Já se tinha conhecimento de que Dilma Rousseff não sabe por que quer ser presidente da República. Ela havia se recusado a responder a esta pergunta simples feita pelo jornal O Globo. O jornal publicou as respostas de Serra e Marina Silva no último domingo e no lugar onde estaria o texto de Dilma colocaram uma imensa interrogação. Parece um retrato da petista. Agora sabe-se que a candidata do Lula também assina documentos sem ler.
O PT apresentou ao TSE um programa de governo bem radical, com posições extremadas sobre controle de mídia, aborto e invasão de terras. Logo que este documento passou a ser discutido na mídia, com estes pontos polêmicos indicados em primeira mão pelo blogueiro da revista Veja, Reinaldo Azevedo, o PT entrou polvorosa no seu conhecido e conflituoso processo de apaziguamento das tensões internas do partido e contentamento da opinião pública.
O PT sabe muito bem o faz e que quer, mas também aprendeu a dosar sua tendência autoritária com a hipocrisia política, para não criar problemas eleitorais no caminho do poder. Era tudo que criticavam quando estavam na oposição, mas depois que alcançaram o poder com a promessa de acabar com isso, fizeram da hipocrisia um mandamento pétreo.
O programa eleitoral que tocava em questões polêmicas foi substituído às pressas no TSE por outro mais ameno. Dilma afrmou que não sabia nada sobre o programa radical que foi pra gaveta.
O secretário de Comunicação do partido, André Vargas, apresentou duas versões contraditórias sobre o imbróglio petista. É bem PT. Quando eles ainda não haviam avaliado a dimensão dos danos eleitorais provocados pelo documento radical, ele defendeu o programa, afirmando o seguinte: “Não há problema em ter pontos polêmicos nele. Nós somos polêmicos. Isso não é problema, é qualidade.”
Algumas horas depois, bem PT, como já falei, ele voltou atrás. Sua nova versão: “Por volta de 15h30 recebi uma ligação que indagava sobre algo que eu não sabia responder. Fui à página do TSE verificar o que estava ocorrendo e percebi a troca dos programas. Foi uma terrível falha nossa, que certamente vai nos dar dor de cabeça por uns dias, talvez semanas.”
Mas a confusão do partido de dois programas, com pontos que se excluem, aumentou quando foi notado em cada página do documento radical entregue ao TSE a rubrica da candidata Dilma Rousseff. Ao lado do jamegão da candidata, também está a rubrica do presidente do partido, José Eduardo Dutra.
Com a polêmica, o partido escondeu-se detrás da desculpa de sempre. Ninguém sabia de nada. Não é novidade entre eles, Lula fala isso em todos os escândalos petistas. Também não é incomum na história política univeral. Em Nuremberg, por exemplo, no banco dos réus havia muita gente que não sabia de nada do que acontecera quando os nazistas estiveram no poder. O segundo homem no regime, o marechal Goering, era um desses distraídos.
A trapalhada só deixa uma saída aos petistas: alegar incompetência. Pois se o programa radical foi entregue por engano ao TSE, conforme a versão do PT, como é que cada folha foi rubricada por Dilma e por Dutra? Bem, a alegação só teria consistência se Dilma tivesse assinado o documento sem ler.
Em política, principalmente a brasileira, esta justificativa pode até servir para renegar um documento e fugir da confrontação com responsablidades, mas deveria disparar um alerta. Esta falta de consistência de caráter certamente deixa margem para ações perigosas no futuro. E vindo de quem pode ser presidente da República, este é um risco dos mais perigosos.
.......................
POR José Pires
O PT apresentou ao TSE um programa de governo bem radical, com posições extremadas sobre controle de mídia, aborto e invasão de terras. Logo que este documento passou a ser discutido na mídia, com estes pontos polêmicos indicados em primeira mão pelo blogueiro da revista Veja, Reinaldo Azevedo, o PT entrou polvorosa no seu conhecido e conflituoso processo de apaziguamento das tensões internas do partido e contentamento da opinião pública.
O PT sabe muito bem o faz e que quer, mas também aprendeu a dosar sua tendência autoritária com a hipocrisia política, para não criar problemas eleitorais no caminho do poder. Era tudo que criticavam quando estavam na oposição, mas depois que alcançaram o poder com a promessa de acabar com isso, fizeram da hipocrisia um mandamento pétreo.
O programa eleitoral que tocava em questões polêmicas foi substituído às pressas no TSE por outro mais ameno. Dilma afrmou que não sabia nada sobre o programa radical que foi pra gaveta.
O secretário de Comunicação do partido, André Vargas, apresentou duas versões contraditórias sobre o imbróglio petista. É bem PT. Quando eles ainda não haviam avaliado a dimensão dos danos eleitorais provocados pelo documento radical, ele defendeu o programa, afirmando o seguinte: “Não há problema em ter pontos polêmicos nele. Nós somos polêmicos. Isso não é problema, é qualidade.”
Algumas horas depois, bem PT, como já falei, ele voltou atrás. Sua nova versão: “Por volta de 15h30 recebi uma ligação que indagava sobre algo que eu não sabia responder. Fui à página do TSE verificar o que estava ocorrendo e percebi a troca dos programas. Foi uma terrível falha nossa, que certamente vai nos dar dor de cabeça por uns dias, talvez semanas.”
Mas a confusão do partido de dois programas, com pontos que se excluem, aumentou quando foi notado em cada página do documento radical entregue ao TSE a rubrica da candidata Dilma Rousseff. Ao lado do jamegão da candidata, também está a rubrica do presidente do partido, José Eduardo Dutra.
Com a polêmica, o partido escondeu-se detrás da desculpa de sempre. Ninguém sabia de nada. Não é novidade entre eles, Lula fala isso em todos os escândalos petistas. Também não é incomum na história política univeral. Em Nuremberg, por exemplo, no banco dos réus havia muita gente que não sabia de nada do que acontecera quando os nazistas estiveram no poder. O segundo homem no regime, o marechal Goering, era um desses distraídos.
A trapalhada só deixa uma saída aos petistas: alegar incompetência. Pois se o programa radical foi entregue por engano ao TSE, conforme a versão do PT, como é que cada folha foi rubricada por Dilma e por Dutra? Bem, a alegação só teria consistência se Dilma tivesse assinado o documento sem ler.
Em política, principalmente a brasileira, esta justificativa pode até servir para renegar um documento e fugir da confrontação com responsablidades, mas deveria disparar um alerta. Esta falta de consistência de caráter certamente deixa margem para ações perigosas no futuro. E vindo de quem pode ser presidente da República, este é um risco dos mais perigosos.
.......................
POR José Pires
A lista é grande, mas há outros tantos documentos assinados "sem ler". Vou lembrar aqui para não perder a oportunidade de um outro caso recente. Lula assinou uma Lei (PNDH) que continha vários absurdos, principalmente censura a imprensa e outros temas de grande repercussão. Houve gritaria geral e indagado respondeu simplesmente que não leu. Sim, disse: não li.
ResponderExcluirOutra: O decreto 6.514/2008 que tratava sobre penas e sanções a produtores que desrespeitassem leis de proteção ambiental foi assinado sem ler pelo sr. Lula. Ao menos foi o que disse após os produtores chiarem.
E, salvo algum engano da minha parte, teve ainda a história (ou estória, não sei bem) de que não leu, mas assinou, a reforma ortográfica.
Assinar e depois dizer que não leu para não cumprir, nos velhos tempos, tinha nome: falta de honra.
Quem honrava a assinatura ou a palavra empenhada era considerado reto no caráter, digno. Do comércio o sujeito era proscrito. Nem comprava, nem vendia. Faltava-lhe credibilidade.
Nem mesmo na política - sempre tida como a atividade menos exigente quanto aos princípios éticos e morais - se passava impune em alguma medida a quebra de conduta.
Hoje essa ausência de honra é tratada como algo natural, se intrínseco fosse à natureza das coisas.
O trapalhão ou desonrado diz que não leu, a imprensa publica sua desculpa esfarrapada, e tudo fica na mesma.
Esse é outro legado do lulo-petismo.