quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Jesus Cristo no Planalto

Se Lula tem habilidade para falar para qualquer público, esconde isso muito bem nas entrevistas a imprensa. A conversa com Kennedy Alencar é a mesma de sempre, com as terríveis imagens futebolísticas, o papo raso de boteco. Boteco de baixo nível, é claro.

A entrevista da Folha não é o local para este papo mole. A situação é de um diálogo com um público mais qualificado. Mas Lula consegue elaborar alguma frase sem cair no lugar comum, na metáfora pobrinha? Sabe nada. Mas sua máquina de propaganda é tão forte que até essa habilidade inexistente é propalada como uma qualidade sua. E não tem até intelectuais, gente como Marilena Chauí, que vêem luzes quando ele fala? Teremos de esperar seus 90 anos, para ver se, a exemplo de Antonio Candido, ela acorde para perceber que o cara, na verdade, é um chato.

Mas, ainda a entrevista. O desrespeito de Lula também é do mesmo nível de conversa de bêbado. Ele traz Jesus Cristo novamente para seus negócios políticos. Coloca o filho de Deus no Palácio do Planalto, e sem o chicote descendo na cacunda da tigrada. Acho que qualquer cristão deve se incomodar com essa mistura desavergonhada.

Num dado momento lá vem ele com o velho papo. Para justificar suas concessões políticas ele diz: “Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão”. Ou seja, Lula parte para uma estranha teologia. Põe Jesus Cristo na presidência da República e ainda interpreta como ele se posicionaria.

No mesmo campo das concessões, falando sobre a fraterna relação com o Fernando Collor, soltou uma resposta que deve ter feito gargalhar até o ex-desafeto. Lula define a relação como atitude de chefe de Estado e a compara com situação dos dirigentes europeus, mais exatamente a França e a Alemanha, criando a União Européia.
É neste momento que qualquer diretor diria Corta! e passaria para a cena de Fernando Collor caindo na gargalhada em Alagoas.

Falando nisso, a revelação mais interessante da entrevista de Lula é quando ele conta que depois que fez o pronunciamento oficial na televisão pedindo para as pessoas comprarem, ele próprio, para colaborar, comprou uma geladeira mova.

Nos velhos tempos, o agora companheiro de relações entre estadistas, Fernando Collor, perguntaria se ele não comprou também um novo aparelho som.
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POR José Pires

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