Ao lado, um recorte da página de hoje do Estadão na internet. Vejam a linha fina, abaixo da manchete, que diz "Operação de abafar escândalo da violação de IRs causou profundo mal-estar no Planalto".
Lula peleja para fazer de um crime político uma simples questão de erro burocrático, uma falta de zelo numa agência da Receita. A imprensa não deveria cair nessa, pois o que temos aí é um atentado contra os direitos civis, uma agressão à Constituição. Tem uns momentos históricos que exigem que o jornalismo exerça um papel mais firme. Eu penso que este é um desses momentos que pedem maior combatividade. Será que vai dar ou iremos ficar com a versão de que estão todos indignados "no Planalto"?
Hoje o Estadão ainda fez um belo serviço estampando na capa a tentativa de autoridades da Receita Federal em abafar o caso, mesmo sabendo já sabendo da fraude. Bem, eu não acredito que a fonte dessa enganação seja exatamente a Receita.
Mas no geral, parte importante da mídia vem se comportando de forma pouco rigorosa neste caso. Ainda ontem, mesmo todos tendo na cara a documentação comprovando que era falso o material que a Receita Federal usava para alegar que a própria Verônica Serra havia pedido a quebra de seu sigilo fiscal, vários sites ainda usavam aquela palavrinha mágica para se eximir de responsabilidade sobre a notícia, informando que os documentos eram "supostamente" falsos ou que assinatura dela é que foi "supostamente" falsificada.
A palavrinha serve para se eximir de responsabilidade com a notícia. Afinal é falsa ou não? A situação é bem parecida com a ordem de Dilma como chefe do Gabinete-Civil para levar para Brasília a mulher do representante das Farc no Brasil. Mesmo com o fac-símile do documento oficial assinado por ela, até hoje ainda ainda sai notícia dizendo que Dilma "supostamente" deu a ordem.
Bem, desse jeito fica bem mais difícil diminuir o calor que choca o ovo da serpente para o ano que vem. Lula e seus assessores (ou "o Planalto", como gostam de dizer) pelo que se vê plantam a versão de que a violação está apenas no âmbito da Receita Federal e inclusive a operação-abafa.
Com se diz entre gangues, é do jogo. O que não é "do jogo" é a imprensa acolher de forma mansa a manipulação.
Por aí pode-se chegar também à conclusão de que a quebra de sigilo foi feita por deliberação própria das moças de Santo André, que entre uma sapeada nas fofocas da internet e uma renovada no orkut, resolveram ver como andava a vida fiscal da filha do Serra.
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POR José Pires
Lula peleja para fazer de um crime político uma simples questão de erro burocrático, uma falta de zelo numa agência da Receita. A imprensa não deveria cair nessa, pois o que temos aí é um atentado contra os direitos civis, uma agressão à Constituição. Tem uns momentos históricos que exigem que o jornalismo exerça um papel mais firme. Eu penso que este é um desses momentos que pedem maior combatividade. Será que vai dar ou iremos ficar com a versão de que estão todos indignados "no Planalto"?
Hoje o Estadão ainda fez um belo serviço estampando na capa a tentativa de autoridades da Receita Federal em abafar o caso, mesmo sabendo já sabendo da fraude. Bem, eu não acredito que a fonte dessa enganação seja exatamente a Receita.
Mas no geral, parte importante da mídia vem se comportando de forma pouco rigorosa neste caso. Ainda ontem, mesmo todos tendo na cara a documentação comprovando que era falso o material que a Receita Federal usava para alegar que a própria Verônica Serra havia pedido a quebra de seu sigilo fiscal, vários sites ainda usavam aquela palavrinha mágica para se eximir de responsabilidade sobre a notícia, informando que os documentos eram "supostamente" falsos ou que assinatura dela é que foi "supostamente" falsificada.
A palavrinha serve para se eximir de responsabilidade com a notícia. Afinal é falsa ou não? A situação é bem parecida com a ordem de Dilma como chefe do Gabinete-Civil para levar para Brasília a mulher do representante das Farc no Brasil. Mesmo com o fac-símile do documento oficial assinado por ela, até hoje ainda ainda sai notícia dizendo que Dilma "supostamente" deu a ordem.
Bem, desse jeito fica bem mais difícil diminuir o calor que choca o ovo da serpente para o ano que vem. Lula e seus assessores (ou "o Planalto", como gostam de dizer) pelo que se vê plantam a versão de que a violação está apenas no âmbito da Receita Federal e inclusive a operação-abafa.
Com se diz entre gangues, é do jogo. O que não é "do jogo" é a imprensa acolher de forma mansa a manipulação.
Por aí pode-se chegar também à conclusão de que a quebra de sigilo foi feita por deliberação própria das moças de Santo André, que entre uma sapeada nas fofocas da internet e uma renovada no orkut, resolveram ver como andava a vida fiscal da filha do Serra.
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POR José Pires
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