domingo, 27 de janeiro de 2008

A última entrevista

Trabalhei novamente com Patarra em 1978 na revista Repórter Três. A publicação durou apenas duas edições, mas marcou época na imprensa brasileira. Vocês podem ver aí ao lado, na página de apresentação da revista, parte da equipe na qual eu orgulhosamente estou incluído. Patarra está na primeira foto: como sempre, sorridente. Eu estou na última foto, jovem e cabeludo. A revista tinha uma equipe ótima. Além de Patarra como diretor de redação, alguns dos colegas de então eram: Hamilton Almeida Filho, o Haf, Mylton Severiano da Silva, o Myltainho, Narciso Kalili, Lourenço Diaféria, José Hamilton Ribeiro, Jayme Leão, Caco Barcelos e Fernando Morais.

Myltainho garante que a revista acabou por causa da censura a um cartum meu, mas acometido por uma impressionante amnésia em relação àquele período, não lembro desse episódio. O que me lembro da Repórter Três é que gostava muito da convivência com tantos mestres e ainda mais de Patarra, que era uma pessoa muito afetuosa. Então eu já tinha um pouco mais de idade, 19 anos, e, a não ser do caso do cartum censurado, lembro de tudo o mais; recordo que além de coragem e talento, nele se destacava uma imensa generosidade.

Lembro do miúdo Patarra ocupando todos os espaços: falante, criativo, corajoso. Uma pessoa estimulante, o colega que queremos como amigo. Myltainho, que o conheceu mais do que eu, tem uma definição ótima para ele: "um sujeito elétrico, de um bom senso afiadíssimo, peitudo apesar do físico esquelético".

Leiam sua última entrevista para a ABI, clicando aqui. Até o final Paulo Patarra, estava mesmo “falando” muito. Em quantidade e qualidade.
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POR José Pires

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