Também no ministério de Dilma está a deputada gaúcha Maria do Rosário. É outra que costuma se favorecer com o uso de questões de gênero. Em alguns casos leva o assunto para o terreno da futilidade, um rumo para onde a demagogia sempre acaba conduzindo essa gente.
Em 2007 ela estava em meio ao bate-boca com o então deputado Clodovil, já falecido. O costureiro teria chamado uma deputada petista de “feia”. Durante a confusão, Maria do Rosário, que ocupava a Mesa para um ato em desagravo da colega, gritava para Clodovil: “Cai fora daqui, seu nojento!”
A seu modo, Clodovil se defendeu bem: “Eu tenho culpa dela ser feia, gente?”
As petistas tentaram fazer do bafafá uma grande causa feminista. Houve apelo até para que fosse cassado o mandato do costureiro. Imaginem a cassação de um deputado num antro daqueles só porque chamou uma colega de feia. Até um organismo feminista do partido entrou na parada. Foram feitas reuniões com o presidente da Casa. Mas felizmente o asunto foi mantido em sua dimensão ínfima.
Mas nunca se viu tamanha combatividade das companheiras em questões maiores de desrespeito humano, como a desatenção de seu partido ao desrespeito ao direito das mulheres em países como o Irã, que mata mulheres (feias ou bonitas) inclusive pelo apedrejamento, ou na defesa explícita de Lula à repressão política em Cuba e também no Irã. Sobre assuntos como estes a deputada Rosário é bem menos eloqüente. É até muda.
É a indignação seletiva do PT, que serve também no debate sobre questões de gênero, como a violência contra a mulher. Quando aconteceu o terrível caso da adolescente presa numa cela com vários homens no Pará, conforme escrevo acima, a indignação da bancada feminina petista foi bem menor. Talvez pelo fato do estado ser governado pelo PT, não teve deputada se atirando no chão e nem berrando em plenário como aconteceu no episódio com Clodovil.
Rosário, cujo marido ocupa um cargo no governo Lula, foi reeleita deputada, mas seu mandato depende de um julgamento no TSE. Sua candidatura foi impugnada pelo TRE por dívidas referentes à campanha para a prefeitura de Porto Alegre, em 2008. A deputada recorreu ao TSE, em Brasília. No governo Dilma ela é a futura ministra dos Direitos Humanos, pasta do polêmico Plano Nacional de Direitos Humanos 3, o PNDH 3. O ano promete.
Enfim, teremos outro governo petista provavelmente bem mais quente que os oito anos de Lula. Seria melhor que as mulheres de bem exigissem de Dilma que ela se restringisse a sua função política, sem alegar nenhum requisito supostamente feminino para realçar seu papel no exercício do mandato que começa em janeiro. Se isso pega, existe o risco da imagem das mulheres na política se arruinar de vez.
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POR José Pires
Em 2007 ela estava em meio ao bate-boca com o então deputado Clodovil, já falecido. O costureiro teria chamado uma deputada petista de “feia”. Durante a confusão, Maria do Rosário, que ocupava a Mesa para um ato em desagravo da colega, gritava para Clodovil: “Cai fora daqui, seu nojento!”
A seu modo, Clodovil se defendeu bem: “Eu tenho culpa dela ser feia, gente?”
As petistas tentaram fazer do bafafá uma grande causa feminista. Houve apelo até para que fosse cassado o mandato do costureiro. Imaginem a cassação de um deputado num antro daqueles só porque chamou uma colega de feia. Até um organismo feminista do partido entrou na parada. Foram feitas reuniões com o presidente da Casa. Mas felizmente o asunto foi mantido em sua dimensão ínfima.
Mas nunca se viu tamanha combatividade das companheiras em questões maiores de desrespeito humano, como a desatenção de seu partido ao desrespeito ao direito das mulheres em países como o Irã, que mata mulheres (feias ou bonitas) inclusive pelo apedrejamento, ou na defesa explícita de Lula à repressão política em Cuba e também no Irã. Sobre assuntos como estes a deputada Rosário é bem menos eloqüente. É até muda.
É a indignação seletiva do PT, que serve também no debate sobre questões de gênero, como a violência contra a mulher. Quando aconteceu o terrível caso da adolescente presa numa cela com vários homens no Pará, conforme escrevo acima, a indignação da bancada feminina petista foi bem menor. Talvez pelo fato do estado ser governado pelo PT, não teve deputada se atirando no chão e nem berrando em plenário como aconteceu no episódio com Clodovil.
Rosário, cujo marido ocupa um cargo no governo Lula, foi reeleita deputada, mas seu mandato depende de um julgamento no TSE. Sua candidatura foi impugnada pelo TRE por dívidas referentes à campanha para a prefeitura de Porto Alegre, em 2008. A deputada recorreu ao TSE, em Brasília. No governo Dilma ela é a futura ministra dos Direitos Humanos, pasta do polêmico Plano Nacional de Direitos Humanos 3, o PNDH 3. O ano promete.
Enfim, teremos outro governo petista provavelmente bem mais quente que os oito anos de Lula. Seria melhor que as mulheres de bem exigissem de Dilma que ela se restringisse a sua função política, sem alegar nenhum requisito supostamente feminino para realçar seu papel no exercício do mandato que começa em janeiro. Se isso pega, existe o risco da imagem das mulheres na política se arruinar de vez.
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POR José Pires
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