quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Quem não era morto pelo gás, perecia de outro modo

O responsável pelos campos de concentração do nazismo, Heinrich Himmler, chegou a visitar o Auschwitz. Inspecionou o campo, participou de jantares. Uma das câmaras de gás foi enchida de vítimas para que ele pudesse assistir a um envenenamento. Hoess o convidou para espiar pela vigia a massa humana no interior da câmara de gás. Durante alguns minutos Himmler olhou as pessoas sendo mortas pelo gás. “O que ele viu pareceu alegrá-lo”, contou uma testemunha.

Uma testemunha das cenas de envenenamento conta que, depois de abertas as câmaras, “os corpos não ficavam caídos aqui e ali por todo o aposento, mas empilhados numa massa que ia até o teto”. Otto Friedrich diz em seu livro que a razão disso era que o primeiro gás inundava as camadas inferiores de ar e só depois ia subindo. Isso obrigava às vítimas a treparem umas sobre as outras, no esforço desesperado de escapar do gás. “Reparei que os cadáveres das mulheres, crianças e idosos ficavam na parte inferior da pilha”, contou a testemunha. É este espetáculo que alegrou Himmler.

Quem não era morto nas câmaras gás, acabava morrendo pelos espancamentos, vítima de tortura, era assassinado ou simplesmente sucumbia à fome. Um homem de porte médio precisa de cerca de 4.800 calorias por dia para fazer trabalhos pesados. 3.600 para trabalhos comuns. O prisioneiro de Auschwitz recebia cerca de 1.500 calorias.
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POR José Pires

Um comentário:

  1. O absurdo que assistimos todos os dias pela imprensa é a morte de nossas crianças pela fome, dos nossos jovens pelas drogas e de todos nós pelo desespero e falta de esperança. E mais absurdo ainda, é que devemos tudo isso, não aos alemães, ou um inimigo externo, mas nós mesmos, os próprios brasileiros.

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