Mas o livro de Conrad evidentemente não tem nada disso. Aproveite a tecnologia, busque um mapa do Congo e dê uma olhada e me dará razão de que a África é mais apropriada para espelhar os terrores humanos. A viagem de Marlow é feita pelo rio Congo. O próprio Conrad navegou pelo rio, veja só, em 1890. O livro é de 1902. O escritor tinha coragem. Em 1890 devia ser uma aventura até navegar no rio Tietê, que hoje corta a capital paulista. A vida do escritor, aliás, foi mesmo uma aventura. Chegou a sobreviver a um naufrágio, em uma viagem que o levaria de Londres a Cingapura. Dessa experiência nasceu outro livro grandioso: Lord Jim.
Martin Sheen também está muito bem fazendo Marlow, ou melhor, Willard, que acaba matando Kurtz − pronto, contei o final do filme, ainda bem que aqui todo mundo já o viu. A qualidade da sua atuação é de altíssima qualidade, ainda mais levando em conta que contracena com Marlon Brando, na pele de Kurz. E quando digo na pele, é quase literalmente. É um grande momento do ator. E ele em um de seus melhores momentos é... bem, não precisa dizer mais nada, é Marlon Brando. "O horror, o horror" é a conhecida frase, tornada ainda mais famosa como o sussurro que sai da boca de Brando.
Marlow (ou Willard) é a civilização ou parte do tormento de Kurtz? Talvez seja os dois. Mas voltemos a Barack Obama. Ele não é Marlow, não chega a tanto. Mas é interessante notar em variados textos de jornalistas que foram buscar depoimentos da sua família no Quênia que a África, ou parte dela, vá lá, ainda espera por alguém que mate, ou pelo menos regaste Kurz.
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POR José Pires
Martin Sheen também está muito bem fazendo Marlow, ou melhor, Willard, que acaba matando Kurtz − pronto, contei o final do filme, ainda bem que aqui todo mundo já o viu. A qualidade da sua atuação é de altíssima qualidade, ainda mais levando em conta que contracena com Marlon Brando, na pele de Kurz. E quando digo na pele, é quase literalmente. É um grande momento do ator. E ele em um de seus melhores momentos é... bem, não precisa dizer mais nada, é Marlon Brando. "O horror, o horror" é a conhecida frase, tornada ainda mais famosa como o sussurro que sai da boca de Brando.
Marlow (ou Willard) é a civilização ou parte do tormento de Kurtz? Talvez seja os dois. Mas voltemos a Barack Obama. Ele não é Marlow, não chega a tanto. Mas é interessante notar em variados textos de jornalistas que foram buscar depoimentos da sua família no Quênia que a África, ou parte dela, vá lá, ainda espera por alguém que mate, ou pelo menos regaste Kurz.
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