domingo, 20 de março de 2011

Ministros de Dilma tomam geral de seguranças de Obama

Os americanos parecem saber com quem estão lidando. Na visita do presidente Barack Obama o esquema de segurança não poupou nem as autoridades basileiras. E por que teria de ter poupado?

Cinco ministros de Dilma Rousseff reclamaram do esquema de segurança a que foram submetidos: Guido Mantega (Fazenda), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), Alexandre Tombini (Banco Central) e Edison Lobão (Minas e Energia).

Todos foram escoltados por agentes americanos em um ônibus e depois revistados no local do evento. Tomaram uma geral dos seguranças americanos. Um dos ministros que falou com o jornal Folha de S. Paulo disse que o esquema fez com que se sentissem esquema fez com que se sentissem como “colegiais” ou suspeitos tentando entrar nos Estados Unidos.

Bem, pela aparência de todos os ministros desse governo com certeza nenhum deles pode ser confundido com colegial.

A cena de ministro tomando uma geral da segurança do Obama alvoroçou até neolulistas como o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Da Bahia, onde está à espera de uma boca no segundo escalão, ele comentou: "Ministro passando por revista pra ver Obama falar? Tá de sacanagem! Ah, o Geddel andava sumido. O ex-presidente Itamar Franco o chamava de percevejo de gabinete. Seria interessante ver se o Geddel não ficaria detido para averiguações numa geral dessas.

Mas do que afinal, os ministros estão reclamando? Obama é com certeza o presidente mais visado pelo terrorismo internacional. Só o internacional, não. Até dentro dos Estados Unidos deve ter muita gente que adoraria que seu destino fosse o mesmo do ex-presidente John Kennedy. Sem trocadilho, nem lá nos EUA o Obama tem colher de chá.

Ademais, como eu disse no início do texto, os americanos devem saber com quem estão lidando. Conhecem bem o modo como se formam os governos no Brasil e sabem também que controle aqui é zero. Então não há outro jeito, senão revistar essa gente.

E, falando nisso, não foi o que a própria presidente Dilma fez com sua gente quando passou descansou no carnaval na Barreira do Inferno. Pois é, nem com celular ela deixou o pessoal entrar.

Outra dos americanos que revela seu profundo conhecimento sobre as coisas aqui da terrinha, foi o veto à presença do governador Sergio Cabral e do prefeito Eduardo Paes na visita que ele ao Cristo Redentor.

Obama já deve ter lido a ficha de todo mundo que aparecerá na sua frente no Brasil. Imagino como deve ser a ficha do governador Sérgio Cabral. Os documentos do Wikileaks serviram para mostrar como os americanos são extremamente sinceros em suas comunicações internas. Se Sérgio Cabral lesse o que escreveram dele poderia se sentir muito mal, não é mesmo? Ou não, bobagem minha, ele age com tanta animação que é provável até que ele ache que seu jeito de ser é que é o correto.

Ao Cristo Redentor só vai Obama e a família, no que ele está muito certo. Não há nenhum risco de Malia e Sasha usarem as imagens com Obama para fazer propaganda em eleição para a prefeitura do Rio ou qualquer outro cargo.

Cabral e Paes também não podem caminhar ao lado de Obama durante a visita que ele fará à Cidade de Deus. E para participar do evento, o prefeito e o governador terão que ficar sentados dentro da sede da Central Única de Favelas, a Cufa, esperando para ouvir o prounciamento de Obama.

Obama já teve uma boa experiência com os políticos brasileiros, a começar pelo ex-presidente Lula. Ou será que esse pessoal não sabe que ele entendeu muito bem que Dilma Rousseff só foi levada para apertar a mão dele em Washington para que a imagem fosse usada depois na campanha eleitoral? E não foi Lula quem divulgou uma correspondência pessoal entre os dois, tentando envolver Obama no olho-no-olho entre ele e Ahmadinejad.

É, com gente assim não dá para facilitar. Os americanos sabem que não estão lidando com colegiais.
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POR José Pires

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