quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Lula, Dilma e o direito de lavar a própria cueca

Um dado (epa, como diria o pessoal de O Pasquim) interessante nesta nova treta governista da violação do sigilo fiscal de pessoas próximas do candidato José Serra é o alto número de mulheres implicados no caso. No início da descoberta do escândalo era uma, agora já apareceram outras quatro mulheres.

Não é que seja necessário, mas este tipo de coisa vem bem para quebrar este discurso demagógico e sexista que o governo Lula tenta estabelecer para favorecer a candidata Dilma Rousseff. Essa fixação em questões de gênero é só eleitoral. Se tivessem achando que o foco é o meio ambiente, como acreditaram no início da campanha, mas logo abandonaram, não haveria mais petista vermelho. Seriam todos verdes.

Não há nenhuma diferença no aspecto ético ou administrativo no fato do governante ser homem ou mulher. O que vale não é o que um e outro tem no meio das pernas. Neste caso o que conta mesmo é o caráter.

Mas para o PT é preciso enfiar na cabeça do eleitor que é uma qualidade o fato de Dilma ser mulher. E isso quando é notório que no ambiente de trabalho Dilma não tem nenhuma qualidade, como equilíbrio e tolerância, que os marqueteiros tentam vender com atributos femininos. Ao contrário, é conhecida por ser violenta e grosseira, os piores estereótipos masculinos.

E a jogada marqueteira é casada. Juntam os compromissos do presidente da República com o interesse eleitoral do PT. Hoje Lula esteve no Paraná para a abertura do "2º Ciclo de Encontros Regionais para o Fortalecimento da Equidade de Gênero no Mundo do Trabalho". Neste estado o benefício da demagogia é duplo. Além de favorecer Dilma, o PT tem ali como candidata a mulher do ministro Paulo Bernardo.

Quem paga pelo palco para Lula e os companheiros somos nós, é claro. O evento tem o apoio das seguintes empresas federais: Serpro, Embrapa, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaipu, Eletrobras e a de sempre, a Petrobras, onde os petistas descobriram que o petróleo é deles.

É claro que Lula deitou falação, da forma simplificada, bem idiota mesmo, como encara qualquer assunto. Falou até da necessidade do homem lavar a própria cueca. Ele não falou nada sobre a lavagem de dólares na cueca.

Mas deitou falação sobre um tema sobre o qual seu governo fez bem pouco. Em oito anos não atacou de forma conclusiva nem problema graves como a escravidão sexual de milhares de mulheres.

Mas é curioso saber de discursos sobre direitos femininos vindos da boca do Lula que, quando já era um líder político conhecido, dizia certos ambientes políticos para "comer as menininhas". Isso foi na época em que ele viajava para Cuba junto com João Pedro Stédile, do MST, para seminários de doutrinação política, mas na ilha só queria saber de praia e rabo de saia.

Mas Lula é um político sem nenhum caráter, com um discurso para cada platéia.Se os planos da sua candidata dessem certo na década de 60 e hoje fossemos uma ditadura comunista, ele seria sem nenhum problema um convicto comissário do povo.

Mas eu gostaria mesmo de ver esses arroubos feministas em questões como a das relações do Brasil com o Irã, por exemplo, onde as mulheres não têm nem direitos básicos e são mortas a pedradas. Mas nada disso. Em casos como o do Irã, Lula só pensa nos direitos do Ahmadinejad.
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POR José Pires

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