Os petistas andam tentando emplacar esta nova engambelação de que a campanha de Serra estaria montando uma rede na internet para atacar o PT e a candidata do Lula. O jogo é velho. Na verdade é a blogosfera petista que vem fazendo esses ataques e não é de agora. É uma máquina que funciona ativamente e que apela para tudo no ataque a qualquer um que atrapalhe seus interesses. Pode ser contra o Serra, mas sobra até para ex-aliados, como aconteceu com o Ciro Gomes, que passou a ser alvo de ataques depois que fez declarações contra Dilma.
Mas para que Serra se preocuparia montar um esquema contra Dilma se a própria campanha da candidata é tão boa em tiro no pé? Seria gastar dinheiro à tôa.
Além de estar produzindo um material muito eficiente na desmoralização da própria candidata, a campanha da Dilma também produz muita quantidade. Acho que o pessoal anda fazendo serão. Só pode ser influência da propalada capacidade executiva da candidata do Lula.
Estão criando no conjunto o que pode ser usado como um ótimo "case" de marketing. Petista é maluco por seminários, pois então todas essas ações e produtos podem servir para um belo estudo: Tudo o que você NÃO deve fazer por seu candidato (a). Esse "candidato (a)" idiota e desnecessário vai, é claro, como uma homenagem ao "olhar feminino" da campanha da Dilma
O próprio site da Dilma é cheio de elementos para este "case" revolucionário. Está lá até hoje aquela montagem em que ela se faz passar pela Norma Bengell da década de 60. Acho isso muito bem bolado: basta entrar no site para lembrar da besteira que eles fizeram. É até honesto esta forma de realçar a própria desonestidade.
Falando em besteira, agora tem uma nova. Foi gravada, editada e colocada no ar pela própria coordenação de campanha. E ainda querem que os adversários também produzam esse tipo de trabalho sujo. Seria um erro grave, não só porque duvido que o pessoal do Serra faça algo mais eficiente contra a Dilma, mas também porque uma oferta excessiva de bobagens pode afetar o processo político. A democracia brasileira não é tão sólida assim.
No vídeo, que já ficou famoso na internet, a candidata afirma que retirantes nordestinos migravam do Nordeste "para o Brasil". Ela fala isso em um programa absolutamente tosco, de formato totalmente bem amador, numa conversa com Marcelo Branco, o gênio que encontraram para comandar a campanha na internet. Pelo que dá pra entender, pretendiam divulgar um papo descolado sobre cultura. As roupas de bicho-grilo usadas por Branco até poderiam ser vistas como uma técnica para dar um tom bem maneiro pro papo, entendeu? Mas acontece que ele se veste sempre daquele jeito.
Branco é o ponto alto neste "case" de que falei. Com o vestuário saído de algum baú dos anos 60 (será da Norma Bengell?), o santinho marqueteiro sempre aparece mais que qualquer um que estiver em cena. Está certo, pode ser tática: com o Marcelo Branco em cena quem vai prestar atenção nas besteiras da Dilma?
Mas ela se esforça. Com um ar professoral, em seu já famoso estilo gaguejante e intercalado por tensos silêncios em busca da palavra perdida e muitos nés (né?), Dilma explica o conteúdo do clássico livro "Vidas Secas", de Graciliano Ramos. Vejam na íntegra: "Em vidas secas está retratado todo o problema da miséria, da pobreza, da saída das pessoas do Nordeste para o Brasil".
Tudo isso, repito, gravado editado e divulgado pela própria equipe da Dilma. Imagino quantas vezes não devem ter analisado esta cena na mesa de edição da campanha, editando com cuidado a imagem e realçando o tom de voz da candidata para levar esta frase aos brasileiros, um povo, aliás, que recebe muito bem os migrantes que vem do Nordeste.
Nada mal a peça de propaganda. Mas como estamos falando em marketing, convém avisar de que já está havendo um certo exagero. Olha a modéstia, companheiros. Desçam do salto alto. Tanta exibição da habilidade em acertar o próprio pé pode soar até como arrogância.
.......................
POR José Pires
Mas para que Serra se preocuparia montar um esquema contra Dilma se a própria campanha da candidata é tão boa em tiro no pé? Seria gastar dinheiro à tôa.
Além de estar produzindo um material muito eficiente na desmoralização da própria candidata, a campanha da Dilma também produz muita quantidade. Acho que o pessoal anda fazendo serão. Só pode ser influência da propalada capacidade executiva da candidata do Lula.
Estão criando no conjunto o que pode ser usado como um ótimo "case" de marketing. Petista é maluco por seminários, pois então todas essas ações e produtos podem servir para um belo estudo: Tudo o que você NÃO deve fazer por seu candidato (a). Esse "candidato (a)" idiota e desnecessário vai, é claro, como uma homenagem ao "olhar feminino" da campanha da Dilma
O próprio site da Dilma é cheio de elementos para este "case" revolucionário. Está lá até hoje aquela montagem em que ela se faz passar pela Norma Bengell da década de 60. Acho isso muito bem bolado: basta entrar no site para lembrar da besteira que eles fizeram. É até honesto esta forma de realçar a própria desonestidade.
Falando em besteira, agora tem uma nova. Foi gravada, editada e colocada no ar pela própria coordenação de campanha. E ainda querem que os adversários também produzam esse tipo de trabalho sujo. Seria um erro grave, não só porque duvido que o pessoal do Serra faça algo mais eficiente contra a Dilma, mas também porque uma oferta excessiva de bobagens pode afetar o processo político. A democracia brasileira não é tão sólida assim.
No vídeo, que já ficou famoso na internet, a candidata afirma que retirantes nordestinos migravam do Nordeste "para o Brasil". Ela fala isso em um programa absolutamente tosco, de formato totalmente bem amador, numa conversa com Marcelo Branco, o gênio que encontraram para comandar a campanha na internet. Pelo que dá pra entender, pretendiam divulgar um papo descolado sobre cultura. As roupas de bicho-grilo usadas por Branco até poderiam ser vistas como uma técnica para dar um tom bem maneiro pro papo, entendeu? Mas acontece que ele se veste sempre daquele jeito.
Branco é o ponto alto neste "case" de que falei. Com o vestuário saído de algum baú dos anos 60 (será da Norma Bengell?), o santinho marqueteiro sempre aparece mais que qualquer um que estiver em cena. Está certo, pode ser tática: com o Marcelo Branco em cena quem vai prestar atenção nas besteiras da Dilma?
Mas ela se esforça. Com um ar professoral, em seu já famoso estilo gaguejante e intercalado por tensos silêncios em busca da palavra perdida e muitos nés (né?), Dilma explica o conteúdo do clássico livro "Vidas Secas", de Graciliano Ramos. Vejam na íntegra: "Em vidas secas está retratado todo o problema da miséria, da pobreza, da saída das pessoas do Nordeste para o Brasil".
Tudo isso, repito, gravado editado e divulgado pela própria equipe da Dilma. Imagino quantas vezes não devem ter analisado esta cena na mesa de edição da campanha, editando com cuidado a imagem e realçando o tom de voz da candidata para levar esta frase aos brasileiros, um povo, aliás, que recebe muito bem os migrantes que vem do Nordeste.
Nada mal a peça de propaganda. Mas como estamos falando em marketing, convém avisar de que já está havendo um certo exagero. Olha a modéstia, companheiros. Desçam do salto alto. Tanta exibição da habilidade em acertar o próprio pé pode soar até como arrogância.
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POR José Pires
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