ubiratan Aguiar, do TCU e responsável pela análise das contas governamentais de 2006, “há uma deterioração gradual da gestão pública, e está se agravando”.
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POR José Pires
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Mãos Limpas Pelo Brasil mostra a boiada de Renan
O Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil estará neste sábado, 28 de julho, no Calçadão de Londrina, PR, a partir das dez horas da manhã, em mais uma mobilização pública exigindo regeneração ética na política brasileira.
O Movimento traz sempre uma surpresa criativa para apresentar nestas manifestações. E neste sábado apresentaremos o primeiro cassado da história do Brasil, pego de cueca, mas sem dólares, e também as histórias de um importante político atual que precisa ser cassado. Apresentaremos também uma boiada muito especial.
Ontem a Polícia Federal começou uma investigação nos documentos apresentados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em sua defesa no Conselho de Ética no Senado.
O presidente do Senado é acusado de usar dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar despesas próprias e por isso precisa justificar que tem renda suficiente para os pagamentos de pensão e outros gastos com a jornalista Mônica Carvalho. Para isso apresentou notas supostamente referentes à venda de gado. O problema é que tinha muito boi a mais nas contas.
Desde então o Brasil inteiro pergunta: cadê a boiada de Renan Calheiros?
Pois o Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil vai apresentar a todo o Brasil, no Calçadão de Londrina, a boiada do senador alagoano.
E mais: como o senador revelou-se um pecuarista de alto quilate (boi dele, lá de Alagoas, vale muito mais que boi de São Paulo), vamos apresentar também uma vaca premiada de seu precioso plantel.
O Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil está ocupando o Calçadão de Londrina todos os sábados com atos que visam mostrar aos nossos parlamentares que a população está de olho no Congresso Nacional. Esta mobilização, que chamamos “A Cidadania Não Entra em Recesso”, é para manter bem vivo na memória popular os lamentáveis escândalos que envolvem aquela Casa.
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POR José Pires
O Movimento traz sempre uma surpresa criativa para apresentar nestas manifestações. E neste sábado apresentaremos o primeiro cassado da história do Brasil, pego de cueca, mas sem dólares, e também as histórias de um importante político atual que precisa ser cassado. Apresentaremos também uma boiada muito especial.
Ontem a Polícia Federal começou uma investigação nos documentos apresentados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em sua defesa no Conselho de Ética no Senado.
O presidente do Senado é acusado de usar dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar despesas próprias e por isso precisa justificar que tem renda suficiente para os pagamentos de pensão e outros gastos com a jornalista Mônica Carvalho. Para isso apresentou notas supostamente referentes à venda de gado. O problema é que tinha muito boi a mais nas contas.
Desde então o Brasil inteiro pergunta: cadê a boiada de Renan Calheiros?
Pois o Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil vai apresentar a todo o Brasil, no Calçadão de Londrina, a boiada do senador alagoano.
E mais: como o senador revelou-se um pecuarista de alto quilate (boi dele, lá de Alagoas, vale muito mais que boi de São Paulo), vamos apresentar também uma vaca premiada de seu precioso plantel.
O Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil está ocupando o Calçadão de Londrina todos os sábados com atos que visam mostrar aos nossos parlamentares que a população está de olho no Congresso Nacional. Esta mobilização, que chamamos “A Cidadania Não Entra em Recesso”, é para manter bem vivo na memória popular os lamentáveis escândalos que envolvem aquela Casa.
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POR José Pires
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Os medos de cada um
Após uma semana do acidente no Aeroporto de Congonhas, onde morreram 199 pessoas, talvez o local da tragédia finalmente seja vistoriado por uma alta autoridade do Governo Federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse ontem ao novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e pediu a ele que visite Congonhas.
Na posse, Lula também confessou que tem medo de andar de avião. "Toda vez que o avião fecha a porta, eu entrego a minha sorte a Deus", disse Lula. "Eu estou na mão de um comandante que é um ser humano, de uma máquina ultramoderna, mas que é uma máquina, estou na mão de um controlador que diz quando eu devo parar ou não - e estou na mão das intempéries, que nem sempre o ser humano consegue controlar.”
O brasileiro compreende bem os temores de seu presidente. Afinal, mesmo sem querer, o presidente Lula criou uma perfeita metáfora com uma imagem que interpreta bem como se sente boa parte dos brasileiros em relação a seu governo.
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POR José Pires
Na posse, Lula também confessou que tem medo de andar de avião. "Toda vez que o avião fecha a porta, eu entrego a minha sorte a Deus", disse Lula. "Eu estou na mão de um comandante que é um ser humano, de uma máquina ultramoderna, mas que é uma máquina, estou na mão de um controlador que diz quando eu devo parar ou não - e estou na mão das intempéries, que nem sempre o ser humano consegue controlar.”
O brasileiro compreende bem os temores de seu presidente. Afinal, mesmo sem querer, o presidente Lula criou uma perfeita metáfora com uma imagem que interpreta bem como se sente boa parte dos brasileiros em relação a seu governo.
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POR José Pires
Lula lá, nós aqui
Uma questão que precisa ficar bem esclarecida é que o presidente Lula vai de “Aerolula” – o luxuoso avião que embarca e desembarca sem atrasos e com todo o conforto de um hotel quatro estrelas – e os brasileiros voam – ou pelo menos tentam – sob o caos aéreo criado em seu governo.
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POR José Pires
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POR José Pires
ENVIADO POR Lucinea Aparecida de Rezende
Ler para ser
A leitura de mundo precede, vem antes da leitura da palavra, escreveu o educador Paulo Freire. Lembrando o que disse o autor, tenho dedicado atenção especial à leitura do nosso mundo, dos acontecimentos que nos afetam, em especial no Brasil – nosso país.
As manchetes dos Jornais, TV, Internet, apresentam, fartamente, fatos que têm nos causado indignação, aflição e mal estar. Não se trata de uma leitura enriquecedora, prazerosa; a leitura possível deste estado de coisas é deprimente. Impactam-nos de maneira agressiva os fatos apresentados, os desmandos evidenciados pela insensatez e, não raro, por falta de caráter e ausência de cultivo dos valores universais daqueles que ocupam postos de liderança e muitas vezes são nossos representantes.
Afetam-nos a omissão de tantos frente ao que há por fazer, deve ser feito e como deve ser feito.
Faz-se presente a desfaçatez de tantos, que encastelados em redomas de compadrio, de negociatas, de falcatruas e mentiras deslavadas, nos afronta quotidianamente.
Isso tudo vem acontecendo porque, paralelamente, há uma outra grande omissão: a nossa, a dos cidadãos deste país. Somente na presença dela – da omissão - foi possível chegarmos a este estado de coisas. Assim, indignados no limite máximo, nós, cidadãos londrinenses, frente a este momento que nos constrange, assumimos a nossa parte! Iniciamos o movimento “Mãos Limpas Pelo Brasil”.
Estamos cobrando transparência, não-corrupção, dignidade!
Faça parte deste movimento! Cidadania plena, corrupção zero!
Ler para ser é isso! Ler, compreender e tomar posição frente ao que foi lido.
Vale a pena conferir!
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ESTE TEXTO foi ao ar na Rádio Universidade Estadual de Londrina
A leitura de mundo precede, vem antes da leitura da palavra, escreveu o educador Paulo Freire. Lembrando o que disse o autor, tenho dedicado atenção especial à leitura do nosso mundo, dos acontecimentos que nos afetam, em especial no Brasil – nosso país.
As manchetes dos Jornais, TV, Internet, apresentam, fartamente, fatos que têm nos causado indignação, aflição e mal estar. Não se trata de uma leitura enriquecedora, prazerosa; a leitura possível deste estado de coisas é deprimente. Impactam-nos de maneira agressiva os fatos apresentados, os desmandos evidenciados pela insensatez e, não raro, por falta de caráter e ausência de cultivo dos valores universais daqueles que ocupam postos de liderança e muitas vezes são nossos representantes.
Afetam-nos a omissão de tantos frente ao que há por fazer, deve ser feito e como deve ser feito.
Faz-se presente a desfaçatez de tantos, que encastelados em redomas de compadrio, de negociatas, de falcatruas e mentiras deslavadas, nos afronta quotidianamente.
Isso tudo vem acontecendo porque, paralelamente, há uma outra grande omissão: a nossa, a dos cidadãos deste país. Somente na presença dela – da omissão - foi possível chegarmos a este estado de coisas. Assim, indignados no limite máximo, nós, cidadãos londrinenses, frente a este momento que nos constrange, assumimos a nossa parte! Iniciamos o movimento “Mãos Limpas Pelo Brasil”.
Estamos cobrando transparência, não-corrupção, dignidade!
Faça parte deste movimento! Cidadania plena, corrupção zero!
Ler para ser é isso! Ler, compreender e tomar posição frente ao que foi lido.
Vale a pena conferir!
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ESTE TEXTO foi ao ar na Rádio Universidade Estadual de Londrina
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Polícia Federal inicia a busca pelos bois de Renan Calheiros
Começa hoje a investigação da Polícia Federal nos documentos apresentados pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) em sua defesa no Conselho de Ética do Senado. O prazo para a conclusão é de 20 dias, mas pode ser estendido.
O presidente do Senado precisa justificar que tem renda suficiente para os pagamentos de pensão e outros gastos que teve com a jornalista Mônica Carvalho. Em análise feita antes do recesso parlamentar, a polícia já havia detectado 20 indícios de irregularidades nesses documentos. Antes, uma reportagem da Rede Globo comprovou que os supostos compradores de bois do senador não tinham condições financeiras para fazer os negócios alegados por Calheiros em sua defesa.
Agora, antes dessa segunda perícia da PF, técnicos do Conselho de Ética informaram ter comprovado que não existem pelo menos duas das empresas apresentadas pelo senador como compradoras. Segundo informa o “Blog do Noblat” Os técnicos, que retornaram hoje de Alagoas, disseram que as empresas GF da Silva Costa e Carnal Carnes não existem. Essas duas constavam da reportagem feita pela Globo e que primeiro desmascarou a farsa armada por Calheiros.
As histórias contadas pelo senador são todas suspeitas. No início da crise ele dissera ter vendido bois ao frigorífico alagoano Mafrial. Depois, apresentou recibos, entre os quais não consta nenhum do Mafrial.
Em entrevista ao jornalista Josias de Souza, do “Blog do Josias”, um dos integrantes do Conselho, o deputado Renato Casagrande (PSB-ES), disse que eles vão esperar a conclusão da perícia feita pela PF. “Se ela for conclusiva, dizendo que o Renan tem responsabilidade ou que não tem, já resolveu o nosso caso”, disse ele. Se a perícia não for conclusiva, Casagrande afirmou que o Conselho de Ética deve abrir outras linhas investigativas.
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POR José Pires
O presidente do Senado precisa justificar que tem renda suficiente para os pagamentos de pensão e outros gastos que teve com a jornalista Mônica Carvalho. Em análise feita antes do recesso parlamentar, a polícia já havia detectado 20 indícios de irregularidades nesses documentos. Antes, uma reportagem da Rede Globo comprovou que os supostos compradores de bois do senador não tinham condições financeiras para fazer os negócios alegados por Calheiros em sua defesa.
Agora, antes dessa segunda perícia da PF, técnicos do Conselho de Ética informaram ter comprovado que não existem pelo menos duas das empresas apresentadas pelo senador como compradoras. Segundo informa o “Blog do Noblat” Os técnicos, que retornaram hoje de Alagoas, disseram que as empresas GF da Silva Costa e Carnal Carnes não existem. Essas duas constavam da reportagem feita pela Globo e que primeiro desmascarou a farsa armada por Calheiros.
As histórias contadas pelo senador são todas suspeitas. No início da crise ele dissera ter vendido bois ao frigorífico alagoano Mafrial. Depois, apresentou recibos, entre os quais não consta nenhum do Mafrial.
Em entrevista ao jornalista Josias de Souza, do “Blog do Josias”, um dos integrantes do Conselho, o deputado Renato Casagrande (PSB-ES), disse que eles vão esperar a conclusão da perícia feita pela PF. “Se ela for conclusiva, dizendo que o Renan tem responsabilidade ou que não tem, já resolveu o nosso caso”, disse ele. Se a perícia não for conclusiva, Casagrande afirmou que o Conselho de Ética deve abrir outras linhas investigativas.
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POR José Pires
DO EDITORIAL de hoje de “O Estado de S. Paulo”
O presidente em seu reduto
Às 20h30 de 17 de julho de 1996, um Jumbo da TWA explodiu sobre o Atlântico minutos depois de levantar vôo de Nova York. Todos os 212 passageiros e 18 tripulantes morreram. Nas caóticas horas que se seguiram, as famílias das vítimas que convergiram para o Aeroporto Kennedy reagiam com ira e desespero à falta de notícias sobre a tragédia. Levadas para um salão, viram a porta abrir-se para o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. O que se passou em seguida foi um dos momentos mais fortes dos seus oito anos na Casa Branca. Desacompanhado, ele foi de grupo em grupo, abraçando e confortando as pessoas em voz baixa. Ouviu protestos, cobranças, desabafos. Quando enfim se retirou, o ambiente era apenas de quieta resignação.
Não se pode exigir de chefes de governo convencionais a naturalidade quase sobre-humana com que ele se entrosa com gente do povo, mesmo nos piores momentos, evocando o sentido original do termo grego simpatizar: sentir com. Nas situações de luto coletivo, esse talento dos chefes de governo para a comunhão produz um efeito terapêutico que não se limita aos atingidos mais de perto pelo acontecimento doloroso. Transmite, para toda a sociedade traumatizada, o sinal confortador de que o dirigente maior da nação, além de solidário no sofrimento, é alguém em cujos cuidados se pode confiar. Clinton é um caso à parte, mas agora mesmo outros governantes o imitaram - e não foi pela primeira vez.
Na manhã do último domingo, um ônibus que transportava 50 peregrinos poloneses ao santuário de Notre-Dame de la Salette, perto de Grenoble, a 700 quilômetros de Paris, mergulhou num rio, matando 26 deles. Duas horas depois, ali já se encontravam o primeiro-ministro François Fillon e outros membros do governo francês. Pouco mais tarde, quando chegou ao local, o presidente da Polônia Lech Kaczynski encontrou à sua espera o colega Nicolas Sarkozy. Depois de visitar os sobreviventes hospitalizados, ele anunciou que acompanhará pessoalmente o inquérito sobre o acidente.
Impossível não comparar tais condutas com o sumiço do presidente Lula depois da catástrofe de Congonhas em que morreram 199 pessoas.
Principalmente porque, transmitidas as condolências em rede nacional, após 72 horas de relutância, ele tornou a submergir. Passou o fim de semana trancado na residência oficial e só voltou à tona no programa de rádio das segundas-feiras Café com o Presidente, gravado no seu gabinete. Tornou a dizer, então, o óbvio ululante sobre a impropriedade de se fazer “julgamentos precipitados” sobre a explosão do Airbus da TAM. E, na contramão até do senso comum, considerou “quase irresponsável” que se debatam publicamente as causas da tragédia.
Hoje, o quase emudecido Lula volta à vida normal - à sua maneira, bem entendido. Viaja à noite para o Nordeste, seu reduto por excelência, para um giro por Aracaju, João Pessoa, Natal e Teresina. À época do escândalo do mensalão, o Nordeste era o pouso preferido do presidente. O pretexto, desta vez, é o lançamento de projetos do PAC, o que rende a discurseira para platéias prontas a aplaudir seja lá o que lhes diga o seu ídolo, embora, pelo retrospecto, isso não garanta futuras realizações práticas. O lançamento do PAC na Região Sul, com a presença de Lula nos três Estados da região, estava previsto para a semana passada. Compreensivelmente, foi adiado em razão do desastre da TAM - mas compreensivelmente apenas à luz do seu oportunismo - para depois de 10 de agosto, no regresso de uma viagem ao exterior.
O fato é que, desde a sexta-feira que precedeu a tragédia, quando foi vaiado no Maracanã, o chefe de governo que deixou correr à solta o apagão aéreo, fiel ao princípio de que “a gente faz quando pode, e se não pode deixa como está para ver como é que fica”, parece ter dividido os brasileiros em dois grupos.
De um lado, aqueles junto aos quais procura se reconfortar - certo de que lhe são gratos e não lhe negarão aplausos em quaisquer circunstâncias. De outro, aqueles que, não lhe devendo nada, o aplaudem quando julgam que merece aplausos, mas vaiam quando julgam que merece vaias, como aconteceu na abertura do Pan. Resta saber por quanto tempo Lula evitará as cidades que congregam as parcelas do povo mais críticas do seu desempenho.
Às 20h30 de 17 de julho de 1996, um Jumbo da TWA explodiu sobre o Atlântico minutos depois de levantar vôo de Nova York. Todos os 212 passageiros e 18 tripulantes morreram. Nas caóticas horas que se seguiram, as famílias das vítimas que convergiram para o Aeroporto Kennedy reagiam com ira e desespero à falta de notícias sobre a tragédia. Levadas para um salão, viram a porta abrir-se para o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. O que se passou em seguida foi um dos momentos mais fortes dos seus oito anos na Casa Branca. Desacompanhado, ele foi de grupo em grupo, abraçando e confortando as pessoas em voz baixa. Ouviu protestos, cobranças, desabafos. Quando enfim se retirou, o ambiente era apenas de quieta resignação.
Não se pode exigir de chefes de governo convencionais a naturalidade quase sobre-humana com que ele se entrosa com gente do povo, mesmo nos piores momentos, evocando o sentido original do termo grego simpatizar: sentir com. Nas situações de luto coletivo, esse talento dos chefes de governo para a comunhão produz um efeito terapêutico que não se limita aos atingidos mais de perto pelo acontecimento doloroso. Transmite, para toda a sociedade traumatizada, o sinal confortador de que o dirigente maior da nação, além de solidário no sofrimento, é alguém em cujos cuidados se pode confiar. Clinton é um caso à parte, mas agora mesmo outros governantes o imitaram - e não foi pela primeira vez.
Na manhã do último domingo, um ônibus que transportava 50 peregrinos poloneses ao santuário de Notre-Dame de la Salette, perto de Grenoble, a 700 quilômetros de Paris, mergulhou num rio, matando 26 deles. Duas horas depois, ali já se encontravam o primeiro-ministro François Fillon e outros membros do governo francês. Pouco mais tarde, quando chegou ao local, o presidente da Polônia Lech Kaczynski encontrou à sua espera o colega Nicolas Sarkozy. Depois de visitar os sobreviventes hospitalizados, ele anunciou que acompanhará pessoalmente o inquérito sobre o acidente.
Impossível não comparar tais condutas com o sumiço do presidente Lula depois da catástrofe de Congonhas em que morreram 199 pessoas.
Principalmente porque, transmitidas as condolências em rede nacional, após 72 horas de relutância, ele tornou a submergir. Passou o fim de semana trancado na residência oficial e só voltou à tona no programa de rádio das segundas-feiras Café com o Presidente, gravado no seu gabinete. Tornou a dizer, então, o óbvio ululante sobre a impropriedade de se fazer “julgamentos precipitados” sobre a explosão do Airbus da TAM. E, na contramão até do senso comum, considerou “quase irresponsável” que se debatam publicamente as causas da tragédia.
Hoje, o quase emudecido Lula volta à vida normal - à sua maneira, bem entendido. Viaja à noite para o Nordeste, seu reduto por excelência, para um giro por Aracaju, João Pessoa, Natal e Teresina. À época do escândalo do mensalão, o Nordeste era o pouso preferido do presidente. O pretexto, desta vez, é o lançamento de projetos do PAC, o que rende a discurseira para platéias prontas a aplaudir seja lá o que lhes diga o seu ídolo, embora, pelo retrospecto, isso não garanta futuras realizações práticas. O lançamento do PAC na Região Sul, com a presença de Lula nos três Estados da região, estava previsto para a semana passada. Compreensivelmente, foi adiado em razão do desastre da TAM - mas compreensivelmente apenas à luz do seu oportunismo - para depois de 10 de agosto, no regresso de uma viagem ao exterior.
O fato é que, desde a sexta-feira que precedeu a tragédia, quando foi vaiado no Maracanã, o chefe de governo que deixou correr à solta o apagão aéreo, fiel ao princípio de que “a gente faz quando pode, e se não pode deixa como está para ver como é que fica”, parece ter dividido os brasileiros em dois grupos.
De um lado, aqueles junto aos quais procura se reconfortar - certo de que lhe são gratos e não lhe negarão aplausos em quaisquer circunstâncias. De outro, aqueles que, não lhe devendo nada, o aplaudem quando julgam que merece aplausos, mas vaiam quando julgam que merece vaias, como aconteceu na abertura do Pan. Resta saber por quanto tempo Lula evitará as cidades que congregam as parcelas do povo mais críticas do seu desempenho.
terça-feira, 24 de julho de 2007
Lula risca o Sul da agenda após acidente em Congonhas
O acidente com o avião da TAM no Aeroporto de Congonhas vai levar a região Sul a ficar uma boa temporada sem a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele viria agora às capitais da região para o lançamento do PAC do Saneamento Básico e da Habitação, mas as viagens foram canceladas depois da tragédia do avião, que havia partido de Porto Alegre.
Lula também não vai participar do encerramento do Pan, no domingo, dia 29. Na abertura do evento, ele foi vaiado várias vezes e nem sequer discursou. Acabou tendo uma atuação inédita: foi a primeira vez que um presidente da República não abriu aquela competição.
O Palácio do Planalto garante que a mudança na agenda nada teve a ver com o trágico acontecimento em Congonhas. E evidentemente nenhum assessor confirmaria as suspeitas de que Lula foge de vir ao Sul porque teme ser vaiado.
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POR José Pires
Lula também não vai participar do encerramento do Pan, no domingo, dia 29. Na abertura do evento, ele foi vaiado várias vezes e nem sequer discursou. Acabou tendo uma atuação inédita: foi a primeira vez que um presidente da República não abriu aquela competição.
O Palácio do Planalto garante que a mudança na agenda nada teve a ver com o trágico acontecimento em Congonhas. E evidentemente nenhum assessor confirmaria as suspeitas de que Lula foge de vir ao Sul porque teme ser vaiado.
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POR José Pires
Ex-chefe de Polícia de Garotinho pode ser cassado
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) apresenta nesta terça-feira ao Conselho de Ética da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) uma representação pedindo a cassação do deputado estadual Álvaro Lins (PMDB). O PSOL entende que Lins teria ferido princípios éticos ao oferecer, em troca de votos, vagas a um grupo de excedentes do concurso de investigadores da Polícia Civil.
A representação do PSOL surge depois do deputado estadual Álvaro Lins haver sido indiciado pela Polícia Federal por crime eleitoral. A PF concluiu que o ex-chefe de Polícia Civil teria beneficiado um grupo formado por cerca de 300 excedentes do concurso, em troca de votos nas últimas eleições. Cada um dos aprovados teria se comprometido a conseguir 50 votos para o deputado.
No mesmo inquérito, a PF indiciou os ex-governadores Rosinha e Anthony Garotinho e o deputado federal Geraldo Roberto Siqueira, o Geraldo Pudim (PMDB-RJ). “Pelas investigações da Polícia Federal, a ação do deputado estadual aconteceu durante e após as eleições, quando Álvaro Lins já havia sido eleito. Para o PSOL, fica claro que não foi apenas uma promessa de votos, mas a efetiva compra de votos”, disse o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) ao jornal “O Globo” de hoje. A votação da cassação será pelo voto secreto.
Os tropeços de Lins com a lei não são de agora. O envolvimento do deputado Lins com bicheiros, segundo a revista “Veja”, já era denunciado em 1994, quando ele era tenente da PM. Naquele ano seu nome foi encontrado numa lista de pagamentos apreendida na casa do bicheiro carioca Castor de Andrade.
Já em dezembro de 2006, investigações da PF o apontavam como chefe de um esquema de proteção aos bicheiros do Rio de Janeiro. Uma reportagem da revista “Época”, naquele ano, afirmava que desde que se fala sobre "banda podre" da polícia daquele estado, Lins era o mais alto oficial envolvido em graves denúncias de corrupção.
“Para muitos”, dizia a reportagem, Lins “é o símbolo maior de como a corrupção policial está intrinsecamente ligada à espiral de violência que vitima cidadãos inocentes e danifica a imagem do Rio, deixando na população um sentimento de impotência”.
O ex-chefe de Polícia Civil do governo Garotinho é um exemplo marcante das relações diretas que a corrupção vem estabelecendo com a contravenção e o crime no Brasil e também do uso de prerrogativas do Legislativo para fugir da Justiça. A eleição para deputado estadual livrou Lins da prisão quando a Polícia Federal deflagrou duas operações contra a banda podre da polícia do Rio em dezembro de 2006. Eleito deputado estadual com 108 mil votos, ele escudou-se no direito ao foro privilegiado para não ser preso.
A relação direta entre a corrupção e o crime organizado é um dos elementos mais preocupantes do colapso ético em nossa política. Um dos vínculos mais fortes da corrupção está no envolvimento de policiais com a contravenção e o tráfico. “Não existe nenhuma boca de fumo no Rio que funcione sem, no mínimo, a vista grossa de um policial", disse à revista “Época” o ex-subsecretário de Segurança do Rio Luiz Eduardo Soares.
Os números de detenções no período em que o deputado Álvaro Lins foi chefe da Polícia Civil são bastante suspeitos. Pesquisas mostraram que desde 1999, primeiro ano do governo Garotinho, até o ano de 2005, no governo de sua mulher, Rosinha, caiu 98% o número de prisões de pessoas ligadas à contravenção. Nesta categoria se enquadra a máfia dos caça-níqueis, que até mesmo subornava juízes para obter sentenças favoráveis no Rio de Janeiro. A queda foi de 3.441 para 56 prisões.
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POR José Pires
A representação do PSOL surge depois do deputado estadual Álvaro Lins haver sido indiciado pela Polícia Federal por crime eleitoral. A PF concluiu que o ex-chefe de Polícia Civil teria beneficiado um grupo formado por cerca de 300 excedentes do concurso, em troca de votos nas últimas eleições. Cada um dos aprovados teria se comprometido a conseguir 50 votos para o deputado.
No mesmo inquérito, a PF indiciou os ex-governadores Rosinha e Anthony Garotinho e o deputado federal Geraldo Roberto Siqueira, o Geraldo Pudim (PMDB-RJ). “Pelas investigações da Polícia Federal, a ação do deputado estadual aconteceu durante e após as eleições, quando Álvaro Lins já havia sido eleito. Para o PSOL, fica claro que não foi apenas uma promessa de votos, mas a efetiva compra de votos”, disse o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) ao jornal “O Globo” de hoje. A votação da cassação será pelo voto secreto.
Os tropeços de Lins com a lei não são de agora. O envolvimento do deputado Lins com bicheiros, segundo a revista “Veja”, já era denunciado em 1994, quando ele era tenente da PM. Naquele ano seu nome foi encontrado numa lista de pagamentos apreendida na casa do bicheiro carioca Castor de Andrade.
Já em dezembro de 2006, investigações da PF o apontavam como chefe de um esquema de proteção aos bicheiros do Rio de Janeiro. Uma reportagem da revista “Época”, naquele ano, afirmava que desde que se fala sobre "banda podre" da polícia daquele estado, Lins era o mais alto oficial envolvido em graves denúncias de corrupção.
“Para muitos”, dizia a reportagem, Lins “é o símbolo maior de como a corrupção policial está intrinsecamente ligada à espiral de violência que vitima cidadãos inocentes e danifica a imagem do Rio, deixando na população um sentimento de impotência”.
O ex-chefe de Polícia Civil do governo Garotinho é um exemplo marcante das relações diretas que a corrupção vem estabelecendo com a contravenção e o crime no Brasil e também do uso de prerrogativas do Legislativo para fugir da Justiça. A eleição para deputado estadual livrou Lins da prisão quando a Polícia Federal deflagrou duas operações contra a banda podre da polícia do Rio em dezembro de 2006. Eleito deputado estadual com 108 mil votos, ele escudou-se no direito ao foro privilegiado para não ser preso.
A relação direta entre a corrupção e o crime organizado é um dos elementos mais preocupantes do colapso ético em nossa política. Um dos vínculos mais fortes da corrupção está no envolvimento de policiais com a contravenção e o tráfico. “Não existe nenhuma boca de fumo no Rio que funcione sem, no mínimo, a vista grossa de um policial", disse à revista “Época” o ex-subsecretário de Segurança do Rio Luiz Eduardo Soares.
Os números de detenções no período em que o deputado Álvaro Lins foi chefe da Polícia Civil são bastante suspeitos. Pesquisas mostraram que desde 1999, primeiro ano do governo Garotinho, até o ano de 2005, no governo de sua mulher, Rosinha, caiu 98% o número de prisões de pessoas ligadas à contravenção. Nesta categoria se enquadra a máfia dos caça-níqueis, que até mesmo subornava juízes para obter sentenças favoráveis no Rio de Janeiro. A queda foi de 3.441 para 56 prisões.
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POR José Pires
ENVIADO POR: Newton Moratto
Primeiro foi Londrina, agora é o Brasil! Pretensioso? Não. O Movimento “Pé Vermelho! Mãos Limpas” como é sabido, cumpriu decisivo papel pela cidade de Londrina na cassação do ex-prefeito Antonio Belinati. Agora, como no intervalo silencioso entre duas notas musicais, surge o Movimento Mãos Limpas pelo Brasil, cujo objetivo primordial é resgatar e criar o necessário espírito de cidadania, dentro do qual deve estar embutida a capacidade de se indignar contra a corrupção e os desvios éticos que estão sendo praticados contra toda a nação brasileira.
Alguém dúvida de que é possível? A população brasileira já deu demonstrações dessa possibilidade. O fim da ditadura militar, as diretas-já, o impedimento de Collor, são exemplos notáveis. O momento que o país atravessa exige esforço de igual natureza.
A quem resta a capacidade de se indignar e ainda tem esperança de que é possível mudar para melhor as instituições e as pessoas que as dirigem chegou a hora de se lançar à luta. Exigir dos governantes que cumpram o seu dever de adotar posturas em prol da nação — e não em proveito próprio — é um direito e uma obrigação de todo cidadão.
Aquele que é eleito pelo voto deve prestar contas ao eleitor. Deve haver rigor e vigilância coordenada nessa cobrança. Mais do que se lamentar é preciso trabalhar, participar, ir à luta cívica.
O Brasil tem uma cara. E não é cara de bobo. Estão pensando que tem. Mais uma vez estão equivocados, contudo é preciso que isso fique claro por meio da ação.
Esta luta não é um fim em si mesmo, mas é essencial para que se construa uma democracia plena, que por sua vez também é meio para o progresso individual e coletivo de toda a comunidade.
Agir em conjunto, de modo organizado, é a maneira pela qual a sociedade dispõe para exercer o seu papel fundamental na democracia, qual seja: cobrar aqueles a quem elegemos para que respeitem o estado de direito, as instituições, e o sacrifício de se pagar tributos — sem que retornem para a população em forma de benefícios para o seu desenvolvimento.
Não agir torna as lamúrias e reclamações sem efetividade e até mesmo ilegítimas. O que impede esta ação? Se é certo que a motivação está dentro de cada um, é certo também que a omissão tem um preço, e esse todos sabem qual é: é o Brasil que aí está.
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POR Brasil Limpeza
Alguém dúvida de que é possível? A população brasileira já deu demonstrações dessa possibilidade. O fim da ditadura militar, as diretas-já, o impedimento de Collor, são exemplos notáveis. O momento que o país atravessa exige esforço de igual natureza.
A quem resta a capacidade de se indignar e ainda tem esperança de que é possível mudar para melhor as instituições e as pessoas que as dirigem chegou a hora de se lançar à luta. Exigir dos governantes que cumpram o seu dever de adotar posturas em prol da nação — e não em proveito próprio — é um direito e uma obrigação de todo cidadão.
Aquele que é eleito pelo voto deve prestar contas ao eleitor. Deve haver rigor e vigilância coordenada nessa cobrança. Mais do que se lamentar é preciso trabalhar, participar, ir à luta cívica.
O Brasil tem uma cara. E não é cara de bobo. Estão pensando que tem. Mais uma vez estão equivocados, contudo é preciso que isso fique claro por meio da ação.
Esta luta não é um fim em si mesmo, mas é essencial para que se construa uma democracia plena, que por sua vez também é meio para o progresso individual e coletivo de toda a comunidade.
Agir em conjunto, de modo organizado, é a maneira pela qual a sociedade dispõe para exercer o seu papel fundamental na democracia, qual seja: cobrar aqueles a quem elegemos para que respeitem o estado de direito, as instituições, e o sacrifício de se pagar tributos — sem que retornem para a população em forma de benefícios para o seu desenvolvimento.
Não agir torna as lamúrias e reclamações sem efetividade e até mesmo ilegítimas. O que impede esta ação? Se é certo que a motivação está dentro de cada um, é certo também que a omissão tem um preço, e esse todos sabem qual é: é o Brasil que aí está.
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POR Brasil Limpeza
segunda-feira, 23 de julho de 2007
O vazio que choca os nossos corações
O Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil acredita que o Brasil vive um colapso ético. O avanço da corrupção acabou por provocar uma falência moral que põe em risco a vida brasileira em todos os sentidos. Sofrem os seus efeitos deletérios o nosso sistema de saúde, a educação, a cultura, a nossa economia e a segurança dos cidadãos – sendo que neste último caso já vivemos uma realidade em que a coação física, com roubos, assaltos e mortes, infelizmente já começa a ser algo visto como normalidade.
A corrupção desmonta as engrenagens produtivas da Nação, afetando às famílias e dificultando tanto a vida do empresário quanto a do trabalhador. E esta desmoralização ética começa também a colocar em risco relações institucionais básicas, sem as quais é difícil manter um país estabilizado; hoje vemos muito desgastado o vínculo entre a população e as nossas lideranças. O cidadão sente cada vez mais longe de suas obrigações o judiciário, o legislativo e o executivo.
Recentes acontecimentos, porém, mostram que a situação se agrava, revelando que o colapso ético começa a criar também um vazio de liderança, afastando a população do Governo Federal e também dos demais representantes públicos. O colapso aparentemente se instala também entre as autoridades com a obrigação de mobilizar e administrar os anseios e necessidades do país.
Entre as várias manifestações deste vazio de liderança, destacamos a tragédia do avião da TAM, em São Paulo, onde morreram 205 pessoas. Este fato serve como exemplo não apenas por ser o mais recente, mas também pelo que envolve em gravidade e comoção, com as qualidades especiais advindas de uma situação em que é maior a necessidade de apoio técnico e moral às vítimas e à população que vive com temor e emoção tal drama.
Em qualquer outro país em que tivesse ocorrido tragédia de tal magnitude, teríamos de imediato a presença no local de praticamente todas as autoridades deste lugar hipotético. Não faltaria ali a presença do presidente da República, amparando os familiares, explicando causas e conseqüências e até mesmo chamando à responsabilidade seu próprio governo. Os cidadãos teriam ali também a presença de autoridades do Legislativo, tendo à frente seus presidentes. O do Senado certamente não faltaria com a sua obrigação.
Mas, no entanto, sente-se sempre a ausência das autoridades brasileiras quando a situação exige pronta resposta com responsabilidade, atenção e compromisso. O presidente da República teme que haja vaias onde existe apenas dor e desesperança. Outro que foge do povo é o presidente do Senado, autoridade da maior importância – quarto na linha sucessória, o senador Calheiros assumiu interinamente por duas vezes a Presidência da República em 2006.
O presidente do Senado Renan Calheiros sumiu de cena um dia depois da tragédia, após o recesso do Congresso Nacional que começou no dia 18 de julho. Os jornais ainda informam que a decisão do sumiço do presidente do Senado foi tomada em reunião no Palácio do Planalto e partiu de um conselho do presidente Lula. Vivemos a situação triste de um País em que os nossos representantes temem ser vistos em público
Outros sinais deste vazio de liderança, vieram também do Planalto, do janelão do Palácio, onde a TV Globo filmou dois assessores presidenciais fazendo gestos de conteúdo imoral e ofensivo enquanto assistiam na televisão uma reportagem sobre a tragédia do aeroporto de Congonhas.
Umas das pessoas que gesticula de modo ofensivo é o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, que também é amigo do presidente Lula. Garcia é um dos últimos assessores com ligação histórica com Lula, que teve seu círculo político e pessoal mais próximo desmontado gradativamente pelos escândalos políticos que cercam o governo.
Garcia foi mantido no cargo, uma sinalização de apoio presidencial. Com isso os gestos flagrados pela janela do Palácio do Planalto adquirem um peso ainda maior. Mostram que vivemos um vazio de liderança. E revelam também um governo emaranhado em estranhas e supostas teorias conspiratórias e distanciado de seus deveres em relação ao País; um governo formado por pessoas que parecem desconhecer que certas situações exigem reações acima de ideologias, crenças ou partidos, mesmo porque envolvem obrigações de respeito à cidadania e até mesmo aos direitos básicos do ser humano.
Prepare antes o estômago e depois veja as cenas com o assessor de Lula no endereço http://br.youtube.com/watch?v=dai2DYOiu9U
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POR José Pires
A corrupção desmonta as engrenagens produtivas da Nação, afetando às famílias e dificultando tanto a vida do empresário quanto a do trabalhador. E esta desmoralização ética começa também a colocar em risco relações institucionais básicas, sem as quais é difícil manter um país estabilizado; hoje vemos muito desgastado o vínculo entre a população e as nossas lideranças. O cidadão sente cada vez mais longe de suas obrigações o judiciário, o legislativo e o executivo.
Recentes acontecimentos, porém, mostram que a situação se agrava, revelando que o colapso ético começa a criar também um vazio de liderança, afastando a população do Governo Federal e também dos demais representantes públicos. O colapso aparentemente se instala também entre as autoridades com a obrigação de mobilizar e administrar os anseios e necessidades do país.
Entre as várias manifestações deste vazio de liderança, destacamos a tragédia do avião da TAM, em São Paulo, onde morreram 205 pessoas. Este fato serve como exemplo não apenas por ser o mais recente, mas também pelo que envolve em gravidade e comoção, com as qualidades especiais advindas de uma situação em que é maior a necessidade de apoio técnico e moral às vítimas e à população que vive com temor e emoção tal drama.
Em qualquer outro país em que tivesse ocorrido tragédia de tal magnitude, teríamos de imediato a presença no local de praticamente todas as autoridades deste lugar hipotético. Não faltaria ali a presença do presidente da República, amparando os familiares, explicando causas e conseqüências e até mesmo chamando à responsabilidade seu próprio governo. Os cidadãos teriam ali também a presença de autoridades do Legislativo, tendo à frente seus presidentes. O do Senado certamente não faltaria com a sua obrigação.
Mas, no entanto, sente-se sempre a ausência das autoridades brasileiras quando a situação exige pronta resposta com responsabilidade, atenção e compromisso. O presidente da República teme que haja vaias onde existe apenas dor e desesperança. Outro que foge do povo é o presidente do Senado, autoridade da maior importância – quarto na linha sucessória, o senador Calheiros assumiu interinamente por duas vezes a Presidência da República em 2006.
O presidente do Senado Renan Calheiros sumiu de cena um dia depois da tragédia, após o recesso do Congresso Nacional que começou no dia 18 de julho. Os jornais ainda informam que a decisão do sumiço do presidente do Senado foi tomada em reunião no Palácio do Planalto e partiu de um conselho do presidente Lula. Vivemos a situação triste de um País em que os nossos representantes temem ser vistos em público
Outros sinais deste vazio de liderança, vieram também do Planalto, do janelão do Palácio, onde a TV Globo filmou dois assessores presidenciais fazendo gestos de conteúdo imoral e ofensivo enquanto assistiam na televisão uma reportagem sobre a tragédia do aeroporto de Congonhas.
Umas das pessoas que gesticula de modo ofensivo é o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, que também é amigo do presidente Lula. Garcia é um dos últimos assessores com ligação histórica com Lula, que teve seu círculo político e pessoal mais próximo desmontado gradativamente pelos escândalos políticos que cercam o governo.
Garcia foi mantido no cargo, uma sinalização de apoio presidencial. Com isso os gestos flagrados pela janela do Palácio do Planalto adquirem um peso ainda maior. Mostram que vivemos um vazio de liderança. E revelam também um governo emaranhado em estranhas e supostas teorias conspiratórias e distanciado de seus deveres em relação ao País; um governo formado por pessoas que parecem desconhecer que certas situações exigem reações acima de ideologias, crenças ou partidos, mesmo porque envolvem obrigações de respeito à cidadania e até mesmo aos direitos básicos do ser humano.
Prepare antes o estômago e depois veja as cenas com o assessor de Lula no endereço http://br.youtube.com/watch?v=dai2DYOiu9U
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POR José Pires
sábado, 21 de julho de 2007
Mãos Limpas Pelo Brasil fará surpresa no Calçadão
O Movimento Mãos Limpas Para o Brasil vai se manifestar neste sábado, dia 21 de julho, no Calçadão de Londrina, em um ato que visa mostrar aos nossos parlamentares que a população está de olho no Congresso Nacional e manter bem vivo na memória popular os lamentáveis escândalos quem envolvem aquela casa. A mobilização começa às 10 horas da manhã.
O Movimento tem uma surpresa para mostrar à população neste ato. Será sobre as “conversas pra boi dormir” que o presidente do Senado tenta fazer a população engolir. A presença de todos os homens e mulheres de bem será muito bem recebida em nosso ato. É importante ampliar bastante o nosso movimento, para que os nossos políticos se sintam pressionados a agir com ética.
As atividades do Movimento neste mês de julho se concentrarão no tema “A Cidadania Não Entra em Recesso”, com ações em torno da questão do recesso do legislativo. O recesso parlamentar, que nem deveria existir, devido ao monte de trabalho atrasado tanto no Senado quanto na Câmara, tomou um sentido ainda mais pernicioso, pois está sendo usado para encobrir os escândalos em que está metido o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Mãos Limpas Pelo Brasil foi criado por remanescentes do movimento “Pé Vermelho! Mãos Limpas” – homens e mulheres de bem que não abandonam a luta pela ética –, mobilização política da cidadania nascida da sociedade civil londrinense que denunciou a corrupção na prefeitura de Londrina e que culminou com a cassação do prefeito Antonio Belinati em julho de 2000. Desta vez, nasce em Londrina um movimento ético de caráter nacional centrado na necessidade da regeneração da política brasileira.
O Brasil vive um colapso ético e neste drama social a crise do Senado é apenas a parte mais aparente. O vendaval escandaloso que agita a política brasileira surgiu apenas por força de causas imprevistas relacionadas a atos irresponsáveis do presidente da Casa, Renan Calheiros. E o pior é que, além dos fatos em si, causa repulsa nos cidadãos brasileiros a certeza de que se não fosse o problema do senador com a pensão da inocente criança que teve fora do casamento, toda a lama revelada depois pela imprensa estaria sendo mantida encoberta pelo corporativismo que, ao contrário de defender, desmoraliza o Congresso Nacional como instituição da República.
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POR José Pires
O Movimento tem uma surpresa para mostrar à população neste ato. Será sobre as “conversas pra boi dormir” que o presidente do Senado tenta fazer a população engolir. A presença de todos os homens e mulheres de bem será muito bem recebida em nosso ato. É importante ampliar bastante o nosso movimento, para que os nossos políticos se sintam pressionados a agir com ética.
As atividades do Movimento neste mês de julho se concentrarão no tema “A Cidadania Não Entra em Recesso”, com ações em torno da questão do recesso do legislativo. O recesso parlamentar, que nem deveria existir, devido ao monte de trabalho atrasado tanto no Senado quanto na Câmara, tomou um sentido ainda mais pernicioso, pois está sendo usado para encobrir os escândalos em que está metido o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Mãos Limpas Pelo Brasil foi criado por remanescentes do movimento “Pé Vermelho! Mãos Limpas” – homens e mulheres de bem que não abandonam a luta pela ética –, mobilização política da cidadania nascida da sociedade civil londrinense que denunciou a corrupção na prefeitura de Londrina e que culminou com a cassação do prefeito Antonio Belinati em julho de 2000. Desta vez, nasce em Londrina um movimento ético de caráter nacional centrado na necessidade da regeneração da política brasileira.
O Brasil vive um colapso ético e neste drama social a crise do Senado é apenas a parte mais aparente. O vendaval escandaloso que agita a política brasileira surgiu apenas por força de causas imprevistas relacionadas a atos irresponsáveis do presidente da Casa, Renan Calheiros. E o pior é que, além dos fatos em si, causa repulsa nos cidadãos brasileiros a certeza de que se não fosse o problema do senador com a pensão da inocente criança que teve fora do casamento, toda a lama revelada depois pela imprensa estaria sendo mantida encoberta pelo corporativismo que, ao contrário de defender, desmoraliza o Congresso Nacional como instituição da República.
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POR José Pires
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Movimento reúne cidadãos em combate à corrupção
Cerca de 40 londrinenses lançaram
o Mãos Limpas Pelo Brasil, que quer
mobilizar a sociedade e cobrar
ética dos representantes políticos
Cerca de 40 londrinenses estiveram reunidos na manhã de ontem, numa sala do Hotel Cedro, para o lançamento oficial do movimento Mãos Limpas Pelo Brasil. O novo movimento está sendo criado por remanescentes do ''Pé Vermelho! Mãos Limpas'', mobilização política nascida da sociedade civil londrinense que denunciou a corrupção na Prefeitura de Londrina e que culminou com a cassação do então prefeito Antonio Belinati, em junho de 2000.
Vestidos com coletes padronizados estampados com a logomarca do movimento, os integrantes explicaram que um dos principais objetivos do movimento é mobilizar e organizar a sociedade civil para combater a corrupção nacional, sem vínculos partidários ou ideológicos. O jornalista José Pires, que integra o movimento, explicou que não há uma liderança ou uma organização hierárquica, mas que qualquer cidadão, que tenha como pauta de reinvindicação a luta contra a corrupção e que seja a favor da ética, pode fazer parte do movimento e responder por ele. ''A idéia é que esse movimento seja nacional e que os representados passem a cobrar dos representantes a ética e a verdade. A situação da corrupção chegou num ponto tão grave que já está se transformando num processo de crime organizado'', disse.
Por meio do lema ''A cidadania não entra em recesso'', o movimento realizará ações cívicas que deverão ir até 1º de agosto ou enquanto durar o período do recesso parlamentar do Congresso Nacional. O primeiro ato já está previsto para acontecer amanhã no calçadão de Londrina. ''Se a sociedade civil não se levantar e não cobrar do Congresso a situação vai piorar. Nossa segurança física já corre risco. Está sendo instalado no país um estado de domínio'', comentou.
Durante a reunião, a secretária especial de coordenação da região metropolitana de Londrina (RML), Elza Correia, esteve presente. Após longos minutos se posicionando a favor do movimento, Elza foi advertida por alguns integrantes sobre o extenso discurso. Com isso, Elza, que já vestia o colete do movimento, o retirou e saiu da sala em protesto. ''Eu vim participar como uma cidadã que luta pela verdade, mas foi colocado que por eu ser secretária do governo eu teria dificuldade em participar. Fui praticamente convocada a me retirar.''
A aposentada Iracema Carneiro, que faz parte do movimento e participou do antigo ''Pé Vermelho! Mãos Limpas'' disse que o que aconteceu foi um ''incidente desagradável''. Ela disse reconher Elza como uma ''mulher de luta'', mas que o movimento não deve ter nenhum tipo de vínculo com qualquer órgão governamental. ''Nosso movimento é supra-partidário, do povo, das mulheres, dos estudantes. Não queremos que haja uma vinculação com congresso, governo, etc.''
Segundo Iracema, o movimento quer ''tirar de casa o cidadão acomodado'', mas revoltado com a situação do país. ''O movimento visa lutar contra essa falta de vergonha dos parlamentares, essa corrupção que está se instalando. Vamos estar nos aeroportos, nas ruas e mobilizar as pessoas para que todos os brasileiros possam se organizar.''
Fernanda Borges
Reportagem Local
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PUBLICADO na Folha de Londrina de hoje
o Mãos Limpas Pelo Brasil, que quer
mobilizar a sociedade e cobrar
ética dos representantes políticos
Cerca de 40 londrinenses estiveram reunidos na manhã de ontem, numa sala do Hotel Cedro, para o lançamento oficial do movimento Mãos Limpas Pelo Brasil. O novo movimento está sendo criado por remanescentes do ''Pé Vermelho! Mãos Limpas'', mobilização política nascida da sociedade civil londrinense que denunciou a corrupção na Prefeitura de Londrina e que culminou com a cassação do então prefeito Antonio Belinati, em junho de 2000.
Vestidos com coletes padronizados estampados com a logomarca do movimento, os integrantes explicaram que um dos principais objetivos do movimento é mobilizar e organizar a sociedade civil para combater a corrupção nacional, sem vínculos partidários ou ideológicos. O jornalista José Pires, que integra o movimento, explicou que não há uma liderança ou uma organização hierárquica, mas que qualquer cidadão, que tenha como pauta de reinvindicação a luta contra a corrupção e que seja a favor da ética, pode fazer parte do movimento e responder por ele. ''A idéia é que esse movimento seja nacional e que os representados passem a cobrar dos representantes a ética e a verdade. A situação da corrupção chegou num ponto tão grave que já está se transformando num processo de crime organizado'', disse.
Por meio do lema ''A cidadania não entra em recesso'', o movimento realizará ações cívicas que deverão ir até 1º de agosto ou enquanto durar o período do recesso parlamentar do Congresso Nacional. O primeiro ato já está previsto para acontecer amanhã no calçadão de Londrina. ''Se a sociedade civil não se levantar e não cobrar do Congresso a situação vai piorar. Nossa segurança física já corre risco. Está sendo instalado no país um estado de domínio'', comentou.
Durante a reunião, a secretária especial de coordenação da região metropolitana de Londrina (RML), Elza Correia, esteve presente. Após longos minutos se posicionando a favor do movimento, Elza foi advertida por alguns integrantes sobre o extenso discurso. Com isso, Elza, que já vestia o colete do movimento, o retirou e saiu da sala em protesto. ''Eu vim participar como uma cidadã que luta pela verdade, mas foi colocado que por eu ser secretária do governo eu teria dificuldade em participar. Fui praticamente convocada a me retirar.''
A aposentada Iracema Carneiro, que faz parte do movimento e participou do antigo ''Pé Vermelho! Mãos Limpas'' disse que o que aconteceu foi um ''incidente desagradável''. Ela disse reconher Elza como uma ''mulher de luta'', mas que o movimento não deve ter nenhum tipo de vínculo com qualquer órgão governamental. ''Nosso movimento é supra-partidário, do povo, das mulheres, dos estudantes. Não queremos que haja uma vinculação com congresso, governo, etc.''
Segundo Iracema, o movimento quer ''tirar de casa o cidadão acomodado'', mas revoltado com a situação do país. ''O movimento visa lutar contra essa falta de vergonha dos parlamentares, essa corrupção que está se instalando. Vamos estar nos aeroportos, nas ruas e mobilizar as pessoas para que todos os brasileiros possam se organizar.''
Fernanda Borges
Reportagem Local
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PUBLICADO na Folha de Londrina de hoje
quinta-feira, 19 de julho de 2007
Senador sem voto e com os dias contados
O senador Gim Argello (PTB-DF) mal tomou posse e o corregedor da Casa, Romeu Tuma (DEM-SP) já está em sua cola. Tuma disse que vai requisitar a órgãos públicos informações que possam comprovar “falcatruas” das quais o mais novo senador da República é suspeito.
É extensa a ficha do senador Argello. Ele responde a processos ou inquéritos civis e criminais, foi citado em 2002 como beneficiário de propina, foi investigado por grilagem de terra e é acusado de ter participado de fraude na aprovação de leis de regularização fundiária enquanto presidia a Câmara Distrital do Distrito Federal.
Além disso, ele estaria envolvido na famosa história do terreno em Brasília que teve valorização de R$ 72 milhões graças à lei aprovada por seu grupo político. Segundo denúncias, a venda estaria relacionada ao também famoso cheque que Roriz alegou ter emprestado de Nenê Constantino, da Gol. Por ser muito fora da razão, a defesa apresentada por Roriz vai acabar ficando para o folclore político. O ex-senador disse que pediu um empréstimo de R$ 300 mil a Constantino, quantia descontada do cheque de R$ 2,2 milhões do empresário.
São muitas as histórias nas quais o senador Argello está envolvido. E todos sabem que, por muito menos, bem menos que isso, jamais estaria empregado em qualquer empresa comercial séria. Porém, como mais uma dessas coisas que afrontam o País, foi empossado como senador.
E será árdua a defesa de seu mandato. Ele tem que explicar também outra denúncia muito séria que partiu da revista “Veja”, que afirma em reportagem recente que os R$ 2,2 milhões citados acima – fato flagrado em uma conversa telefônica de Roriz – teriam sido utilizados para subornar juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Brasília.
A revista publicou trechos de conversas entre Roriz e Argello, onde os dois travam o seguinte diálogo:
Argello – O Agnelo (refere-se a Agnelo Queiroz, ex-ministro e candidato derrotado ao Senado) me disse que a decisão foi comprada. É isso mesmo?
Roriz – É isso mesmo. Achei que o processo não ia dar em nada, mas tivemos de resolver. Tivemos de comprar dois.
“Veja” informa que conseguiu acesso à conversa com um político próximo de Roriz. Segundo esta fonte, “comprar dois” significa subornar dois juízes do TRE de Brasília. E o fato é que Roriz teve mesmo uma condenação revertida naquele tribunal. Um dos juízes mudou o voto e rejeitou a acusação por uso da máquina pública e propaganda ilegal.
Um elemento que chama a atenção na conversa entre os dois políticos – e que revela o papel nocivo da figura do suplente na política brasileira – é quando Roriz lembra à Argello que o mandato de senador também lhe pertencia. “O mandato também é seu, você precisa me ajudar”, disse Roriz.
Aliás, a chapa para o Senado que o ex-senador Roriz encabeçou é a comprovação cabal da necessidade de se acabar com a figura do senador suplente. Em agosto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai julgar o caso novamente, atendendo a recurso feito pelo Ministério Público e o PC do B. Uma condenação atingirá Roriz e seus dois suplentes: Argelo, que assumiu o mandato, e o segundo suplente, o engenheiro Marcos de Almeida Castro.
Romeu Tuma terá que correr contra o tempo para pegar o senador Argello antes do TSE, tribunal que tem a ocasião para mostrar serviço numa área em que tem sido decepcionante. Mas esses ataques de Tuma parecem ser apenas parte de um jogo de cena em que tem atuado de um modo triste para o País. O suplente que assumiu no lugar de Roriz parece estar sendo usado como um despiste em relação aos deslizes éticos do presidente da Casa, Renan Calheiros. Não podemos nunca esquecer que este justiceiro Tuma é o mesmo que, no papel de corregedor do Senado, disse que investigava Calheiros com a seguinte intenção: “Não quero condenar, quero absolver”.
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POR José Pires
É extensa a ficha do senador Argello. Ele responde a processos ou inquéritos civis e criminais, foi citado em 2002 como beneficiário de propina, foi investigado por grilagem de terra e é acusado de ter participado de fraude na aprovação de leis de regularização fundiária enquanto presidia a Câmara Distrital do Distrito Federal.
Além disso, ele estaria envolvido na famosa história do terreno em Brasília que teve valorização de R$ 72 milhões graças à lei aprovada por seu grupo político. Segundo denúncias, a venda estaria relacionada ao também famoso cheque que Roriz alegou ter emprestado de Nenê Constantino, da Gol. Por ser muito fora da razão, a defesa apresentada por Roriz vai acabar ficando para o folclore político. O ex-senador disse que pediu um empréstimo de R$ 300 mil a Constantino, quantia descontada do cheque de R$ 2,2 milhões do empresário.
São muitas as histórias nas quais o senador Argello está envolvido. E todos sabem que, por muito menos, bem menos que isso, jamais estaria empregado em qualquer empresa comercial séria. Porém, como mais uma dessas coisas que afrontam o País, foi empossado como senador.
E será árdua a defesa de seu mandato. Ele tem que explicar também outra denúncia muito séria que partiu da revista “Veja”, que afirma em reportagem recente que os R$ 2,2 milhões citados acima – fato flagrado em uma conversa telefônica de Roriz – teriam sido utilizados para subornar juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Brasília.
A revista publicou trechos de conversas entre Roriz e Argello, onde os dois travam o seguinte diálogo:
Argello – O Agnelo (refere-se a Agnelo Queiroz, ex-ministro e candidato derrotado ao Senado) me disse que a decisão foi comprada. É isso mesmo?
Roriz – É isso mesmo. Achei que o processo não ia dar em nada, mas tivemos de resolver. Tivemos de comprar dois.
“Veja” informa que conseguiu acesso à conversa com um político próximo de Roriz. Segundo esta fonte, “comprar dois” significa subornar dois juízes do TRE de Brasília. E o fato é que Roriz teve mesmo uma condenação revertida naquele tribunal. Um dos juízes mudou o voto e rejeitou a acusação por uso da máquina pública e propaganda ilegal.
Um elemento que chama a atenção na conversa entre os dois políticos – e que revela o papel nocivo da figura do suplente na política brasileira – é quando Roriz lembra à Argello que o mandato de senador também lhe pertencia. “O mandato também é seu, você precisa me ajudar”, disse Roriz.
Aliás, a chapa para o Senado que o ex-senador Roriz encabeçou é a comprovação cabal da necessidade de se acabar com a figura do senador suplente. Em agosto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai julgar o caso novamente, atendendo a recurso feito pelo Ministério Público e o PC do B. Uma condenação atingirá Roriz e seus dois suplentes: Argelo, que assumiu o mandato, e o segundo suplente, o engenheiro Marcos de Almeida Castro.
Romeu Tuma terá que correr contra o tempo para pegar o senador Argello antes do TSE, tribunal que tem a ocasião para mostrar serviço numa área em que tem sido decepcionante. Mas esses ataques de Tuma parecem ser apenas parte de um jogo de cena em que tem atuado de um modo triste para o País. O suplente que assumiu no lugar de Roriz parece estar sendo usado como um despiste em relação aos deslizes éticos do presidente da Casa, Renan Calheiros. Não podemos nunca esquecer que este justiceiro Tuma é o mesmo que, no papel de corregedor do Senado, disse que investigava Calheiros com a seguinte intenção: “Não quero condenar, quero absolver”.
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POR José Pires
Remanescentes do 'Mãos Limpas' também lançam movimento
Também hoje, um grupo de londrinenses composto por profissionais liberais, empresários e professores universitários lança o movimento batizado de ''Mãos Limpas pelo Brasil'', inspirado no grupo que, no final da década de 1990, denunciou a Prefeitura de Londrina como palco de casos de corrupção. Vários dos membros do movimento que será lançado hoje às 10 horas, no Hotel Cedro (Zona Oeste), inclusive, são remanescentes do extinto ''Pé Vermelho! Mãos Limpas!'', que apoiou, em junho de 2000, a cassação do então prefeito Antonio Belinati.
Dessa vez, o grupo quer organizar mobilizações de caráter mais amplo, uma vez que abrangem as esferas do poder municipal, estadual e federal na luta por mais ética na política. Segundo os organizadores, as primeiras ações em rua, marcadas para o próximo sábado de manhã - panfletagem no Calçadão de Londrina -, coincidem propositalmente com o recesso parlamentar: este, uma das bandeiras de luta contrária do movimento, que quer também o fim do foro privilegiado e da suplência.
''Não temos vínculo com entidades públicas ou privadas; o que queremos é reunir as pessoas indignadas com esse estado de corrupção a que o país chegou e, em manifestação, cobrar dos políticos que eles cumpram suas obrigações - pelo menos no que diz respeito às questões morais básicas'', explicou o jornalista e artista gráfico José Pires, um dos integrantes da mobilização.
De acordo com Pires, ''só com a sociedade civil, cobrando seus representantes para que não haja impunidade'', é que um ''mal maior'' seria evitado. ''Porque a corrupção acaba financiando o crime organizado, de uma forma ou de outra'', justificou.
Também integrante, o funcionário público aposentado Adoniro Prieto Mathias defende que o cidadão participe da causa. ''A ousadia do político corrupto só não é maior que a covardia da sociedade. Isso é muito ruim, precisamos espernear mais'', recomendou.
Janaina Garcia
Reportagem Local
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PUBLICADO na "Folha de Londrina" de hoje
Dessa vez, o grupo quer organizar mobilizações de caráter mais amplo, uma vez que abrangem as esferas do poder municipal, estadual e federal na luta por mais ética na política. Segundo os organizadores, as primeiras ações em rua, marcadas para o próximo sábado de manhã - panfletagem no Calçadão de Londrina -, coincidem propositalmente com o recesso parlamentar: este, uma das bandeiras de luta contrária do movimento, que quer também o fim do foro privilegiado e da suplência.
''Não temos vínculo com entidades públicas ou privadas; o que queremos é reunir as pessoas indignadas com esse estado de corrupção a que o país chegou e, em manifestação, cobrar dos políticos que eles cumpram suas obrigações - pelo menos no que diz respeito às questões morais básicas'', explicou o jornalista e artista gráfico José Pires, um dos integrantes da mobilização.
De acordo com Pires, ''só com a sociedade civil, cobrando seus representantes para que não haja impunidade'', é que um ''mal maior'' seria evitado. ''Porque a corrupção acaba financiando o crime organizado, de uma forma ou de outra'', justificou.
Também integrante, o funcionário público aposentado Adoniro Prieto Mathias defende que o cidadão participe da causa. ''A ousadia do político corrupto só não é maior que a covardia da sociedade. Isso é muito ruim, precisamos espernear mais'', recomendou.
Janaina Garcia
Reportagem Local
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PUBLICADO na "Folha de Londrina" de hoje
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Movimento será lançado em Londrina
O Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil será lançado amanhã, 19 de julho, às 10 horas da manhã, em Londrina, Paraná. O evento será no Cedro Hotel. O movimento terá a marca-símbolo “Brasil Limpeza”, com o significado de uma mobilização que visa organizar e expressar o sentimento cívico contra a corrupção que toma conta das nossas instituições. Na ocasião, os objetivos do Movimento serão apresentados para a sociedade civil e a imprensa, assim como as razões para a sua criação. Teremos também o lançamento da nossa primeira ação cívica, que deve durar todo o período do recesso parlamentar do Congresso Nacional, de hoje até 1º de agosto.
Outras ações se seguirão a esta mobilização de julho, mês em que pretendemos marcar o início da nossa luta ética. Neste período de recesso do Congresso Nacional vamos manter cidadania ativa e vigilante em relação à corrupção naquela Casa, até o momento da volta aos trabalhos legislativos. Então passaremos a cobrar diretamente o cumprimento de suas obrigações com a ética. A intenção do movimento é espalhar pelo País um sentimento cívico e trabalhar pela multiplicação da consciência da necessidade de que a política seja conduzida sem a mentira, a corrupção e a impunidade.
Após o lançamento, neste dia 19, iremos às ruas com manifestações cívicas e cobranças públicas das responsabilidades dos nossos representantes políticos. No sábado, estaremos no Calçadão da cidade de Londrina para fazer ressoar nosso grito cívico de indignação, exigindo ética em nossa Nação.
Vamos também promover debates, estudos sociais e políticos e um trabalho sério e aprofundado de informação sobre o tema da ética e cidadania. Estaremos também trabalhando com as novas tecnologias de comunicação, atuando em rede pela ética. Já temos em atividade este o blog, com o conteúdo renovado diariamente.
Mãos Limpas Pelo Brasil está sendo criado por remanescentes do movimento “Pé Vermelho! Mãos Limpas”, mobilização política da cidadania nascida da sociedade civil londrinense que denunciou a corrupção na prefeitura de Londrina e que culminou com a cassação do prefeito Antonio Belinati em julho de 2000. Desta vez, nasce em Londrina um movimento ético de caráter nacional centrado na necessidade da regeneração da política brasileira.
O Movimento não tem coloração partidária e nem ligação direta com nenhuma instituição pública ou privada. Será um movimento eminentemente da cidadania e acima de ideologias, partidos ou crenças: serão bem-vindos todos os que acreditam que a política deve ser exercida com zelo e conduzida por valores morais fundamentais, onde a honestidade e a ética sejam a base para o alcance de objetivos políticos e sociais.
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POR José Pires
Outras ações se seguirão a esta mobilização de julho, mês em que pretendemos marcar o início da nossa luta ética. Neste período de recesso do Congresso Nacional vamos manter cidadania ativa e vigilante em relação à corrupção naquela Casa, até o momento da volta aos trabalhos legislativos. Então passaremos a cobrar diretamente o cumprimento de suas obrigações com a ética. A intenção do movimento é espalhar pelo País um sentimento cívico e trabalhar pela multiplicação da consciência da necessidade de que a política seja conduzida sem a mentira, a corrupção e a impunidade.
Após o lançamento, neste dia 19, iremos às ruas com manifestações cívicas e cobranças públicas das responsabilidades dos nossos representantes políticos. No sábado, estaremos no Calçadão da cidade de Londrina para fazer ressoar nosso grito cívico de indignação, exigindo ética em nossa Nação.
Vamos também promover debates, estudos sociais e políticos e um trabalho sério e aprofundado de informação sobre o tema da ética e cidadania. Estaremos também trabalhando com as novas tecnologias de comunicação, atuando em rede pela ética. Já temos em atividade este o blog, com o conteúdo renovado diariamente.
Mãos Limpas Pelo Brasil está sendo criado por remanescentes do movimento “Pé Vermelho! Mãos Limpas”, mobilização política da cidadania nascida da sociedade civil londrinense que denunciou a corrupção na prefeitura de Londrina e que culminou com a cassação do prefeito Antonio Belinati em julho de 2000. Desta vez, nasce em Londrina um movimento ético de caráter nacional centrado na necessidade da regeneração da política brasileira.
O Movimento não tem coloração partidária e nem ligação direta com nenhuma instituição pública ou privada. Será um movimento eminentemente da cidadania e acima de ideologias, partidos ou crenças: serão bem-vindos todos os que acreditam que a política deve ser exercida com zelo e conduzida por valores morais fundamentais, onde a honestidade e a ética sejam a base para o alcance de objetivos políticos e sociais.
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POR José Pires
terça-feira, 17 de julho de 2007
Um dia muito simbólico no Senado
Hoje, último dia de atividades do Congresso Nacional, que entra em recesso amanhã, foi uma data simbolicamente reveladora da situação ética daquela instituição.
No início da tarde a Mesa Diretora do Senado aprovou por unanimidade o aprofundamento da perícia nos documentos da defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado e integrante da base de sustentação política do governo Lula. Os dados serão investigados pela Polícia Federal.
Calheiros é acusado de quebra do decoro parlamentar. Suas contas pessoais teriam sido pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Os documentos que serão investigados foram anexados pela defesa do senador para a comprovação de renda, com a venda de gado, para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.
No final da tarde, tomou posse como senador Gil Argello, vice-presidente nacional do PTB, outro partido da base política do governo. Argello substituiu o ex-senador Joaquim Roriz (PMDB), que renunciou após ser flagrado em escutas telefônicas negociando R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do Banco de Brasília, Tarcísio Franklin.
Na conversa telefônica, Roriz combina a divisão de R$ 2,2 milhões, recebidos de Nenê Constantino, dono da Gol e de empresas de ônibus urbanos. Roriz renunciou ao mandato para escapar da cassação.
Argello corre o risco de ser investigado pelo Conselho de Ética do Senado por suspeitas de envolvimento na partilha do mesmo cheque que comprometeu Roriz.
No Senado, Gim Argello, leu os documentos que oficializaram a posse. “Prometo resguardar a Constituição Federal e as leis do meu país”, ele disse.
Ainda no dia de hoje, o senador Artgur Virgílio (PSDB-AM) leu em plenário as acusações contra o mais novo senador da República. Veja abaixo a lista.
* Em 2002, foi acusado de ter recebido 300 lotes para facilitar a regularização de um condomínio irregular. A denúncia foi feita pelo então secretário de Assuntos Fundiários e deputado distrital licenciado Odilon Aires, que se queixava do fato de ter ficado com apenas 50 lotes.
* A gravação foi obra do empresário Márcio Passos, que se encarregou depois de divulgar o vídeo. Márcio é irmão do deputado distrital Pedro Passos, preso em maio pela Operação Navalha e apontado como grileiro de terras públicas no Distrito Federal. O caso gerou uma ação popular que ainda hoje aguarda julgamento.
* Ex-presidente da Câmara Legislativa, Argello é réu em um total de cinco ações judiciais. Seus problemas incluem um processo de execução fiscal por dívidas com a Receita Federal, outro de crime contra o sistema financeiro e a denúncia de ter provocado um prejuízo de R$ 1,7 milhão à Câmara Legislativa por conta de contratos firmados na área de informática.
* Seu nome também veio à tona durante a crise do mensalão, em 2005. Conforme registros contábeis da empresa de publicidade de Marcos Valério, a agência arcou com as despesas de Argello e seu sucessor na presidência da Câmara Legislativa, Benício Tavares (PMDB), durante viagem deles a Belo Horizonte. De 2003 a 2005 essa mesma agência de publicidade recebeu mais de R$ 10 milhões em contratos com a Câmara Legislativa. Gim foi quem iniciou o contrato com a agência (publicou o edital de licitação) e Benício que finalizou o processo (que assinou o contrato).
* O novo senador também carrega no currículo uma condenação. Em 2003, pagou multa de R$ 20 mil por propaganda eleitoral irregular.
* A operação imobiliária que resultou na renúncia de Roriz teve a participação de seu suplente como corretor. Trata-se da venda de um terreno público de propriedade do Governo do Distrito Federal. Jornais revelam que Roriz ficou com R$ 300 mil da venda e Gim com R$ 500 mil.
* Foi notificado que Argello ficou encarregado de levantar recursos para subornar dois juízes do TRE-DF.
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POR José Pires
No início da tarde a Mesa Diretora do Senado aprovou por unanimidade o aprofundamento da perícia nos documentos da defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado e integrante da base de sustentação política do governo Lula. Os dados serão investigados pela Polícia Federal.
Calheiros é acusado de quebra do decoro parlamentar. Suas contas pessoais teriam sido pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Os documentos que serão investigados foram anexados pela defesa do senador para a comprovação de renda, com a venda de gado, para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.
No final da tarde, tomou posse como senador Gil Argello, vice-presidente nacional do PTB, outro partido da base política do governo. Argello substituiu o ex-senador Joaquim Roriz (PMDB), que renunciou após ser flagrado em escutas telefônicas negociando R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do Banco de Brasília, Tarcísio Franklin.
Na conversa telefônica, Roriz combina a divisão de R$ 2,2 milhões, recebidos de Nenê Constantino, dono da Gol e de empresas de ônibus urbanos. Roriz renunciou ao mandato para escapar da cassação.
Argello corre o risco de ser investigado pelo Conselho de Ética do Senado por suspeitas de envolvimento na partilha do mesmo cheque que comprometeu Roriz.
No Senado, Gim Argello, leu os documentos que oficializaram a posse. “Prometo resguardar a Constituição Federal e as leis do meu país”, ele disse.
Ainda no dia de hoje, o senador Artgur Virgílio (PSDB-AM) leu em plenário as acusações contra o mais novo senador da República. Veja abaixo a lista.
* Em 2002, foi acusado de ter recebido 300 lotes para facilitar a regularização de um condomínio irregular. A denúncia foi feita pelo então secretário de Assuntos Fundiários e deputado distrital licenciado Odilon Aires, que se queixava do fato de ter ficado com apenas 50 lotes.
* A gravação foi obra do empresário Márcio Passos, que se encarregou depois de divulgar o vídeo. Márcio é irmão do deputado distrital Pedro Passos, preso em maio pela Operação Navalha e apontado como grileiro de terras públicas no Distrito Federal. O caso gerou uma ação popular que ainda hoje aguarda julgamento.
* Ex-presidente da Câmara Legislativa, Argello é réu em um total de cinco ações judiciais. Seus problemas incluem um processo de execução fiscal por dívidas com a Receita Federal, outro de crime contra o sistema financeiro e a denúncia de ter provocado um prejuízo de R$ 1,7 milhão à Câmara Legislativa por conta de contratos firmados na área de informática.
* Seu nome também veio à tona durante a crise do mensalão, em 2005. Conforme registros contábeis da empresa de publicidade de Marcos Valério, a agência arcou com as despesas de Argello e seu sucessor na presidência da Câmara Legislativa, Benício Tavares (PMDB), durante viagem deles a Belo Horizonte. De 2003 a 2005 essa mesma agência de publicidade recebeu mais de R$ 10 milhões em contratos com a Câmara Legislativa. Gim foi quem iniciou o contrato com a agência (publicou o edital de licitação) e Benício que finalizou o processo (que assinou o contrato).
* O novo senador também carrega no currículo uma condenação. Em 2003, pagou multa de R$ 20 mil por propaganda eleitoral irregular.
* A operação imobiliária que resultou na renúncia de Roriz teve a participação de seu suplente como corretor. Trata-se da venda de um terreno público de propriedade do Governo do Distrito Federal. Jornais revelam que Roriz ficou com R$ 300 mil da venda e Gim com R$ 500 mil.
* Foi notificado que Argello ficou encarregado de levantar recursos para subornar dois juízes do TRE-DF.
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POR José Pires
PF vai investigar documentos de Calheiros
Os integrantes da Mesa Diretora do Senado decidiram, por unanimidade, aceitar o pedido do Conselho de Ética e encaminhar para a Polícia Federal pedido para realização de nova perícia nos documentos do senador Renan Calheiros, presidente da Casa.
Calheiros é acusado de pagar com dinheiro da construtora Mendes Júnior despesas pessoais, como aluguel e pensão para a jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha. A Polícia Federal vai aprofundar as investigações em relação às transações de venda de gado apresentadas por Calheiros para justificar as despesas, pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira.
Como estratégia para evitar manobras da Mesa Diretora a oposição havia decidido fazer vigília para garantir a reunião de hoje. A representação que levou ao processo que investiga Renan Calheiros é de autoria do PSOL.
Acolhida a solicitação, a Mesa agora encaminhará ao ministro da Justiça, Tarso Genro, para que se dê o cumprimento. Segundo o primeiro vice-presidente do Senado, Tião Vianna (PT-AC), no comando da Mesa Diretora no lugar de Calheiros, não houve alterações de perguntas feitas pelo Conselho de Ética à PF, como queria o advogado de Calheiros, que pretendia impedir uma investigação da PF para verificar se as transações com gado realmente ocorreram.
Em junho, logo depois da apresentação de notas de venda de gado pela defesa de Calheiros para o Conselho de Ética, uma equipe de reportagem da “TV Globo” foi à Alagoas e entrevistou os supostos compradores que teriam emitido as notas de compra e comprovou que nenhum deles tinha condições financeiras para fazer negócios daquele porte.
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POR José Pires
Calheiros é acusado de pagar com dinheiro da construtora Mendes Júnior despesas pessoais, como aluguel e pensão para a jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha. A Polícia Federal vai aprofundar as investigações em relação às transações de venda de gado apresentadas por Calheiros para justificar as despesas, pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira.
Como estratégia para evitar manobras da Mesa Diretora a oposição havia decidido fazer vigília para garantir a reunião de hoje. A representação que levou ao processo que investiga Renan Calheiros é de autoria do PSOL.
Acolhida a solicitação, a Mesa agora encaminhará ao ministro da Justiça, Tarso Genro, para que se dê o cumprimento. Segundo o primeiro vice-presidente do Senado, Tião Vianna (PT-AC), no comando da Mesa Diretora no lugar de Calheiros, não houve alterações de perguntas feitas pelo Conselho de Ética à PF, como queria o advogado de Calheiros, que pretendia impedir uma investigação da PF para verificar se as transações com gado realmente ocorreram.
Em junho, logo depois da apresentação de notas de venda de gado pela defesa de Calheiros para o Conselho de Ética, uma equipe de reportagem da “TV Globo” foi à Alagoas e entrevistou os supostos compradores que teriam emitido as notas de compra e comprovou que nenhum deles tinha condições financeiras para fazer negócios daquele porte.
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POR José Pires
Plano de fuga em andamento
O presidente do Senado, Renan Calheiros, já tem uma tática para tentar esfriar a crise política em que está envolvido desde que apareceram as denúncias sobre a pensão à jornalista Mônica Veloso, mãe da filha que o senador teve fora do casamento. Foi então que se tornaram públicas as suspeitas relações que ele mantém com um lobista da empreiteira Mendes Júnior.
Calheiros deve sumir durante o recesso parlamentar, a partir desta quarta-feira. O conselho amigo partiu do presidente Lula.
Em conversa com o senador na última quarta-feira, uma hora antes da sessão do Congresso que aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2008, Lula pediu ao senador Calheiros que evitasse o confronto com a oposição e não revidasse supostas provocações.
A receita de Lula para Calheiros é que ele esfrie a cabeça neste recesso. “Tire férias com a família e descanse”, disse o presidente da República. Quando Calheiros alegou dificuldades para agüentar calado na situação em que está, um dos ministros presentes à reunião foi em sua ajuda: “Bota cera no ouvido”.
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POR José Pires
Calheiros deve sumir durante o recesso parlamentar, a partir desta quarta-feira. O conselho amigo partiu do presidente Lula.
Em conversa com o senador na última quarta-feira, uma hora antes da sessão do Congresso que aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2008, Lula pediu ao senador Calheiros que evitasse o confronto com a oposição e não revidasse supostas provocações.
A receita de Lula para Calheiros é que ele esfrie a cabeça neste recesso. “Tire férias com a família e descanse”, disse o presidente da República. Quando Calheiros alegou dificuldades para agüentar calado na situação em que está, um dos ministros presentes à reunião foi em sua ajuda: “Bota cera no ouvido”.
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POR José Pires
Mãos Limpas Pelo Brasil vai se manifestar
O senador Renan Calheiros que prepare bastante cera para seus ouvidos. O Movimento Mãos Limpas Pelo Brasil vai passar todo o período do recesso parlamentar nas ruas, alertando a todos sobre os escândalos no Congresso Nacional e liberando o grito de indignação da cidadania contra o colapso ético que assola o País.
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POR José Pires
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POR José Pires
Entra em cena Renanzinho Paz e Amor
Renan Calheiros mudou de fase. Na última semana o senador andou brigando com alguns colegas e até com a imprensa, mas agora entra na fase que Brasília já chama de “Renanzinho Paz e Amor”. Nos últimos dias procurou todo mundo para conversar, tanto entre os governistas quanto na oposição.
O único com quem Calheiros não falou foi com o senador José Agripino Maia (RN), líder dos Democratas. Foi com Maia que o presidente do Senado teve um “pega” feio na semana passada.
Em entrevista à imprensa, Calheiros foi grosseiro com Maia, dizendo que “só marca reunião quem ganha eleição”, numa menção à derrota sofrida pelo senador Agripino à eleição para a presidência do Senado”. O líder do DEM disputou com Calheiros a presidência. “Quem tem 28 votos, não marca reunião”, disse lembrando ironicamente a votação do adversário naquela disputa.
Com os jornalistas, Calheiros teve uma séria discussão nos bastidores da crise. O blogueiro Ricardo Noblat lembrou bem que o Calheiros que aparece no vídeo é um e fora do vídeo é outro. No vídeo, escreveu Noblat em seu blog na internet, apesar de acuado Calheiros fala baixo, parece calmo, educado e até mesmo gentil ao responder aos jornalistas. Não é a mesma pessoa em off.
Na semana passada, quando falava para vários jornalistas, ele percebeu que Carlos de Lannoy, da TV Globo, queria fazer uma pergunta. O repórter é autor da reportagem que deu início ao desmonte da defesa do senador, quando a TV Globo foi a Alagoas e descobriu que os supostos compradores dos bois de Calheiros não tinham condições financeiras para fazer os negócios que ele alegou em sua defesa. “Com você não falo. Você mente”, disse Calheiros a Lannoy. “Onde está a mentira?”, perguntou o repórter. “Você mente”, retrucou Calheiros.
Mas a grosseria não parou por aí. Depois, quem levou patada foi o repórter Gerson Camaroti, de O Globo. O jornal fez uma reportagem na qual ouviu 59 dos 81 senadores e 37 deles viram como prejudicial à imagem do Senado a permanência de Renan Calheiros na presidência. “Presidente, 37 senadores disseram...”, começou Camaroti, tentando entrevistar o senador. “São 37 votos, 38 com o seu, Camaroti”, cortou Calheiros. “Presidente, mas...”, tentou novamente o repórter. “São 38 votos com o seu, Camaroti”, repetiu Calheiros, olhando ameaçadoramente para o repórter.
O senador José Agripino Mais (DEM-RN) respondeu logo depois à grosseria de Calheiros. O líder do DEM disse que o presidente do Senado não pode transformar em “questão pessoal” o processo a que responde no Conselho de Ética. "Essa não é uma questão pessoal. É da instituição. Será que ele perdeu a razão? Ele tem que zelar pela imagem da instituição", enfatizou Agripino.
Agora Renan Calheiros vai mudar de fase para tentar recuperar as forças nesse recesso e defender-se da possível cassação de seu mandato.
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POR José Pires
O único com quem Calheiros não falou foi com o senador José Agripino Maia (RN), líder dos Democratas. Foi com Maia que o presidente do Senado teve um “pega” feio na semana passada.
Em entrevista à imprensa, Calheiros foi grosseiro com Maia, dizendo que “só marca reunião quem ganha eleição”, numa menção à derrota sofrida pelo senador Agripino à eleição para a presidência do Senado”. O líder do DEM disputou com Calheiros a presidência. “Quem tem 28 votos, não marca reunião”, disse lembrando ironicamente a votação do adversário naquela disputa.
Com os jornalistas, Calheiros teve uma séria discussão nos bastidores da crise. O blogueiro Ricardo Noblat lembrou bem que o Calheiros que aparece no vídeo é um e fora do vídeo é outro. No vídeo, escreveu Noblat em seu blog na internet, apesar de acuado Calheiros fala baixo, parece calmo, educado e até mesmo gentil ao responder aos jornalistas. Não é a mesma pessoa em off.
Na semana passada, quando falava para vários jornalistas, ele percebeu que Carlos de Lannoy, da TV Globo, queria fazer uma pergunta. O repórter é autor da reportagem que deu início ao desmonte da defesa do senador, quando a TV Globo foi a Alagoas e descobriu que os supostos compradores dos bois de Calheiros não tinham condições financeiras para fazer os negócios que ele alegou em sua defesa. “Com você não falo. Você mente”, disse Calheiros a Lannoy. “Onde está a mentira?”, perguntou o repórter. “Você mente”, retrucou Calheiros.
Mas a grosseria não parou por aí. Depois, quem levou patada foi o repórter Gerson Camaroti, de O Globo. O jornal fez uma reportagem na qual ouviu 59 dos 81 senadores e 37 deles viram como prejudicial à imagem do Senado a permanência de Renan Calheiros na presidência. “Presidente, 37 senadores disseram...”, começou Camaroti, tentando entrevistar o senador. “São 37 votos, 38 com o seu, Camaroti”, cortou Calheiros. “Presidente, mas...”, tentou novamente o repórter. “São 38 votos com o seu, Camaroti”, repetiu Calheiros, olhando ameaçadoramente para o repórter.
O senador José Agripino Mais (DEM-RN) respondeu logo depois à grosseria de Calheiros. O líder do DEM disse que o presidente do Senado não pode transformar em “questão pessoal” o processo a que responde no Conselho de Ética. "Essa não é uma questão pessoal. É da instituição. Será que ele perdeu a razão? Ele tem que zelar pela imagem da instituição", enfatizou Agripino.
Agora Renan Calheiros vai mudar de fase para tentar recuperar as forças nesse recesso e defender-se da possível cassação de seu mandato.
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POR José Pires
O toma-lá-dá-cá a todo vapor
O senador Renan Calheiros segue firme na defesa da sua permanência na presidência do Senado e, naturalmente, também o mandato. No último sábado ele ofereceu ao senador Cristovam Buarque (PDT-DF) um gabinete melhor na Casa. O convite foi para ele ocupar a sala do ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), que renunciou para não ser cassado. Buarque tem um gabinete pequeno e distante do plenário, mas recusou a oferta.
Como julga poucas as chances de escapar de um pedido de cassação no conselho de Ética, Calheiros trabalha para ser absolvido no plenário. E na política do toma-lá-dá-cá até um gabinete melhor pode ajudar a angariar simpatia.
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POR José Pires
Como julga poucas as chances de escapar de um pedido de cassação no conselho de Ética, Calheiros trabalha para ser absolvido no plenário. E na política do toma-lá-dá-cá até um gabinete melhor pode ajudar a angariar simpatia.
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POR José Pires
Vaias a Lula ecoam no “Febeapá”
O grande Stanislaw Ponte Preta criou na década de 60 seu famoso “Febeapá”, em que recolhia a besteirada produzida naquela época muito pródiga em asneiras, principalmente advindas de gente ligada ao golpe militar de 64. “Febeapá” era o “Festival de Besteiras que Assola o País”. E haja besteira: naquele tempo as autoridades chegaram a pedir – a sério – a prisão de Sófocles, dramaturgo grego nascido quase quinhentos anos antes de Cristo.
O saudoso Stanislaw se foi. Porém, a besteirada continua. As vaias que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu de um Maracanã lotado continuam a produzir ecos que, caso estivesse vivo, Stanislaw certamente recolheria no seu “Febeapá”; são coisas que seriam de duvidar, caso não soubéssemos como é a psicologia do comportamento corporativista da gente que as produz. Na ânsia de livrar o chefe do vexame, o pessoal acaba mesmo se excedendo.
O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) trouxe em seu site na internet uma reportagem chamada “Vídeo mostra ensaio de vaia a Lula às vésperas do Pan). O deputado paranaense quer provar que, de tão orquestrada, a vaia teve até ensaio.
Quem quiser conferir a teoria do deputado pode ir ao site do ‘Youtube”, no endereço (http://br.youtube.com/results?search_query=lula%2C+vaia), onde estão todas as vaias ao presidente Lula. São exatamente sete vezes, inclusive no ensaio. No ensaio para a abertura dos jogos e não para as vaias, como pretende o deputado. Alguém precisa conferir com o Dr. Rosinha se a sua teoria encaixa todas as sete vaias a Lula na categoria “ensaio”.
No Paraná, o governador Roberto Requião também deu seu pitaco em defesa de Lula. “Aquilo mexeu com a imagem do Brasil no exterior", disse referindo-se ás vaias.
Também no Paraná surgiu a mais engraçada manifestação neste “Febeapá” das vaias. A assessora de Gleisi Hoffmann, pré-candidata do PT à Prefeitura de Curitiba, Maria Helena Guarezi, conseguiu aprovar no fim de semana, durante conferência sobre políticas para mulheres no Paraná, "moção de repúdio" à platéia que vaiou Lula". A informação é da “Folha de S. Paulo”, que comete uma falha na reportagem: o repórter deixou de perguntar à assessora como eles pretendem fazer a entrega da moção para as 90 mil pessoas que vaiaram Lula.
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POR José Pires
O saudoso Stanislaw se foi. Porém, a besteirada continua. As vaias que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu de um Maracanã lotado continuam a produzir ecos que, caso estivesse vivo, Stanislaw certamente recolheria no seu “Febeapá”; são coisas que seriam de duvidar, caso não soubéssemos como é a psicologia do comportamento corporativista da gente que as produz. Na ânsia de livrar o chefe do vexame, o pessoal acaba mesmo se excedendo.
O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) trouxe em seu site na internet uma reportagem chamada “Vídeo mostra ensaio de vaia a Lula às vésperas do Pan). O deputado paranaense quer provar que, de tão orquestrada, a vaia teve até ensaio.
Quem quiser conferir a teoria do deputado pode ir ao site do ‘Youtube”, no endereço (http://br.youtube.com/results?search_query=lula%2C+vaia), onde estão todas as vaias ao presidente Lula. São exatamente sete vezes, inclusive no ensaio. No ensaio para a abertura dos jogos e não para as vaias, como pretende o deputado. Alguém precisa conferir com o Dr. Rosinha se a sua teoria encaixa todas as sete vaias a Lula na categoria “ensaio”.
No Paraná, o governador Roberto Requião também deu seu pitaco em defesa de Lula. “Aquilo mexeu com a imagem do Brasil no exterior", disse referindo-se ás vaias.
Também no Paraná surgiu a mais engraçada manifestação neste “Febeapá” das vaias. A assessora de Gleisi Hoffmann, pré-candidata do PT à Prefeitura de Curitiba, Maria Helena Guarezi, conseguiu aprovar no fim de semana, durante conferência sobre políticas para mulheres no Paraná, "moção de repúdio" à platéia que vaiou Lula". A informação é da “Folha de S. Paulo”, que comete uma falha na reportagem: o repórter deixou de perguntar à assessora como eles pretendem fazer a entrega da moção para as 90 mil pessoas que vaiaram Lula.
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POR José Pires
segunda-feira, 16 de julho de 2007
O vale-tudo para salvar Renan Calheiros
Tudo indica que a Mesa Diretora do Senado vai tentar adiar nesta terça-feira a votação do requerimento do Conselho de Ética da Casa que pede o início da perícia pela Polícia Federal em documentos do senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
A presidência da Mesa deve ficar com o senador Tião Viana (PT-AC), mas quem estará comandando tudo dos bastidores será o presidente da Casa, Renan Calheiros, ausente da sessão porque é investigado pelo Conselho de Ética. E estará certamente em conexão direta com o Palácio do Planalto. Assim como Calheiros, Tião Viana também é ligado ao presidente Lula, que tem todo o interesse em abafar a crise.
A estratégia do grupo que defende o senador Calheiros deve ser um pedido de vista do requerimento. Se o pedido for concedido por Viana, o caso só voltará para a pauta em agosto, quando termina o recesso parlamentar de julho que começa nesta quarta-feira, 18, e vai até 1º de agosto. Isso faria atrasar a perícia da Polícia Federal nos documentos, atrapalhando a conclusão do processo contra Calheiros.
A “Folha de S. Paulo” apurou que será o senador Magno Malta (PR-ES) o autor do pedido de vista. O senador pernambucano Jarbas Vasconcelos, correligionário de Calheiros, mas integrante da ala independente do partido, disse à imprensa que o ideal seria que todos os senadores estivessem em Brasília nesta terça-feira para pressionar a Mesa Diretora.
“Vivemos um momento muito sério e grave”, disse Jarbas Vasconcelos, reclamando da postura do presidente da Casa que, em sua opinião, “passou de todos os limites”.
O grupo que defende Renan Calheiros pretende até recorrer ao STF (Supremo tribunal Federal) para evitar que a PF conclua a perícia nos documentos apresentados pelo senador.
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POR José Pires
A presidência da Mesa deve ficar com o senador Tião Viana (PT-AC), mas quem estará comandando tudo dos bastidores será o presidente da Casa, Renan Calheiros, ausente da sessão porque é investigado pelo Conselho de Ética. E estará certamente em conexão direta com o Palácio do Planalto. Assim como Calheiros, Tião Viana também é ligado ao presidente Lula, que tem todo o interesse em abafar a crise.
A estratégia do grupo que defende o senador Calheiros deve ser um pedido de vista do requerimento. Se o pedido for concedido por Viana, o caso só voltará para a pauta em agosto, quando termina o recesso parlamentar de julho que começa nesta quarta-feira, 18, e vai até 1º de agosto. Isso faria atrasar a perícia da Polícia Federal nos documentos, atrapalhando a conclusão do processo contra Calheiros.
A “Folha de S. Paulo” apurou que será o senador Magno Malta (PR-ES) o autor do pedido de vista. O senador pernambucano Jarbas Vasconcelos, correligionário de Calheiros, mas integrante da ala independente do partido, disse à imprensa que o ideal seria que todos os senadores estivessem em Brasília nesta terça-feira para pressionar a Mesa Diretora.
“Vivemos um momento muito sério e grave”, disse Jarbas Vasconcelos, reclamando da postura do presidente da Casa que, em sua opinião, “passou de todos os limites”.
O grupo que defende Renan Calheiros pretende até recorrer ao STF (Supremo tribunal Federal) para evitar que a PF conclua a perícia nos documentos apresentados pelo senador.
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POR José Pires
Bolsa Família faz pagamentos ilegais
O Programa Bolsa Família, carro-chefe do Governo Federal e, segundo analistas políticos, forte responsável tanto pela reeleição de Lula quanto por sua popularidade, apresenta irregularidades em 90% dos municípios auditados pela CGU (Controladoria Geral da União).
A CGU divulgou relatórios de fiscalizações feitas em 120 cidades. Em 108 delas houve problemas com o programa, é o que a “Folha de S. Paulo” informa nesta segunda-feira.
As cidades fiscalizadas são escolhidas por sorteio. Segundo o jornal, a irregularidade mais comum, constatada em 70 municípios, é o pagamento de beneficiados com renda superior aos critérios estipulados pelo programa.
O Bolsa Família beneficia famílias com filhos de até 16 anos incompletos e com renda mensal de até R$ 120 por pessoa. O valor do pagamento depende da renda e do número de filhos, sendo a média de R$ 72 por mês.
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POR José Pires
A CGU divulgou relatórios de fiscalizações feitas em 120 cidades. Em 108 delas houve problemas com o programa, é o que a “Folha de S. Paulo” informa nesta segunda-feira.
As cidades fiscalizadas são escolhidas por sorteio. Segundo o jornal, a irregularidade mais comum, constatada em 70 municípios, é o pagamento de beneficiados com renda superior aos critérios estipulados pelo programa.
O Bolsa Família beneficia famílias com filhos de até 16 anos incompletos e com renda mensal de até R$ 120 por pessoa. O valor do pagamento depende da renda e do número de filhos, sendo a média de R$ 72 por mês.
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POR José Pires
As vaias do Pan e o sufoco de Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou irritado com as vaias que recebeu durante a cerimônia de abertura do Pan-Americano, no Rio de Janeiro. Pessoas próximas dizem que ele ficou bastante contrariado e até cogita não voltar mais aos jogos.
A presença de Lula já era praticamente certa na cerimônia de encerramento, havendo até a possibilidade do presidente participar da entrega de medalhas a equipes que ganhassem o ouro.
Lula foi vaiado cada vez que apareceu no telão colocado no Maracanã. Foram sete vaias que envolveram o estádio inteiro. Até no ensaio para a abertura aconteceram vaias quando seu nome foi citado.
Um assessor disse que o presidente ficou muito irritado e qualificou o episódio como “molecagem”. Era visível o constrangimento e irritação de Lula nos momentos em que era focalizado pelas câmeras de televisão. As cenas já estão no site Youtube (www.youtube.com). Para ver todas, basta digitar a seguinte frase na área de busca do site: Lula, vaia.
A oposição e os aliados de Lula buscam entender o episódio, cada um com seus naturais interesses. Petistas e agregados ao poder tentam desqualificar as vaias. Oposicionistas procuram extrair da análise do fato a relação que o descontentamento popular pode ter com uma possível queda da popularidade do presidente cuja imagem, aparentemente, mantém-se imune aos escândalos políticos que vão derrubando carreiras e destruindo reputações até mesmo em seu círculo de amigos.
A aparente imunidade à crise levou Lula a cometer atos de extrema imprudência nos últimos dias. Na semana passada, em cerimônia pública em Recife, o presidente expressou solidariedade ao ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), que teve que renunciar à presidência da Câmara e logo depois ao mandato para não ser cassado, depois que ficou provado que recebera propina do concessionário do restaurante da Casa. Lula afirmou que o ex-deputado teria sido vítima de “vingança da elite”.
Um pouco antes, o presidente já havia aparecido em público dando tapinhas nas costas do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e reafirmando sua confiança na inocência do presidente do Senado.
Coincidência ou não, nesta segunda-feira já se sabe que o Palácio do Planalto resolveu mudar a estratégia em relação à crise política. Segundo “O Globo”, Lula vai se manter longe do senador Calheiros. “Em vez da articulação ativa nos bastidores em favor do aliado, que vinha fazendo até então, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve adotar, a partir de agora, uma postura de espectador para evitar ser contaminado com o desgaste”, noticiou hoje o jornal carioca.
Lula deve ficar longe do presidente do Senado e também existe a possibilidade dele se afastar de competições esportivas, pelo menos por ora. Agora, além da ansiedade em relação às chances de medalhas para o Brasil, o torcedor tem a dúvida quanto à presença de Lula no encerramento do Pan, no dia 29 de julho. Caso o presidente compareça, seu governo corre o risco de alcançar mais uma marca histórica: pela primeira vez na história os jogos Pan-Americanos podem terminar com vaias.
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POR José Pires
A presença de Lula já era praticamente certa na cerimônia de encerramento, havendo até a possibilidade do presidente participar da entrega de medalhas a equipes que ganhassem o ouro.
Lula foi vaiado cada vez que apareceu no telão colocado no Maracanã. Foram sete vaias que envolveram o estádio inteiro. Até no ensaio para a abertura aconteceram vaias quando seu nome foi citado.
Um assessor disse que o presidente ficou muito irritado e qualificou o episódio como “molecagem”. Era visível o constrangimento e irritação de Lula nos momentos em que era focalizado pelas câmeras de televisão. As cenas já estão no site Youtube (www.youtube.com). Para ver todas, basta digitar a seguinte frase na área de busca do site: Lula, vaia.
A oposição e os aliados de Lula buscam entender o episódio, cada um com seus naturais interesses. Petistas e agregados ao poder tentam desqualificar as vaias. Oposicionistas procuram extrair da análise do fato a relação que o descontentamento popular pode ter com uma possível queda da popularidade do presidente cuja imagem, aparentemente, mantém-se imune aos escândalos políticos que vão derrubando carreiras e destruindo reputações até mesmo em seu círculo de amigos.
A aparente imunidade à crise levou Lula a cometer atos de extrema imprudência nos últimos dias. Na semana passada, em cerimônia pública em Recife, o presidente expressou solidariedade ao ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), que teve que renunciar à presidência da Câmara e logo depois ao mandato para não ser cassado, depois que ficou provado que recebera propina do concessionário do restaurante da Casa. Lula afirmou que o ex-deputado teria sido vítima de “vingança da elite”.
Um pouco antes, o presidente já havia aparecido em público dando tapinhas nas costas do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e reafirmando sua confiança na inocência do presidente do Senado.
Coincidência ou não, nesta segunda-feira já se sabe que o Palácio do Planalto resolveu mudar a estratégia em relação à crise política. Segundo “O Globo”, Lula vai se manter longe do senador Calheiros. “Em vez da articulação ativa nos bastidores em favor do aliado, que vinha fazendo até então, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve adotar, a partir de agora, uma postura de espectador para evitar ser contaminado com o desgaste”, noticiou hoje o jornal carioca.
Lula deve ficar longe do presidente do Senado e também existe a possibilidade dele se afastar de competições esportivas, pelo menos por ora. Agora, além da ansiedade em relação às chances de medalhas para o Brasil, o torcedor tem a dúvida quanto à presença de Lula no encerramento do Pan, no dia 29 de julho. Caso o presidente compareça, seu governo corre o risco de alcançar mais uma marca histórica: pela primeira vez na história os jogos Pan-Americanos podem terminar com vaias.
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POR José Pires
domingo, 15 de julho de 2007
A conspiração da multidão
Ainda sobre a vaia recebida pelo presidente Lula na abertura dos Jogos Pan-americanos Rio 2007, no estádio do Maracanã, vale a pena destacar a opinião do ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., que encontrou uma justificativa surpreendente para as vaias. Ele disputa pau-a-pau com a vereadora e comentarista do Pan, Soninha (PT-SP), a competição para tentar amenizar o vexame público sofrido pelo chefe. O ministro disse que a vaia foi coisa “orquestrada”. Só não apontou quem foi o gênio político que conseguiu orquestrar com 90 mil pessoas a histórica vaia ao Lula.
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POR José Pires
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POR José Pires
Soninha fez que não ouviu
A mais engraçada tentativa – e também a primeira – de abafar o caso veio da impagável vereadora paulistana Soninha, do PT, no mesmo momento em que a massa vaiava Lula. Na cobertura do canal ESPN, no papel de comentarista do programa, ela disse o seguinte na hora da vaia: “É uma vaia de umas cinco mil pessoas”.
E foi rapidamente corrigida pelo âncora do programa, José Trajano: “Não Soninha, não são cinco mil. É o estádio inteiro”.
Soninha pode até tentar se justificar com o fato de que estava comentando de dentro do estúdio enquanto o jornalista José Trajano transmitia diretamente do Maracanã. Mas a desculpa não vale. Até quem assistia a abertura do Pan em casa, pela televisão, ouviu muito bem as vaias.
O que pode ter ocorrido é que Soninha não estava ouvindo as vaias com o ouvido de jornalista. O único ouvido que funcionou na hora foi o da vereadora petista.
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POR José Pires
E foi rapidamente corrigida pelo âncora do programa, José Trajano: “Não Soninha, não são cinco mil. É o estádio inteiro”.
Soninha pode até tentar se justificar com o fato de que estava comentando de dentro do estúdio enquanto o jornalista José Trajano transmitia diretamente do Maracanã. Mas a desculpa não vale. Até quem assistia a abertura do Pan em casa, pela televisão, ouviu muito bem as vaias.
O que pode ter ocorrido é que Soninha não estava ouvindo as vaias com o ouvido de jornalista. O único ouvido que funcionou na hora foi o da vereadora petista.
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POR José Pires
Lula viu a vaia. Veja você também
A vaia histórica recebida pelo presidente Lula na abertura dos Jogos Pan-americanos Rio 2007, no estádio do Maracanã, ainda vai ecoar por muitos dias na política brasileira. Foi uma estrondosa vaia. Ou melhor, uma não: foram sete vaias, conforme a contagem correta do jornalista Reinaldo Azevedo. Lula foi vaiado até no ensaio para a abertura do evento. Foi bem apropriado ao seu estilo retórico e falastrão – agora ele já pode dizer que “nunca antes na história deste país se viu um presidente ser vaiado pelo Maracanã lotado”. Simpatizantes e adversários de Lula não falam de outra coisa desde a abertura dos jogos e certamente passarão os próximos dias debatendo o assunto.
Os primeiros naturalmente buscam justificativas para abafar as milhares de vozes ululantes. Certamente não será possível. Hoje, com a internet, ninguém mais engole discursos que buscam construir uma situação favorável distorcendo a realidade. As cenas das vaias, copiadas de várias transmissões de televisão ou filmadas por torcedores com suas próprias máquinas ou celulares na abertura do Pan, já rodam na internet. No Youtube (www.youtube.com) você pode ver várias dessas cenas. Basta entrar no site e digitar a frase Lula, vaia na área de busca.
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POR José Pires
Os primeiros naturalmente buscam justificativas para abafar as milhares de vozes ululantes. Certamente não será possível. Hoje, com a internet, ninguém mais engole discursos que buscam construir uma situação favorável distorcendo a realidade. As cenas das vaias, copiadas de várias transmissões de televisão ou filmadas por torcedores com suas próprias máquinas ou celulares na abertura do Pan, já rodam na internet. No Youtube (www.youtube.com) você pode ver várias dessas cenas. Basta entrar no site e digitar a frase Lula, vaia na área de busca.
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POR José Pires