quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Começa o julgamento sobre a “quadrilha do Mensalão”

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta manhã de quarta-feira, 22, o julgamento do pedido de abertura do processo contra os 40 acusados no escândalo do “Mensalão”. Os ministros do STF vão decidir se aceitam ou não a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República.

Em seu discurso, no início da sessão, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, afirmou que o "mensalão não existiria se não tivesse integrantes do governo". Souza disse também que "é fato público que Dirceu sempre teve e ainda tem grande importância das decisões do PT". O procurador-geral da República falou diversas vezes que todos os acusados de integrar o “Mensalão” participavam de uma organização criminosa.

A denúncia cita 40 pessoas, entre elas três ex-ministros do governo Lula que, à época do escândalo, estavam no poder. É acusada também a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) no período em que o esquema funcionava.

O procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza denuncia a existência de “uma sofisticada organização criminosa” no Governo Federal. A organização era dividida em grupos que atuavam de forma sintonizada. Nestes grupos estariam os chefes da organização.

Havia o “Núcleo político-partidário” que definia diretrizes políticas e financeiras de atuação do esquema como um todo e abria o acesso à máquina governamental. Neste grupos estavam José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e Silvio Pereira.

O “Núcleo publicitário” recebia as vantagens indevidas de integrantes do governo federal. Na denúncia o então ministro da Secretaria de Comunicação de Lula, Luiz Gushiken é acusado em depoimento do diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, de ter ordenado o adiantamento de milhões de reais do governo para empresas de Marcos Valério, passando por cima de instâncias legais do banco estatal. Participavam do "Núcleo publicitário" Marcos Valério e os integrantes de suas empresas publicitárias, entre eles sua mulher, Simone Vasconcelos.

Já o “Núcleo financeiro” facilitava as operações de lavagem de dinheiro, além da abertura de canais financeiros para as operações. Neste núcleo era forte a atuação do banco Rural, tendo à frente sua presidente Kátia Rabello. Atuavam também Roje Roberto Salgado, Ayanna Tenório de Jesus e Vinícius Samarane, todos altos executivos do banco Rural.
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POR José Pires

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