segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

De volta pra casa?

A informação que faltou a Lula, ou uma delas, pois ele parece saber pouco sobre o assunto, estava no mesmo post em que Noblat revelou o caso em primeira mão. Noblat fez o que deve ser feito. Um blog exige a rapidez que usou para dar a notícia. Um único reparo à sua primeira nota é o tom afirmativo do texto. Nele também não fica clara a identidade da fonte, que foi revelada pelo jornalista dois dias depois, quando o caso já começava a ficar bastante complicado para a agora suposta vítima.

A polícia suíça já havia divulgado a suspeita de que a agressão teria sido forjada. E exames de legistas e ginecologistas do Instituto de Medicina Forense da Universidade de Zurique negavam a afirmação de que Paula teria abortado de gêmeos após a agressão. Segundo os resultados dos exames, no momento da agressão ela não estava grávida.

Só então Noblat informou que recebera a notícia do pai de Paula, Paulo Oliveira, cum conhecido seu que trabalha no gabinete do deputado Roberto Magalhães (DEM-PE). As fotos com a marca da agressão publicadas junto com a notícia foram feitas e enviandar por e-mail pelo economista suiço Marcos Trepp, namorado de Paula.

É evidente que até a notícia chegar ao blog de Ricardo Noblat e dali para toda a imprensa brasileira a polícia suíça estava investigando o caso com a máxima discrição. É de se perguntar a razão da família de Paula ter se interessado em divulgar a suposta agressão,sem esperar um resultado oficial. Mas essa é apenas uma pergunta de um caso com muitos mistérios. O mais intrigante é o sumiço do namorado de Paula, Marco Trepp. Ele desapareceu depois que o caso veio a público.

Em quatro dias o caso mudou totalmente de foco. E com certeza a ONU não terá de abrir um espaço para as acusações do governo brasileiro contra a Suiça. O Itamaraty já trabalha com a idéia de Paula Oliveira deixar a Suiça antes de um provável processo por fraude. Os jornais dizem que o pai de Paula já estaria disposto a voltar ao Brasil. Ontem a consulesa do Brasil em Zurique, Vitória Clever, recebeu uma orientação do gabinete do chanceler Celso Amorim para solucionar rapidamente a crise e reduzir as conseqüências para o Brasil.

Caso se comprove uma fraude, a menor conseqüência deve ser um pedido de desculpas. do governo brasileiro. Mas desastrosa diplomacia brasileira já causou mais um estrago na imagem do país na Europa. O governo Lula deve ter achado que o caso Battisti era pouco.
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POR José Pires

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