Na conversa, que durou horas, os ministros também dão indícios de que pretendem rejeitar parte da denúncia do “Mensalão”. Durante o bate-papo, os dois desqualificaram crimes apresentados pela Procuradoria a alguns dos acusados.
Veja parte do diálogo entre os ministros Carmen Lúcia e Ricardo Lewandoski.
Lewandowiski fala da nomeação do substituto de Pertence para o STF.
Então Carmem diz: “Lewandowiski, uma pessoa do STJ (depois lhe nomeio) ligou e disse [...] para me dar a notícia do nomeado (não em nome dele, como é obvio) [...] mas a resposta foi que lá estão dizendo que os atos sairiam casados (aposent. e nom.) [aposentadoria e nomeação] e que haveria uma [...] de posse na sala da professora e, depois, uma festa formal por causa [...] Ela (a que telefonou) é casada com alguém influente...”.
Em seguida, Carmem conta: “[...] O Cupido (sentado ao lado da ministra estava Eros Grau, que recentemente publicou um polêmico livro erótico) acaba de afirmar aqui do lado que não vai aceitar nada (ilegível)”.
Lewandowisk diz: “Desculpe, mas estou na mesma, será que estamos falando da mesma coisa[?]”, pergunta ele.
Então Carmem escreve: “Vou repetir: me foi dito pelo Cupido que vai votar pelo não recebimento da den. [denúncia], entendeu?”
Lewandowisk responde e comenta: “Ah. Agora, sim. Isso só corrobora que houve uma troca. Isso quer dizer que o resultado desse julgamento era realmente importante ”.
Carmem diz que o alertara antecipadamente e recebeu o comentário de Lewandowiski: “Interessante, não foi a impressão que tive na semana passada. Sabia que a coisa era importante, mas não que valia tanto”.
O ministro Lewandowiski, que afirma que houve uma troca em torno de um assunto importante do STF, foi nomeado por Lula. O diálogo entre os dois ministros lança uma grave suspeição sobre o mais alto tribuna da República. Haverá algum esclarecimento sério? Este é mais um problema para STF, um tribunal que já tem a imagem bastante desgastada.
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POR José Pires
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