É bem representativo da política brasileira o diálogo entre José Sarney e o filho Fernando Sarney com os dois tramando o uso de duas empresas do grupo da família — a TV Mirante, afiliada da rede Globo, e o jornal O Estado do Maranhão — contra o grupo do senador Jackson Lago (PDT). É assim que se faz política principalmente nos estados mais afastados do foco da opinião pública nacional.
Não que não seja bem parecido em São Paulo ou no Rio de Janeiro, ou mesmo em Brasília, mas é que nos grandes centros a diversidade de interesses não permite a instalação de oligarquias, como acontece no Maranhão. O poder da família Sarney vem desde a instalação da ditadura. Então imaginem sobre quanta violência se instalou o império de comunicação que domina hoje o estado.
É evidente que o grupo de Jackson Lago deve fazer cosas parecida. Devem ter também suas emissoras de rádio e televisão, seus jornais. São todos muito parecidos, mas nem por isso devemos virar as costas para esse tipo de coisa com o argumento de que “é tudo igual”.
O que aparece na conversa de Sarney com o filho é um dos pontos fundamentais do poderio dessa gente e um empecilho básico que impede qualquer transformação: o domínio da informação.
Para o azar deles, novas tecnologias vem quebrando o monopólio da informação. Não é à toa que deputados e senadores tentam todo o tempo encaixar no Congresso Nacional alguma lei mascarada como defesa da privacidade e que verdade visa o controle dessa liberdade.
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POR José Pires
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